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domingo, outubro 30, 2005

Convocados para Milão

Diego e Lisandro López regressam aos convocados e Ibson continua de fora. São estas as novidades nos eleitos de Adriaanse para a deslocação a Milão. A equipa parte amanhã pelas 10:00 e treina no Giuseppe Meazza pelas 20:00.

Este é um jogo onde temos de pontuar se quisermos aspirar a um lugar nos oitavos de final da Champions.

A actual situação do Inter não é a melhor já que empatou com a Sampdória a 2 golos e perdeu com a Roma. Esperemos que não seja este o jogo da sua «recuperação» e que Co Adriaanse escolha bem o sistema para pontuar frente aos milaneses.

Lista de Convocados

Guarda-redes: Vítor Baía e Paulo Ribeiro;
Defesas: Bosingwa, Bruno Alves, Pepe, Ricardo Costa, Pedro Emanuel e Cech;
Médios: Lucho González, Paulo Assunção, Diego, César Peixoto, Raul Meireles e Jorginho;
Avançados: Alan, Hugo Almeida, Ivanildo, Lisandro, McCarthy e Quaresma.

Numa palavra? Ineficácia


FC Porto  0   -   0  Vitória de Setúbal


A vitória era o mínimo exigível neste jogo mas tal não sucedeu, por vários factores:

1. A equipa entrou bem no jogo, criou lances de verdadeiro perigo mas não conseguiu marcar, ou pela oposição do guarda-redes adversário ou pela falta de pontaria dos avançados. O certo é que a bola não entrou e com o passar do tempo foram diminuindo os lances de golo iminente. Chegou a ser frustrante assistir à segunda parte do jogo tal era o desgoverno da equipa a criar lances de perigo.

2. O Vitória veio ao Dragão com o espírito das equipas pequenas: jogar para o pontinho, com o «autocarro» estacionado na área. Não que isso seja proibido, porque não há nenhuma lei que o proíba, mas esperava mais futebol e menos anti-jogo da equipa sadina. O cúmulo foi quando Ricardo Chaves faz uma falta violenta sobre Ivanildo, é o próprio jogador do Setúbal que fica no chão, supostamente lesionado, e quando entra a maca em campo levanta-se e sai, lentamente, pelo seu próprio pé. Com jogos destes, espero que desçam de divisão.

3. O árbitro esteve mal. Foi condescendente com os jogadores do Vitória e com o anti-jogo praticado. Não assinalou um penalty sobre Jorginho, ainda na primeira parte, nem expulsou Ricardo Chaves por carga violenta sobre Ivanildo. Deixou os jogadores sadinos queimar tempo e nem um amarelo mostrou por isso.

Nos últimos dois jogos em casa, uma derrota e um empate. Um ponto apenas. Algo está mal e não é de agora. É urgente fazer algo para corrigir o que está mal e há muita coisa a corrigir. Seria bom que a SAD e responsáveis mostrassem um maior empenho no clube porque é preciso fazer mais se quisermos continuar a ser o melhor clube em Portugal a nível desportivo em vez de ser o melhor a nível financeiro e remuneração dos seus dirigentes. Nada dura para sempre e os sócios estão atentos e preocupados.


Mais e Menos

+ Ricardo Quaresma O melhor em campo. Do lado dele surgiram as melhores ocasiões e foi o mais inconformado e perigoso a atacar sem esquecer as ajudas defensivas.

+ Paulo Assunção Dá outra consistência defensiva. Recupera muitas bolas e «cobre» a defesa quando um dos centrais sobe.

+ Lucho González Bom jogo do argentino. Apareçou algumas vezes em zona de finalização mas não conseguiu fazer um golo. Correu kilometros e foi o motor do meio-campo.

- Hugo Almeida Pede-se mais a um ponta-de-lança. Não pode ser só «chutão» para a baliza. Usa muito o físico quando ás vezes é melhor usar a cabeça (brains).

- Jorginho Já cansa estar sempre no «menos». Além de não conseguir desiquilibra a atacar, ainda perde bolas em zonas proibidas. Um jogador a menos em campo.

- Bosingwa Punha-o a treinar centros dia e noite. Até nas distritais centram melhor. E já agora se pudesse ser um pouco menos individual... a malta agradecia.


Declarações

Co Adriaanse (FC Porto)

«Fomos muito melhores que o adversário de hoje, mas tivemos um problema: criámos chances de golo e não marcámos. Começámos muito bem o jogo e tivemos minutos excelentes com muitas oportunidades de golo. O Hugo Almeida, por exemplo, esteve na cara do guarda-redes, mas não conseguiu marcar. Na segunda parte insistimos, mas não conseguimos o nosso objectivo. O campeonato é longo. Temos treino amanhã e vou ver o estado dos jogadores. Só depois vou escolher os atletas que vão a Milão»


Ficha do Jogo

Liga 2005/06 (9ª jornada)

Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 29.317 espectadores

Árbitro: António Resende (Aveiro)
Assistentes: Sérgio Lacroix e Marcílio Pinto
4º árbitro: António Rodrigues

F.C. PORTO: Vítor Baía; Bosingwa, Pepe, Pedro Emanuel «cap.» e Cech; Paulo Assunção, Lucho e Jorginho; Alan, Hugo Almeida e Quaresma
Substituições: Alan por Ivanildo (58m), Jorginho por McCarthy (66m) e Pedro Emanuel por Raul Meireles (80m)
Não utilizados: Paulo Ribeiro, Ricardo Costa, Bruno Alves e César Peixoto
Treinador: Co Adriaanse

V. SETÚBAL: Moretto, Janício, Fontes, Auri e Nandinho «cap»; Binho, Dembélé e Ricardo Chaves; Tchomogo, Fábio e Adalto
Substituições: Tchomogo por Pedro Oliveira (66m), Adalto por Binho (66m) e Fábio por Fonseca (77m)
Não utilizados: Marco Tábuas, Flávio, Veríssimo e Lacombe
Treinador: Norton de Matos

Disciplina: Cartão amarelo a Binho (54m), Fonte (71m), Ricardo Chaves (83m) e Raul Meireles (91m)

* Fotos AP (Associated Press)

sexta-feira, outubro 28, 2005

Convocados para o Vitória de Setúbal

Está feita a convocatória para o jogo da SuperLiga contra o Vitória de Setúbal. A grande novidade da convocatória é a ausência de Ibson e Diego, que desapontaram o treinador no jogo contra o FC Marco.

Lista de Convocados

Guarda-Redes: Vítor Baía e Paulo Ribeiro
Defesas: Bosingwa, Bruno Alves, Pepe, Ricardo Costa, Pedro Emanuel, César Peixoto, e Marek Cech
Médios: Paulo Assunção, Raul Meireles, Lucho Gonzalez, Ricardo Quaresma e Jorginho
Avançados: Ivanildo, Benni McCarthy, Hugo Almeida e Alan.

quinta-feira, outubro 27, 2005

Serviço mínimo


FC Porto  1   -   0  FC Marco


O adversário desta eliminatória, da Liga de Honra, não puxou muito público ao Dragão, cerca de 18 mil pessoas, e ainda bem. Porque o espetáculo foi pobre. Salvou-se pelo grande golo de Ivanildo num remate à meia volta na entrada da área que ainda bateu na barra.

Apesar de ter controlado praticamente todo o jogo, a equipa do Porto esteve algo confusa e trapalhona sobretudo na finalização. O Marco ia tentando em contra-ataque chegar à baliza de Pedro Ribeiro, algumas vezes com perigo.

Adriaanse, que mexeu muito na equipa, deve ter tirado muitas notas de jogadores menos utilizados e conseguiu ter dois trincos em simultâneo, Assunção e Meireles. Se bem que este último jogasse um pouco mais adiantado.

Venha o próximo!


Mais e Menos

+ Ivanildo Boa exibição. Foi o mais esclarecido no ataque e marcou um grande golo.

+ Raúl Meireles Entrou na 2ª parte para substituir Ibson e conseguiu «estabilizar» o meio-campo. Dois remates perigosos de meia distância.

+ Marek Cech Está a confirmar o que se viu nos últimos dois jogos. Um bom reforço.

- Hugo Almeida Foi o herói no último jogo mas desta vez esteve muito mal falhando oportunidades infantilmente.

- Ricardo Costa Alguns falhanços e entradas duras. Não faz falta.

- McCarthy Tanto tempo em campo para criar duas jogadas de perigo.


Declarações

Co Adriaanse (FC Porto)

«É um jogo da Taça, por isso é especial. Em todos os países é muito difícil defrontar formações de divisões inferiores, como vimos recentemente com o Liverpool e hoje até o Chelsea perdeu. Para o adversário é o jogo do ano, está muito motivado e só pensa neste jogo, enquanto que para nós também é importante, mas não podemos pensar apenas no Marco, porque temos de jogar num curto espaço de tempo com Benfica, Nacional, Marco. São muitos jogos seguidos e penso ser essa a primeira razão para não ganharmos muito facilmente. A segunda razão é que não aproveitamos as oportunidades na segunda parte».

«Não estavam lesionados [Diego e Ibson], ou cansados, por isso... É verdade que não estava muito satisfeito. São novos, querem mostrar o seu jogo e hoje não conseguiram. O Paulo [Assunção] e o Raul [Meireles] jogam mais simples. Mas neste jogo também não houve espaço no meio-campo, por isso difícil para eles. Para além disso eu também queria trazer mais um avançado para a segunda parte, o Hugo [Almeida], que também foi algo infeliz por ter tido duas ou três oportunidades que não conseguiu converter. Talvez seja mais feliz com Setúbal»

«O Ivanildo fez um muito bom jogo, jogando bem durante os 90 minutos, por isso estou muito satisfeito com ele. O Raul Meireles também entrou bem e com alguma sorte podia ter marcado num daqueles remates de fora da área».


Ficha do Jogo

Taça de Portugal (4ª eliminatória)
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 18.425 espectadores

Árbitro: João Vilas Boas (Braga)
Assistentes: Alfredo Braga e Tomás dos Santos
4º árbitro: Rui Torres

F.C. PORTO: Paulo Ribeiro; Sonkaya, Ricardo Costa, Pedro Emanuel e Cech; Paulo Assunção, Ibson e Diego; Alan, McCarthy e Ivanildo
Substituições: Ibson por Raul Meireles (45m), Diego por Hugo Almeida (45m) e Sonkaya por Bosingwa (74m)
Não utilizados: Hugo Marques, Quaresma, Pepe e César Peixoto.
Treinador: Co Adriaanse

FC MARCO: Celso; João Filipe, Bruno Ferraz, Pedro Ribeiro, Miguel, Filipe Fernandes, Ferreira, Ico, Thiago Pollieri, Vieirinha e Matheus.
Substituições: Pedro Ribeiro por Mauro (17m), Ferreira por Gonzalo (53m), Miguel por Almir (83m).
Não utilizados: Ricardo, Hélder Calvino, Sílvio e Pedro Pontes.
Treinador: Manuel Machado


Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Ivanildo (28m).
Disciplina: Cartão amarelo a Paulo Assunção (33m), Ricardo Costa (36), Thiago Pollieri (60m e 66m), Raul Meireles (68m) e Sonkaya (74m). Cartão vermelho a Thiago Pollieri (66m).

* Fotos fcporto.pt

quarta-feira, outubro 26, 2005

Porto prepara jogo da Taça

Adriaanse vai dar descanso a pelo menos Baía, Jorginho (finalmente!) e Lucho González. Os restantes «habituais» estão convocados, juntamente com o GR da equipa B Hugo Marques, não se sabendo ainda quem vai ser titular frente ao FC Marco, no Estádio do Dragão amanhã (4ª-feira) ás 21:00.

Lista de Convocados

Guarda-redes: Hugo Marques, Paulo Ribeiro
Defesas: Bosingwa, Cech, César Peixoto, Pedro Emanuel, Pepe, Ricardo Costa, Sonkaya
Médios: Diego, Ibson, Paulo Assunção, Quaresma, Raul Meireles
Avançados: Alan, Hugo Almeida, Ivanildo, McCarthy

Adriaanse fala sobre Postiga e Jorge Costa

Sobre Postiga

«Decidi colocá-lo na equipa B, vamos ver o que vai acontecer. Se o Hugo Almeida, o McCarthy, o Lisandro e o Sokota não estiverem disponíveis, preciso de um avançado e terei de chamar o Postiga, claro. Mas não só nesse caso.
É uma medida interna, expliquei-o depois do jogo com o Nacional, não posso dizer os motivos. Se fosse um incidente, não ia para a equipa B. É uma questão estrutural. Nuno Valente? É diferente, porque esse tinha um problema num joelho.»

Sobre Jorge Costa

«Há a possibilidade de jogar no futuro, mas tudo depende se os outros centrais não estiverem disponíveis. Só o Bruno Alves [por ter sido expulso frente ao Benfica] não está disponível. Sobram-me três centrais [Pedro Emanuel, Ricardo Costa e Pepe], dois vão jogar e um irá para o banco. É uma questão de escolha e há quatro meses que escolho os outros defesas-centrais [nunca escolheu o Jorge Costa]. Não tenho nenhum problema com ele, é bom profissional. Na minha opinião é uma questão de qualidade, vejo todos os treinos e decido»

Co Adriaanse

MST: Havia necessidade?

«1. Na semana passada falei aqui dos «três erros fatais de um teimoso», cometidos por Co Adriaanse no jogo contra o Benfica e responsáveis directos pela derrota inapelável encaixada. Uma semana depois, com dois jogos tremendos pelo meio, Adriaanse corrigiu dois desses três erros e safou-se com duas vitórias preciosas daquela que poderia ter sido uma catastrófica semana de ressaca.

Começou por substituir a insustentável dupla de centrais Ricardo Costa/Bruno Alves —responsável por sete golos sofridos em três jogos — pela muito mais tranquila e «normal » dupla Pedro Emanuel/Pepe, a que acrescentou a estreia do checo Marek Ceh, em detrimento de César Peixoto. Com a sorte que tanto lhe faltara em jogos anteriores finalmente do seu lado no jogo contra o Inter, a defesa portista escapou incólume a Recoba, Figo, Adriano, Júlio Cruz e companhia. E, apesar de dois sustos sofridos no Funchal, escapou também virgem no complicado campoda quela equipa estrangeira que dá pelo curioso nome de Nacional. Com essas alterações, o FC Porto não passou a ter uma defesa segura (até porque resta o problema de Bosingwa na posição de defesa-direito, para que lhe falta em absoluto o jeito). Mas passou a ter uma defesa capaz, pelo menos, de não comprometer irremediavelmente a equipa em todos os jogos. Pena que Adriaanse só o tenha compreendido depois de ver a equipa praticamente afastada da Liga dos Campeões e batida pelo Benfica no Porto, pela primeira vez em dezasseis anos.

No ataque, o holandês pôs termo ao verdadeiro crime cometido contra o Benfica e que consistiu em deixar de fora esse talento furioso que é o Ricardo Quaresma. Quanto mais não seja, a persistência neste erro tratava-se uma atitude incompreensível para quem, como Adriaanse, tanto fala no seu amor ao futebol-espectáculo. E espectáculo, além de soluções de golo únicas, foi o que Quaresma forneceu, quer contra o Inter quer contra o Nacional.

Já não foi nada mau, para quem se obstina em ser sempre o último a ver o que já todos viram. Resta lhe agora compreender o terceiro erro em que caiu no jogo contra o Benfica e ver aquilo que também salta à vista: que Lucho González precisa de descansar, quanto mais não seja, meias partes dos jogos, e que Jorginho, tal como está a jogar, não tem lugar na equipa e é bom que saia para meditar, antes que, como ia sucedendo contra o Inter, a sua displicência, quase deite tudo a perder.
Mas havia necessidade de tanto sofrimento e tantos danos até que Co Adriaanse se rendesse ao óbvio? Pergunto-me muitas vezes se a teimosia dos treinadores em tomar os seus desejos por realidades, contra toda a evidência e senso-comum, será apenas uma forma de mostrarem autoridade e competência na matéria. E dou comigo a pensar se às vezes o ideal não seria pôr os adeptos a escolher, por votação, a equipa para cada jogo, ficando o treinador apenas com o encargo de a treinar durante a semana e com a responsabilidade de fazer as alterações que entendesse adequadas durante os jogos? Uma coisa eu era capaz de apostar: com Pedro Emanuel e Pepe nos lugares de Ricardo Costa e Bruno Alves, e Ricardo Quaresma de início, o Benfica não teria ganho no Porto com o à vontade que ganhou...

2. E, depois do Porto, também o Benfica teve uma semana bem proveitosa, com o empate fora com o Villarreal e a vitória caseira contra o Estrela. A equipa está a melhorar e a ganhar confiança e atitude a olhos vistos, com a revelação do lateral Nélson a empurrar tudo para a frente. Peço desculpa de insistir, mas parece-me que apenas o seu presidente não consegue entender que uma conjuntura favorável não pode ser imediatamente aproveitada para um triunfalismo deslumbrado e um espírito de révanche que corre o risco de, mais tarde, se virar contra o seu autor. A persistência nas declarações provocatórias após o jogo do Dragão, inventando incidentes que não existiram ou até intenções de provocação na ausência dela, faz lembrar exactamente aquilo de que se acusava Pinto da Costa há uns anos atrás. E aquela picardia final de declarar que foi mais fácil ganhar ao Porto do que ao Guimarães merecia que lhe recordassem que há mais marés do que marinheiros.

O presidente doBenfica tem razão para andar satisfeito, depois de oito dias triunfais e depois de ter visto, ao cabo deles, 38.000 espectadores acorrerem à Luz, na que foi amaior assistência da época. Mas, apesar de tudo, o presidente do «maior clube do mundo», com 200.000 «sócios» declarados, deveria ficar curioso pelo facto de a maior assistência da época na Luz ser inferior à pior assistência da época no Dragão...

3. Alguns benfiquistas, muito ingénuos ou muito pouco ingénuos, apressaram-se a manifestar o seu espanto pela brandura da pena aplicada pelo Comissão Disciplinar da Liga a Bruno Alves: dois jogos. Realmente, para quem não segue atentamente os meandros da subtil política disciplinar destes doutos conselheiros, é de espantar que Bruno Alves não tenha apanhado, como devia, cinco ou seis jogos. Mas estes juízes são tudo menos ingénuos: se Bruno Alves beneficiou agora da sua generosidade é porque eles sabem que, com castigo ou sem ele, Bruno Alves, depois do que mostrou em campo, não voltaria tão cedo à titularidade no FC Porto. E, assim sendo, a generosidade gratuita de agora permitirá aos senhores conselheiros fazerem a devida compensação, quando descobrirem um cotovelo de McCarthy ou um joelho do Quaresma fora do sítio. A CD não perde argumentos a ser duro com quem não interessa. No FC Porto. Porque, já no caso do Benfica, como se viu agora com a anedótica sequência do processo a Petit, a política é toda outra e o objectivo final dela saltou à vista, sem subterfúgios.

4. Dias da Cunha entrou no futebol de leão e saiu de sendeiro, nada mais deixando de memória do que um rasto de confusas boas intenções e trapalhada mental. Disse que vinha para combater o «sistema» e acabou de braço dado com Luís Filipe Viera, que representa o poder actual no «sistema», em associação com Valentim Loureiro —denunciado por Dias da Cunha como um dos dois chefes do mal. E, se finalmente acabou a reconhecer que «o Benfica é levado ao colo», foi ele quem o levou de braço dado até ao beijo da morte. Debalde procurou vilanias do lado de Pinto da Costa e, embora as visse vir do outro lado da Segunda Circular, não conseguiu estabelecer uma simples associação entre causa e efeito. De facto, para o final, já só conseguia meter os pés pelas mãos e fiel aos seus moinhos de vento e à sua inútil zaragata permanente, acabou a substituir o «sistema» pelos jornalistas, como origem de todos os males penados pelo Sporting. Mas havia uma luz ao fundo do túnel e, cambaleante, ele enfiou por lá: era a porta da saída.»

Miguel Sousa Tavares, in A Bola (25/10/2005)

segunda-feira, outubro 24, 2005

AHAHAH

Águia «Vitória» já fez testes à gripe das aves
A ameaça da gripe das aves parece avançar terrivelmente pela Europa adentro e o alarme soa um pouco por todo o lado. Inclusive no Estádio da Luz, onde mora uma águia muito especial e que já é um símbolo vivo do Benfica. Todavia, Juan Bernabé, o tratador, garante que Vitória fez todos os testes e que está protegida da possível calamidade.
in A Bola

Mais 3 pontos!


Nacional da Madeira  0   -   1  FC Porto


Quando Co afirmou que não gostava muito de alterar a equipa, era mesmo para ser levado à letra já que o 11 que iniciou foi o mesmo que defrontou o Inter.

Esperava-se um jogo muito difícil, contra o 2º classificado. O Porto entrou muito bem no jogo, pressionante e determinado, criando algumas boas oportunidades sobretudo pelo lado esquerdo onde «habitava» um Quaresma (mais uma vez) inspirado que criou muitos problemas à defesa do Nacional, que só depois de meia 1ª parte conseguiu sacudir a pressão imposta pela equipa azul e branca.

O segundo tempo começou praticamente com o golo do Porto. Quaresma centra na esquerda e Hugo Almeida factura de cabeça com a bola a tabelar no poste e na barra. Bom golo que fez lembrar o último marcado ao serviço da selecção sub-21. A partir daí a equipa do Nacional subiu mais no campo e Manuel Machado abre mais o jogo trocando um defesa por um médio mais ofensivo mas já não conseguiu dar a volta ao marcador apesar de nos últimos minutos ter criado muito perigo junto da baliza de Vitor Baía.

A destacar neste jogo o rendimento de Marek Cech, que me está a surpreender pela positiva e Quaresma, claro, por ser quem mais criar lances de perigo no ataque e pela ajuda que tem dado na defesa. Pepe também tem estado bem.

Mais e Menos

+ Marek Cech Agradável surpresa. Se houvesse a mesma confiança no lado oposto...

+ Quaresma Mais um excelente jogo, aqueles cruzamentos vão ficar com o nome dele.

+ Pepe Hoje o jovem central esteve muito bem.

- Árbitro Gostava de ver o mesmo critério disciplinar quando a equipa adversária estiver a queimar tempo.

- Jorginho Mais uma vez... A precisar urgentemente de férias.


Declarações

Co Adriaanse (FC Porto)

«Estou satisfeito. É difícil vencer aqui neste estádio e o F.C. Porto conseguiu. Vínhamos de um jogo exigente, frente ao Inter, mas penso que controlámos o desafio. Os jovens do futebol português, Quaresma e Hugo Almeida, conseguiram um grande golo. Já esperávamos as dificuldades, mas a vitória foi justa»

Quaresma (FC Porto)

«Sabe sempre bem ganhar. O objectivo era os três pontos e mostrámos que somos uma grande equipa num campo que é muito difícil para qualquer adversário. Não é fácil ganhar ao Nacional, mas demonstrámos o nosso valor. Vamos continuar a trabalhar com confiança»


Ficha do Jogo

Liga 2005/06 (8ª jornada)

Estádio Engº Rui Alves, no Funchal

Árbitro: Hélio Santos (Lisboa)
Assistentes: Carlos Carmo e Ricardo Santos
4º árbitro: Marco Delgado

NACIONAL: Diego Benaglio; Emerson, Cléber, Ricardo Fernandes, Ávalos «cap.» e Miguelito; Bruno, Chainho e Alexandre Goulart; Miguel Fidalgo e Chilikov
Substituições: Miguel Fidalgo por Nuno Viveiros (32m), Emerson por Luisinho (52m) e Cléber por Anic (58m)
Não utilizados: Hilário, André Pinto, Alonso e Cardozo
Treinador: Manuel Machado

F.C. PORTO: Vítor Baía; Bosingwa, Pepe, Pedro Emanuel «cap.» e Cech; Paulo Assunção, Lucho Gonzalez e Jorginho; Quaresma, McCarthy e Hugo Almeida
Substituições: Hugo Almeida por Alan (63m), Quaresma por Diego (78m) e Jorginho por César Peixoto (88m)
Não utilizados: Paulo Ribeiro, Ricardo Costa, Ibson e Raul Meireles
Treinador: Co Adriaanse

Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Hugo Almeida (47m)
Disciplina: Cartão amarelo a Bruno (40m), Cech (80m), McCarthy (88m)

* Fotos fcporto.pt

sábado, outubro 22, 2005

O sistema vermelho

Para quem tinha dúvidas, aí está. A decisão sobre o sumaríssimo a Petit foi decidida ontem mas só será divulgada na próxima segunda-feira alegadamente porque «uma sanção ao jogador implicaria indesejáveis alterações de última hora»(!!). Como se não fosse já ridículo ver a pena reduzida de dois para um jogo, o absurdo é que esse jogo de suspensão será cumprido num jogo para a Taça de Portugal, com uma equipa da Liga de Honra e em estádio neutro já que o jogo irá disputar-se no Bessa (a filial nº1 dos lampiões no Norte).


O sistema vermelho II

«(...) parece muito contestável a decisão da Comissão de Arbitragem da Liga de nomear para o Nacional-FC Porto (segundo e terceiro classificados, respectivamente) Hélio Santos, um árbitro muito conotado com o Benfica (protagonizou o caso da bota emprestada no Algarve, onde expulsou o lateral direito estorilista, após o que já fizera no Setúbal-FC Porto, etc., etc., etc.) quando Luís Guilherme dispunha de cinco internacionais (Paulo Costa, Pedro Proença, Paulo Paraty, João Ferreira e Olegário Benquerença, mais dois pré-internacionais, Carlos Xistra e Jorge Sousa) para nomear, árbitros estes que ainda não apitaram qualquer jogo da equipa portista esta época. Será (como se interrogou aqui mesmo Jorge Coroado) por causa "da relação fraterna entre dirigente e dirigido" que isto está a acontecer? Vamos ver.»
in O Pato

Convocados para a Madeira

A única novidade na lista dos convocados para o jogo com o Nacional da Madeira de amanhã é a entrada de Raúl Meireles. O jogo será ás 21:15 e terá transmissão na SportTV.

Convocados

Alan, Bosingwa, Cech, César Peixoto, Diego, Hugo Almeida, Ibson, Ivanildo, Jorginho, Lucho Gonzalez, McCarthy, Paulo Assunção, Paulo Ribeiro, Pedro Emanuel, Pepe, Quaresma, Raul Meireles, Ricardo Costa e Vítor Baía.

Aposta inicial

Guarda-Redes: Vitor Baía;
Defesa: Sonkaya, Pepe, Pedro Emanuel e Marek Cech;
Meio-Campo: Paulo Assunção, Lucho González e Diego;
Avançados: Quaresma, Benni McCarthy e César Peixoto.

Acho que Co Adriaanse deve voltar a apostar no 4-3-3 que tanto gosta. Na defesa incluía Sonkaya que substituia assim Bosingwa que não parece dar conta do recado nos últimos jogos que fez a titular. O resto manteria na mesma.

No meio-campo, Paulo Assunção de início, a trinco, para dar uma ajuda na defesa e recuperar mais bolas. Lucho seria o box-to-box e Diego jogaria mais perto dos avançados, organizando jogo.

Na frente Benni McCarthy apoiado por Quaresma e Peixoto nas alas. O «mustang» tem de ser titular enquanto que do outro lado apostaria em Peixoto mas também pode jogar Alan no lugar que até agora tem sido de Lisandro López.

Qualquer que seja a equipa a entrar na «Choupana», tem de correr e honrar a camisola azul e branca e claro, trazer os três pontos. FORÇA PORTO!

sexta-feira, outubro 21, 2005

Continuem assim

O Benfica empatou em casa do Villareal, clube estreante na Liga dos Campeões e sem qualquer história na Europa, ocupa o 9º lugar na Liga Espanhola, 13º no ranking IFFHS.


O FC Porto ganhou em casa ao Inter de Milão, campeão europeu por 2 vezes e com historial na Europa, ocupa o 3º lugar na Liga Italiana, 1º no ranking IFFHS.


Menosprezar as nossas vitórias é algo a que já nos habituámos e que nos dá ainda mais força. Espero que guardem sempre um cantinho para nós na 1ª página, porque os nossos feitos não ficarão por aqui.

Também me parece...

Petit foi finalmente ouvido pela CD da Liga. Passaram-se 17 (!!) dias desde a agressão ao jogador do Vitória. À saída da sede da Liga, Petit afirmou: «espero não apanhar nenhum jogo de castigo»... (pausa)... AHAHA!

Eu acho que o Petit sabe algo que eu não sei, porque se não for castigado pela entrada que teve será um escândalo daqueles que não se vêem há muito tempo. Pronto, que não se vêem desde o último Estoril-Benfica ou Benfica-Estoril, não me recordo.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Obrigado, Mister!


FC Porto  2   -   0  Inter Milão


Para além das mudanças efectuadas na equipa por Adriaanse, hoje o Porto teve a estrelinha da sorte que não teve em outros jogos sobretudo contra Rangers e Artmedia.

Co Adriaanse também parece saber jogar pelo seguro, fez uma autêntica revolução (e bem!) não só nos jogadores (seis novidades!) mas também no esquema de jogo passando do 4-3-3 habitual para o 4-4-2 que se transformava em 4-2-4 em situações de ataque.

Com o centro da defesa remodelado, Pedro Emanuel esteve em bom plano. O capitão foi a voz de comando e conseguiu dar alguma estabilidade à frágil defesa portista. Pepe causou alguns calafrios sobretudo quando tenta segurar a bola à entrada da área arriscando situações de muito perigo para Vitor Baía, que esteve soberbo durante todo o desafio sobretudo quando negou o golo a Cruz aos 20' quando apareceu isolado à sua frente e na saída aos perigos centro para a área.

Nas laterais, Bosingwa continua fraco a defender e parece estar a oferecer o lugar de bandeja a Sonkaya. Marek Cech esteve algo nervoso nos minutos iniciais mas não era caso para menos já que se estreava pela sua nova equipa logo na Liga dos Campeões e logo frente ao Inter. Com o passar do tempo foi ganhando confiança e conseguiu uma exibição positiva com bons pormenores tanto a defender como a atacar.

Paulo Assunção hoje era uma espécie de D. Sebastião em que os portistas depositavam a esperança de uma equipa mais equilibrada e não defraudou as expectativas. Esteve muito bem a defender recuperando muitas bolas e a apoiar a defesa, dando mais espaço a Lucho González que vagueou por todo o meio-campo recuperando também muitas bolas e impondo o ritmo entre a defesa e o ataque. Jorginho, que, diga-se em abono da verdade, já merecia umas férias nas Caraíbas, corre e esforça-se muito mas não chega. É necessário algo mais para que não aconteçam os erros de outros tempos como as perdas de bola em zonas proibidas que põem em risco toda a estratégia da equipa. Quaresma foi o diabo à solta para a defensiva interista, sobretudo para Córdoba que deve ter rogado pragas ao «cigano». Foi o desiquilibrador-mor da equipa não só a atacar mas também a defender. Correu quilómetros.

No ataque houve mais uma surpresa de Adriaanse: McCarthy e Hugo Almeida juntos. O sul-africano teve uma perdida quase escandalosa aos 8' mas compensou com um bom golo numa recarga a um livre. Correu muito como é habitual e deu uma ajuda a pressionar a defensiva italiana. Já o português esteve bem a tentar desiquilibrar no centro da defesa mas não tão bem na hora do último toque que podia isolar um colega preferindo por acções individuais que nunca foram bem sucedidas.

Dos substitutos, Alan entrou muito bem no jogo e criou alguns lances de perigo junto à lateral direita, Ivanildo esteve trapalhão e não consegiui impôr-se nos últimos minutos. Ibson esteve apenas 2' em campo.

A destacar pela negativa o trabalho do árbitro russo que perdoou descaradamente a expulsão de Cruz e Córdoba.

Vamos ver se Adriaanse daqui para a frente encara os jogos de uma forma diferente e mais realista. A diferença entre o primeiro e último classificado do grupo é de apenas 3 pontos... ainda vamos a tempo!


Mais e Menos

+ Paulo Assunção Foi um dos responsáveis no equilíbrio no meio campo portista.

+ Quaresma Foi o mais perigoso no ataque portista

+ Vitor Baía Esteve imperial, negou por duas ocasiões o golo ao Inter e teve boas saídas a cruzamentos perigosos.

+ Marek Cech Estreou-se bem. Temos reforço?

- Árbitro Péssima exibição a nível disciplinar, amigo dos italianos.

- Jorginho A precisar urgentemente de férias.

- Bosingwa Ainda não convenceu a defesa direito.


Declarações

Co Adriaanse (FC Porto)

«O Inter criou três ou quatro oportunidades para marcar golo, nós marcámos dois, mas tivemos várias oportunidades para marcar, especialmente no segundo tempo. Mas nenhuma equipa jogou de forma perfeita. Não há jogos perfeitos. Tínhamos de ganhar, é difícil vencer as equipas italianas, porque defendem bem e também atacam bem. Nós defendemos bem e jogámos com dois avançados, o McCarthy e o Hugo Almeida e ainda dois extremos, o Quaresma e o Jorginho.

Tínhamos de conquistar os três pontos, o Glasgow agora tem quatro pontos. Portanto, as hipóteses ainda estão nas nossas mãos. Vamos jogar com o Inter e depois com o Glasgow. Tudo depende de nós».

Benni McCarthy (FC Porto)

«Esta vitória foi importante por causa do próximo jogo, com o Nacional. Perdemos o ânimo frente ao Benfica, mas hoje provámos que temos valor, porque ganhámos a uma equipa que é melhor do que o Benfica. Hoje marquei um golo fantástico, fui feliz. É um golo importante para regressar aos golos. Estes três pontos são maravilhosos».

Roberto Mancini (Inter)

«Sabíamos que era boa equipa, mas foi um jogo estranho, que perdemos com dois auto-golos. Quando uma equipa não está destinada a ganhar, nada há a fazer.

Confesso que esperava vencer para garantir já a qualificação, por isso estou desiludido. Mas estamos tranquilos, na primeira posição do grupo e quero somar quatro pontos nos dois próximos jogos»


Ficha do Jogo

UEFA Champions League (Grupo H – 3ª jornada)
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 38.418 espectadores

Árbitro: Valentin Ivanov (Rússia)
Assistentes: Nikolai Gulobev e Tihon Kalugin
4º árbitro: Igor Egorov

F.C. PORTO: Vítor Baía; Bosingwa, Pedro Emanuel, Pepe e Cech; Lucho e Paulo Assunção; Quaresma, Jorginho e Hugo Almeida; McCarthy.
Substituições: McCarthy por Alan (59m), Quaresma por Ivanildo (82m), Jorginho por Ibson (90m)
Não utilizados: Paulo Ribeiro, Ricardo Costa, Diego e César Peixoto.
Treinador: Co Adriaanse

INTER: Júlio César; Córdoba, Samuel, Materazzi e Favalli; Cambiasso, Pizarro, Véron, Figo e Solari; Júlio Cruz.
Substituições: Pizarro por Recoba (53m), Solari por Adriano (67m), Figo por Zé Maria (81).
Não utilizados: Toldo, Burdisso, Womé e Cristiano Zanetti.
Treinador: Roberto Mancini

Ao intervalo: 2-0
Marcadores: Materazzi (21m p.b.) e McCarthy (35m)
Disciplina: Cartão amarelo a Júlio Cruz (40m) e Córdoba (45m), Pepe (52m) e Favalli (79m)

* Fotos Associated Press (AP)

Expectativa

O jogo com o Inter vai ser o mais duro teste aos jogadores e treinador. Até agora é a equipa mais cotada que vamos defrontar em jogos oficiais e como se isso não bastasse, a situação do clube é a pior desde o início da temporada.

Estou expectante e um pouco pessimista, confesso, mas com uma ténue esperança que este seja o jogo de viragem numa trajectória que tem sido descendente (a pique) há já alguns jogos.

Gostava de ver esta noite um Porto diferente, onde os laterais não subissem ao mesmo tempo e tivessem mais cuidados defensivos, que Jorginho ficasse no banco, que jogássemos com um médio defensivo, que Quaresma e Pedro Emanuel joguem de início e que todos os jogadores corram e honrem a camisola azul e branca.

MST: Os três erros fatais de um teimoso

«1. Poucas vezes uma derrota com o Benfica, mesmo que no Porto, me causou tão pouco abalo como a de sábado passado. Primeiro que tudo porque eu troquei uma ida ao Dragão por um fabuloso fim-de-semana de caçada às perdizes, na zona beirã do Tejo Internacional. E, quando se está a caçar perdizes, entre amigos e naquela paisagem despojada e selvagem, tudo o resto toma uma importância relativa: como escreveu Shakespeare no Hamlet, com aplicação directa à paixão futebolística, «há mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que a tua vã sabedoria supõe». Segundo, porque eu percebi, ao minuto zero do jogo e quando vi a equipa escalada por Adriaanse, que as coisas não iam correr bem, e logo me preparei para o pior; e percebi, por volta do minuto 20, que só o Benfica poderia ganhar aquele jogo. Em terceiro lugar, porque aquilo que verdadeiramente me faz sofrer é quando o FC Porto joga bem e perde, ou quando factores externos conduzem à derrota, sem mérito para o adversário. Mas, desta vez, nem a criteriosa escolha de Lucílio Baptista (just in case...) se revelou necessária: a defesa portista, as asneiras de Adriaanse e o mérito do Benfica foram mais que suficientes para um desfecho que se revelou perfeitamente natural. E, para que conste, justíssimo e sem contestação possível.


2. Mas, tomem nota, também: numa semana em que, como habitualmente, a minha estimulante colega de coluna, Leonor Pinhão, fez questão de relembrar acidentes passados da última vez que o Benfica ganhou no Porto, revelando que o seu presidente de então, Jorge de Brito, teve de sair do estádio de ambulância e disfarçado de doente (estaria mesmo disfarçado ou estaria mesmo doente?), desta vez os selvagens do Porto receberam o Benfica sem a mínima razão de reclamações, excepto as de má-fé. Parece que, no hotel onde a equipe lisboeta dormiu, dois petardos (e não «três ou quatro », como disse o presidente benfiquista) foram lançados na rua por energúmenos de passagem, que existem infelizmente em todas as cidades e todos os clubes. E nada mais. Nem as provocações lançadas em Gaia no próprio dia do jogo por Luís Filipe Vieira en contraram qualquer eco ou qualquer resposta de dirigentes ou gentes portistas, que se mantiveram alheios ao ambiente toda a semana e assim continuaram depois. Nem o aparato policial requisitado pelo Benfica para se deslocar ao estádio encontrou qualquer justificação no ambiente vivido. Os adeptos benfiquistas compraram todos os bilhetes a que tinham direito e não os 1008 que a direcção benfiquista quis instituir para os adeptos portistas na Luz. Viram o jogo tranquilamente e sem quaisquer incidentes, antes, durante ou depois, e festejaram pacificamente a vitória com os seus jogadores, mesmo apesar da atitude desafiadora de um tal José Veiga, que consegue a proeza de, tendo servido dois clubes rivais, ser igualmente detestado pelos adeptos de ambos. E, tal como anunciara previamente, o presidente do Benfica viu o jogo no camarote presidencial, sem direito a insultos, a cartazes ofensivos, a cânticos hostis ensaiados ou a conferências de imprensa improvisadas no final para o ofender pessoalmente. Para que conste, também. E para comparação futura.


3. Ronald Koeman derrotou Co Adriaanse em toda a linha e com laivos de maquiavelismo. Koeman estudou bem o FC Porto e montou uma estratégia para vencer. Adriaanse, tal como já sucedeu outras vezes esta época, deu ideia de não conhecer o adversário e limitou-se a mandar 11 lá para dentro e esperar até ao 0-2 que eles resolvessem o assunto a golpes vadios de inspiração.Depois de ver como um e outro encararam o jogo, não me admira que Koeman esteja a ganhar 7-0 nos confrontos com Adriaanse.

Mas não esperem de mim que, por causa de uma derrota, ainda que exemplar, venha desdizer tudo o que de bom já disse sobre Co Adriaanse. O meu lenço branco continua no bolso. E eu continuo a pensar que ele tem razão em privilegiar o jogo ofensivo — não apenas em teoria mas no concreto, atendendo aos jogadores que tem, para atacar e para defender. Continuo a pensar que ele tem razão em ser um disciplinador e muitas das suas ideias têm toda a lógica e fazem todo o sentido. Mas também não posso deixar de reforçar as críticas que já lhe fiz e cujo único erro de que me penitencio foi ter pensado que eram detalhes corrigíveis e afinal estarem-se a revelar problemas de fundo. Adriaanse é teimoso até ao absurdo, é autoritarista até ao ponto de isso prejudicar as suas boas ideias em matéria de disciplina e tem um excesso de autoconfiança e um défice de humildade que facilmente se transformam em autismo e arrogância, com evidente prejuízo da equipa. Dá que pensar e é matéria de séria preocupação que só o treinador não consiga ver o que qualquer um vê à vista desarmada. Os três erros fatais cometidos por Adriaanse no jogo contra o Benfica foram demasiado gritantes para serem desculpáveis e foram causa decisiva da derrota. Poucas vezes se poderá dizer com tamanha segurança que uma equipa foi derrotada pelos erros do seu treinador.

O primeiro erro fatal de Adriaanse foi, obviamente, a defesa. Talvez ele não tenha a culpa toda pelo facto de o FC Porto não ter um único grande central e jogar com dois laterais adaptados: ou seja, de não ter um único bom defesa de raiz. Mas, se prefere jogar com Bosingwa adaptado que com Sonkaya, por ele indicado para a função, então tem de explicar a Bosingwa o mínimo que é de esperar de um lateral — por exemplo, que, se o avançado contrário pode cabecear a bola para golo e ele está por ali, é de esperar que tente também cabecear a bola, em lugar de ficar a olhar. Depois, tem de dizer aos centrais que não podem subir os dois nos cantos, proporcionando contra-ataques como o que deu a vitória ao Artmedia e o que ia dando o 3-0 ao Benfica. E, finalmente, não pode, sob pena de suicídio continuado, insistir nos dois piores centrais dos cinco que tem ao seu dispor. Ricardo Costa já teve sobejas oportunidades para mostrar o que valia e já deu suficientes provas de que a sua vontade e a sua ambição não têm correspondência no seu valor. Quanto a Bruno Alves, esse só pode ser um caso evidente de erro na origem: se realmente tem talento para jogar futebol, de certeza que não é a defesa-central. E, depois daquela vergonhosa atitude para com Nuno Gomes, a questão é a de saber se pode voltar a ter lugar na equipa principal do FC Porto. Como quer que seja, os factos falam por si: esta dupla de centrais em que Adriaanse se fixou encaixou sete golos nos três jogos que fez, dois dos quais jogados em casa. Tremo só de pensar que lhe estará reservada a tarefa de amanhã enfrentar Adriano e companhia.

O segundo erro do homem que disse que não iria mudar nada por se tratar do Benfica foi ter mudado o que não devia e não ter mudado o que devia. Não mudou a defesa, que tão más provas vinha dando, e ela enterrou a equipa. Não deu descanso ao Lucho González, que grita desesperadamente por alguns dias de repouso, ao fim de um ano inteiro a jogar sem pausas, e que regressara 24 horas antes do Uruguai, depois de dois jogos e duas viagens intercontinentais em sete dias. Tirou o Diego, que estava a jogar bem, e meteu finalmente o Jorginho na sua verdadeira posição, só que tarde e a más horas, porque salta à vista que o Jorginho atravessa uma crise de forma a pedir banco urgente. E, finalmente, mexeu no ataque, que era a sua melhor defesa face à incompetência larvar da defesa, e, fazendo-o, quebrou as rotinas adquiridas, sem que a alternativa tivesse mostrado um mínimo de inspiração ou trabalho de casa.

O terceiro erro já é um clássico e um mimetismo típico de treinador português, que Co Adriaanse parece ter assimilado até ao âmago: quando o jogo é complicado olha-se para a lista de jogadores e tira-se o mais criativo deles, o desequilibrador nato, aquele que o adversário mais teme, a benefício da suposta consistência da equipa. Ganhei, infelizmente, duas apostas feitas com um amigo: uma, que Adriaanse iria deixar o Ricardo Quaresma de fora da equipa inicial; outra, que o meteria à pressa, assim que estivesse a perder, porque também isso é um clássico: os génios não servem para ganhar jogos, só servem para salvar jogos perdidos. Só não esperava é que a sua parcimónia fosse tamanha que, quando finalmente meteu o Quaresma em jogo, depois de longos minutos a dar-lhe instruções inúteis, já houvesse 2-0 e nada a fazer.

Eu sei que o mister Co Adriaanse, para além da sua teimosia flamenga, também não fala e não lê português, o que muito contribui para o autismo em que vive. Talvez seja altura de Pinto da Costa começar a aprender holandês, antes que, por delicadeza, como disse o Rimbaud, tudo esteja perdido.»

Miguel Sousa Tavares, in A Bola (18/10/2005)

terça-feira, outubro 18, 2005

Convocados para o Inter

Algumas alterações na convocatória de Adriaanse para o embate com os italianos do Inter de Milão. Entraram Pedro Emanuel e Ivanildo e saíram Lisandro López (lesionado) e Bruno Alves (opção). De fora continuam ainda o «capitão» Jorge Costa e Raúl Meireles.

Convocados

Alan, Bosingwa, Cech, César Peixoto, Diego, Hugo Almeida, Ibson, Ivanildo, Jorginho, Lucho Gonzalez, McCarthy, Paulo Assunção, Paulo Ribeiro, Pedro Emanuel, Pepe, Quaresma, Ricardo Costa e Vítor Baía

Baía em livro

No próximo dia 27 de Outubro irá ser lançada a autobiografia de Vitor Baía. Uma espécie de álbum de recordações com um DVD extra. A obra pode ser reservada através do site oficial do FC Porto.

Prólogo

«O Mar é uma constante na minha vida: nasci ao pé do mar, cresci ao pé do mar, e tenho a sorte de, da varanda de minha casa, poder contemplar o seu imenso azul.

Escolhi a profissão de futebolista por paixão, (contra a vontade até do meu próprio Pai), e porque senti que tinha nascido para isso.

Contudo, fui aprendendo ao longo da minha carreira profissional que no mundo do futebol de alta competição, não existem portos de abrigo. É preciso estar sempre a navegar, e é-nos exigido que o façamos num único lugar: na crista da onda!

E por isso, olhando para trás, com tudo de bom e de mau que me aconteceu, eu acho que posso resumir a minha vida, não lhe acrescentando nem menos nem mais, numa língua de Mar sem cais…

Como alguém disse, só é verdadeiramente derrotado quem desiste de lutar. Por isso eu vos proponho, baseado na minha própria experiência: nunca desistam dum sonho!»

Vítor Baía

segunda-feira, outubro 17, 2005

Caceteiros & Cia.

Karagounis lesiona LisandroLisandro López, que estava a ser um dos melhores portistas em campo, saíu aos 25' lesionado por Karagounis. O benevolente Lucílio Batista entendeu que a entrada por trás do grego merecia «apenas» o cartão amarelo. Certo é que Karagounis irá continuar a distribuir porrada enquanto Lisandro fica de fora pelo menos dois jogos.

Se pensarmos bem, esta táctica não é novidade uma vez que no jogo anterior dos encarnados Petit lesionou propositadamente o melhor jogador em campo do Vitória de Guimarães, Tiago Targino, que teve de ser substituído. Escusado será dizer que o «petit» jogador nem cartão levou e o sumaríssimo já se arrasta há mais de duas semanas com tendência a não dar em nada.

domingo, outubro 16, 2005

Mau demais


FC Porto  0   -   2  Benfica


Apesar do domínio na 1ª parte, equipa do Porto não conseguiu ser perigosa. As oportunidades foram nulas, ou quase, houve muitos passes falhados acabando os jogadores do benfica por ficar sempre com os ressaltos, isto sem não falar nos cruzamentos (só deve ter saído um razoável em todo o jogo). Em 7 ou 8 cantos, nenhum foi aproveitado, parecia que o objectivo era acertar no Quim ou mandar directamente para fora.

Algo vai mal na equipa. Na defesa acontecem os erros do costume, a «amélia» Nuno Gomes marca um golo de cabeça entre dois jogadores do Porto? O segundo então, não há palavras, assistência perfeita de Ricardo Costa. É fácil culpar a equipa toda e dizer a defesa não joga sozinha etc, mas estes lances não têm a ver com a equipa, foram erros defensivos básicos. Os defesas estavam lá mas não tiveram capacidade para anular os lances de ataque. Falharam.

Depois do Benfica ter marcado o 1º, nunca mais o Porto conseguiu construir jogadas com nexo. A saída de Lucho ainda afundou mais o meio-campo portista e pareceu que já nem os próprios jogadores acreditavam conseguir dar a volta.

Adriaanse tem que rever muita coisa nesta equipa. Foi mau demais para ser verdade.


Mais e Menos

- Defesa Muito mal mais uma vez.

- Co Adriaanse Depois de insistir num modelo desiquilibrado e ter falhado, nada como insistir no mesmo modelo. Jorginho ainda joga?!

- Jorginho Por favor tirem este jogador da equipa.

- Centros Alguém ensine os alas a centrar e a marcar cantos. Que miséria.


Declarações

Co Adriaanse

«O Benfica teve duas oportunidades na segunda parte e fez golo. O jogo foi mudando em favor da vantagem do Benfica, mas penso que o F.C. Porto devia ter marcado, criámos perigo mas não criámos oportunidade de golo».

«Temos quatro dias para o jogo com o Inter de Milão, mas temos de esperar e ver se lesão de Lisandro é grave e verificar o estado de Lucho que também saiu lesionado. O Pedro Emanuel não foi seleccionado porque partiu o nariz durante o jogo com o Rangers, e como só treinou durante pouco mais de uma semana, penso que seria perigoso para ele jogar. Estamos a trabalhar bem, mas não estamos a ter sorte, fomos mais fortes que o Benfica até ao momento em que eles marcaram o golo. Temos de ganhar ao Inter de Milão na quarta-feira, pois não creio que um ponto chegue para que possamos seguir em frente na fase de grupos»


Ficha do Jogo

Liga 2005/06 (7ª jornada)
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 50.109 espectadores

Árbitro: Lucílio Baptista (Setúbal)
Assistentes: José Cardinal e Luís Salgado
4º árbitro: António Resende

F.C. PORTO: Vítor Baía; Bosingwa, Ricardo Costa «cap.», Bruno Alves e César Peixoto; Lucho Gonzalez, Ibson e Jorginho; Lisandro Lopez, McCarthy e Alan
Substituições: Lisandro Lopez por Diego (25m), Lucho Gonzalez por Quaresma (64m) e Alan por Hugo Almeida (70m)
Não utilizados: Paulo Ribeiro, Pepe, Paulo Assunção e Cech
Treinador: Co Adriaanse

BENFICA: Quim; Nélson, Luisão, Anderson e Léo; Karagounis, Petit, Manuel Fernandes e Simão «cap.»; Nuno Gomes e Miccoli
Substituições: Miccoli por Geovanni (15m), Karagounis por Karyaka (55m) e Geovanni por Ricardo Rocha (88m)
Não utilizados: Rui Nereu, Mantorras, Beto e Dos Santos
Treinador: Ronald Koeman
Ao intervalo: 0-0

Marcadores: Nuno Gomes (56 e 63m)
Disciplina: Cartão amarelo a Karagounis (21m), Manuel Fernandes (31m), Bosingwa (48m), Karyaka (62m), Jorginho (67m), Léo (71 e 85m), Ricardo Costa (75m) e Quim (90m). Cartão vermelho a Bruno Alves (81m)

* Fotos Associated Press (AP)

sábado, outubro 15, 2005

FORÇA PORTO!


PORTO!PORTO!PORTO!

sexta-feira, outubro 14, 2005

Desculpe o incómodo

Petit é ouvido no próximo dia 20 pelo instrutor responsável pela condução do processo sumaríssimo que lhe foi instaurado. O adiamento, para aquela data, da audição do médio foi decidida pelo presidente da Comissão Disciplinar da Liga (CD), Almeida Silva Pinto, tendo em conta o calendário sobrecarregado do futebolista nos últimos dias. Manuel Fernandes e Simão também serão ouvidos na sede da Liga como testemunhas.
in A Bola, 14/10/05


É com naturalidade a que assisto ao desenrolar deste processo. O presidente da CD da Liga permite que o infractor preste declarações quando lhe der mais jeito, de maneira a não incomodá-lo para os jogos difíceis que se aproximam, beneficiando claramente o Benfica.

Como se não bastasse, a audiência só terá lugar no próximo dia 20, significando que Petit não só vai poder alinhar frente ao FC Porto como também no próximo jogo dos encarnados, frente ao Estrela da Amadora. A «eventual» punição só será cumprida 4 semanas após a instauração do processo. Se este é um processo sumaríssimo (célere) não quero imaginar como serão os restantes.

Convocados para o clássico

Co Adriaanse revelou a lista de convocados para o jogo grande com o Benfica. O destaque vai para as ausências de Sonkaya, Pedro Emanuel e Hélder Postiga. McCarthy parece estar recuperado e Lucho também está apto.

Lista de Convocados:
Alan, Bosingwa, Bruno Alves, César Peixoto, Diego, Hugo Almeida, Ibson, Jorginho, Lisandro, Lucho, Marek Cech, McCarthy, Paulo Assunção, Paulo Ribeiro, Pepe, Quaresma, Ricardo Costa e Vítor Baía.

quarta-feira, outubro 12, 2005

MST: Desmancha-prazeres

1. Parece que Luiz Felipe Scolari não terá gostado muito de uns comentários de Gilberto Madail, criticando a prestação da Selecção contra o Liechtenstein, e deixou no ar a ameaça (ou a promessa...) velada de se poder ir embora, antes ainda do Mundial. Pode ser que não tenha passado deumarrufo de quem não está habituado a que ponham em causa os seus méritos, ou pode ter-se tratado demais qualquer coisa, que ainda não sabemos: a verdade é que, há tempos atrás, vi uma entrevista do seleccionador a uma televisão brasileira onde ele afirmava que tinha convites de outras selecções ou clubes do Sul da Europa e era coisa que o poderia vir a interessar. Nessa entrevista Scolari só descartava a possibilidade de regressar ao Brasil, explicando que aqui recebia no dia 1 de cada mês e lá recebia quando calhava...
Mas esse ordenado pontualmente pago vem dos cofres da Federação e estes, por sua vez, são alimentados em parte pelo público que, como o de Aveiro sábado passado, enche os estádios para ver jogar a Selecção. Só abona a favor de Gilberto Madail que o presidente da Federação dê eco à frustração de 30 mil espectadores que tinham acabado de assistir a um jogo que roçou o limite do suportável — e já não era o primeiro nem o segundo.
Verdade se diga que o próprio Scolari não estava muito contente com aquela exibição, embora só no final o tenhamos percebido — ele que foi o primeiro a afirmar que um empate ou uma vitória por «meio a zero» já chegava: teve o que pediu. Há várias coisas em que Scolari só se pode queixar de si próprio, a primeira das quais é a sensação que ele transmitiu, desde que chegou, que a Selecção é praticamente imutável: são os mesmos de sempre, por pior que estejam ou por melhor que estejam os seus concorrentes. Recordo que, contra a opinião de toda a gente de bom senso, ele passou seis meses a treinar para o Europeu uma equipa onde não havia ninguém do FC Porto no meio-campo, apesar de esse meio campo ser campeão europeu. E foi só após a derrota inaugural contra a Grécia, e na iminência de ver a equipa escandalosamente afastada da qualificação para os quartos-de-final, que ele se rendeu, enfim, à evidência. Nos tempos mais recentes, com sucessivas exibições medíocres dos intocáveis, só o seleccionador é que parece não ver a desinspiração continuada de algumas vedetas encartadas ou outras de recente extracção.E já nem falo do caso do Ricardo, porque, tendo sido o primeiro a falar disso, já me saturei do assunto e é tão evidente a razão que então tinha, e hoje salta à vista de todos, que a única coisa que posso dizer sobre isto, agora, é que a teimosia do seleccionador, que ele confunde com autoridade, é a pior ajuda que podia prestar ao guarda-redes do Sporting. Está a ser friamente lançado às feras para servir de instrumento ingénuo dos tiques de autoridade do seleccionador.
O mais notável e eloquente desta postura foi o facto de o seleccionador, após reconhecer a paupérrima exibição contra o Liechtenstein, afirmar tranquilamente que, dos 23 jogadores a levar ao Mundial, 20 já estavam escolhidos e, entre esses, dois dos três guarda-redes. A nove meses de distância, o que isto significa é que em nada adianta que os que estão de fora façam uma grande época ou que os que estão dentro se afundem na Selecção ou nos seus clubes: os lugares cativos mantêm-se intocáveis. Imagine-se a motivação que daqui deve resultar, para uns e para outros.
Não sei se o Presidente da República faz tenções de voltar a condecorar os heróis que agora asseguraram a qualificação portuguesa para o Mundial da Alemanha — depois de ter achado mais pertinente condecorar a Selecção que perdeu o Europeu para a Grécia, jogando em casa, que o FC Porto, campeão europeu e mundial de clubes. Mas eu, sinceramente, não vejo grande proeza em ter obtido a qualificação num grupo tão fácil como o que nos calhou em sorte, onde a única selecção com algum historial, a russa, atravessa o pior momento das últimas décadas. Já sei que é a primeira vez que nos qualificamos para dois Mundiais consecutivos e, entre Mundiais e Europeus, vamos em não sei quantas qualificações sucessivas. Convém porém não esquecer que anteriormente se qualificavam 16 selecções (e, depois, 24) para o Mundial e agora 32, e 8 para o Europeu e agora 16 (e, para o último, quem nos qualificou foram os portugueses que pagam impostos e pagaram o Euro-2004).
Não sei, é apenas uma sugestão ou uma opinião contracorrente: mas talvez não nos ficasse mal, na perspectiva do Alemanha-2006,um pouco mais de humildade entre os já eleitos e um pouco mais de exigência entre os arautos.

2. É suposto igualmente sentirmos uma profunda e lusófona alegria pela qualificação de Angola. É estranho: não consigo senti-la. Quando penso em Angola penso nos milhares de crianças estropiadas de guerra para quem não há dinheiro para as próteses, nos outros milhares que vagueiam pelas cidades em busca de comida nos contentores de lixo, e penso num país imensamente rico onde uns vivem no luxo e nas mordomias do poder e a grande maioria vive na miséria. E lembro-me do texto que Pepetela aqui escreveu no sábado, desejando, enquanto angolano, que Angola se não qualificasse, para que isso não servisse de pretexto a mais umas quantas despesas sumptuárias de uns tantos privilegiados e a desviar as atenções daquilo que verdadeiramente interessa. Infelizmente, há alturas em que o futebol serve a quem não deve.

3. É seguro que não vão faltar os comentadores lisboetas a verem na vitória eleitoral de Rui Rio a derrota do FC Porto e de Pinto da Costa. Se Rio, que governou de costas voltadas para o FC Porto, teve 46% de votos, é porque o Porto-cidade lhe deu razão nessa atitude. Mas como se explica então que, do outro lado do rio, o grande apoiante do FC Porto — Luís Filipe Meneses — tenha tido 58%?
É inútil tentar explicar que uma e outra coisa não estão ligadas e a vitória de Rui Rio teve que ver com outras coisas e não foi conquistada contra o FC Porto mas apesar disso. E, se é verdade que ele tem o mérito de ter ganho sem precisar do FC Porto, também este ganhou — no País, na Europa e no Mundo — sem precisar do presidente da câmara do Porto. E uma coisa eu vos posso garantir: é que, se no Mundo inteiro não há quem saiba quem é o presidente da câmara do Porto, também não há quem hoje não saiba que fica em Portugal uma cidade chamada Porto, onde joga o FC Porto.
Quanto mais não fosse, bastaria esse simples facto para que devesse ser tido como uma anormalidade o desprezo a que o presidente da câmara do Porto vota a instituição que até hoje mais fez pelo nome e pelo prestígio da cidade — mais até que o vinho do Porto. Em Lisboa tal facto é tido como motivo de louvor e exemplo da saudável separação entre o futebol e a política. Curioso é que não tenham nunca uma palavra a dizer sobre os apoios constantes que as sucessivas vereações camarárias de Lisboa dão ao Benfica, ao Sporting ou ao Belenenses. Não há nada mais confortável que pregar moralidade no quintal do vizinho...

P. S. — Não sei se repararam numa notícia saída nos jornais que dizia que o arquitecto Manuel Salgado, autor do célebre Plano deP ormenor das Antas, iria processar a vereação de Rui Rio por violação de direito de autor. Em causa estará, segundo ele, a alteração feita pela câmara no seu projecto, permitindo maior volume de construção no centro comercial e nos edifícios anexos ao Estádiodo Dragão. Lembram-se quais eram as críticas que,uma vez eleito há quatro anos, Rui Rio fez ao Plano de Pormenor das Antas? O excesso de volumetria dos edifícios e a dimensão do centro comercial, que iria liquidar os comerciantes da Baixa...

Miguel Sousa Tavares, in A Bola (11/10/2005)

terça-feira, outubro 11, 2005

Obedecer ao patrão

«A Comissão Disciplinar da Liga de clubes irá ouvir as testemunhas arroladas pelo Benfica na próxima quinta-feira. No lote de nomes apresentado pelos responsáveis encarnados, incluem-se os de Petit, Simão e Targino, como O JOGO noticiou oportunamente, mas há ainda a destacar as chamadas do árbitro e árbitro-assistente do Benfica-Guimarães, Nuno Almeida e José Chilrito, respectivamente, sendo que este último estava a escassos centímetros da zona em que ocorreu o lance entre Petit e Targino.

Segundo O JOGO apurou, os dois árbitros irão apenas confirmar o que escreveram no respectivo relatório de jogo, ou seja, que não houve intenção de Petit magoar voluntariamente Targino, tendo, inclusive, o lance sido punido apenas com livre indirecto a favor do emblema de Guimarães.»
in O Jogo, 11/10/2005

O árbitro afinal viu o lance e nem cartão mostrou? Já se adivinha qual o desfecho deste caso...

segunda-feira, outubro 10, 2005

Novidades para o clássico

Continua a preparação para o primeiro clássico da época no Estádio do Dragão. Pedro Emanuel e Jorge Costa estão recuperados e podem ser opção para o eixo da defesa caso Adriaanse assim o entenda. Será desta que o capitão se estreia? Dado o tempo que esteve parado parece difícil.

No meio campo, Lucho González só chegará ao Porto a tempo de fazer um treino antes do jogo com o Benfica. Resta saber como estará a sua condição física para saber se Adriaanse continuará a apostar no médio internacional argentino.

Na frente de ataque, as portas da titularidade abrem-se para Lisandro López. Quem será o sacrificado? Na minha opinião seria Jorginho, que tem estado a jogar cada vez pior. McCarthy lesionou-se num treino da selecção sul-africana e está em dúvida. Assim que chegar ao Porto será avaliado. Caso não possa jogar, Hugo Almeida pode ser opção a titular como nº 9 ou até mesmo Lisandro López. Hélder Postiga há muito que não é convocado e por isso será difícil Adriaanse dar-lhe a titularidade.

Estádio quase esgotado

A pouco menos de uma semana do grande jogo, já só restam 4 mil bilhetes. Espera-se que antes do fim-de-semana a lotação esteja esgotada.

FC Marco na Taça de Portugal

FC MarcoA equipa do FC Porto entra em acção na Taça de Portugal 2005/06 dia 26 de Outubro, no Estádio do Dragão, encontrando o FC Marco da Liga de Honra.

O clube de Marco de Canaveses conta nas suas fileiras com três jogadores emprestados pelo clube azul e branco: Vieirinha, Gonzalo Marrokle e Pedro Ribeiro.

sábado, outubro 08, 2005

O crime que compensa

3 de Outubro
Durante o Benfica - Guimarães e com o jogo interrompido, Petit tem uma entrada violenta por trás sobre Tiago Targino. O árbitro supostamente não viu.

4 de Outubro
A Comissão Disciplinar da Liga instaura um processo sumaríssimo a Petit pela entrada violenta que pôs em risco a integridade física do jogador do Vitória de Guimarães.

6 de Outubro
Luis Filipe Vieira elogia Tiago Targino e dá a entender que está de olho nele tendo em vista a sua transferência para o clube de Lisboa.

7 de Outubro
Targino em entrevista, mostra-se encantado com a possibilidade de jogar num grande.

8 de Outubro
Segundo "O Jogo", o jovem Tiago Targino, o agredido, é uma das testemunhas de defesa de Petit para tentar convencer os juízes que na entrada de Petit não houve "intenção de magoar".

Aguardo com interesse o desfecho deste caso. Será que o crime afinal compensa?

quinta-feira, outubro 06, 2005

Bruno Moraes de regresso

Cinco meses depois da operação, Bruno Moraes está de volta. Ontem defrontou os Dragões Sandinenses, encontro particular que o FC Porto ganhou por 2-0, com dois golos de Lisandro López.

Adriaanse dissera que precisava de ver o jovem brasileiro em acção antes de tomar qualquer decisão quanto a dispensas. Bruno tem agora tudo para provar ao treinador que pode ser uma mais valia para a equipa. Ainda para mais com Sokota lesionado por vários meses.

Força Bruno, boa sorte!

quarta-feira, outubro 05, 2005

Coincidências

«Na última temporada Simão Sabrosa foi alvo de um processo semelhante na sequência de um Benfica-Guimarães e logo em vésperas de um FC Porto-Benfica. Ele há cada coincidência! Na altura, Simão contestou o processo e apresentou como testemunha nada menos que o seu bom amigo Alex, a alegada vítima da alegada cotovelada que justificou o sumaríssimo, adiando a decisão até depois do jogo no Dragão. Entretanto, Alex garantiu que não, que Simão não o tinha cotovelado, que no fundo tinha sido ele a atingir violentamente com a cara o cotovelo do benfiquista. Ganhou de prémio uma pré-temporada com o Benfica e um contrato com o Wolfsburgo. Nada mau. Simão, um bom rapaz, acabaria absolvido pela CD.

Petit, entretanto, tem problemas mais complicados para resolver. Desde logo porque é improvável que Targino aceite testemunhar o seu bom carácter. Acontece que, exactamente no mesmo jogo que resultou no sumaríssimo a Simão Sabrosa, Petit já tinha sido autor de uma entrada violenta, que a CD não viu, precisamente sobre Targino. As coincidências nunca param de nos surpreender! Depois, há os prazos. Faltam quase duas semanas até ao jogo no Dragão. Até lá, a CD tem tempo para ouvir testemunhas, ver vídeos e tomar decisões. Por outro lado, está agendada para os próximos dias uma greve dos magistrados...»
Jorge Maia n'O Jogo

MST: As razões à vista de Adriaanse

Nas semanas em que há jogos europeus a desvantagem de escrever no início da semana, como eu, é que os jogos europeus já estão desactualizados face aos jogos do campeonato que, entretanto, tiveram lugar ao fim-de-semana. É o caso, agora: para um portista o grande tema de meditação, esta semana, não pode deixar de ser a incrível derrota europeia frente àquela equipa com nome de agência de publicidade, e as subsequentes declarações que, sobre ela, fez o treinador Co Adriaanse, bem como as inúmeras reflexões que essa derrota e os comentários do treinador portista inspiraram. Só que, entretanto, houve o jogo da Madeira, susceptível ou não de mudar as conclusões que já teriam sido tiradas. Ora bem. Sucede que, por acaso, eu acho que nem é assim.

A derrota contra o Artmedia, o empate contra o Marítimo e as declarações de Adriaanse de que não iria mudar a sua filosofia e o seu estilo de jogo, apesar das sucessivas desilusões motivadas pelos descalabros defensivos dos portistas, permitem um julgamento comum sobre as razões do treinador do FC Porto. Os factos (os resultados) dão-lhe ou não razão, na sua crença de que o futebol de ataque é a solução adequada — em geral e, em particular, para o caso desta equipa do FC Porto? Há ou não razão para lenços brancos? A minha opinião é que Co Adriaanse tem razão — e julgo que comigo está a generalidade dos adeptos portistas. No geral porque é mil vezes preferível, como espectadores, um futebol de ataque, que traz espectáculo, emoção e beleza ao jogo, que aquele futebol completamente estéril e passivo que a equipa jogava no ano passado. No particular porque, olhando para a actual equipa do FC Porto, é fácil perceber que, face àquela defesa de gelatina, a melhor defesa possível... é o ataque. Muita gente criticou Adriaanse por ele não saber defender os resultados, ter uma estratégia suicida de ataque, nunca parar em busca do maior número de golos possível. Para esses espíritos desassossegados por tanta coisa nova e diferente Adriaanse deveria ter posto o FC Porto à defesa assim que chegou ao 2-2 em Glasgow e deveria ter parado de atacar assim que chegou ao 2-0 contra o Artmedia, em lugar de continuar à procura do 3-0. Pois, mas os factos podem ser vistos de outra perspectiva, onde os críticos perdem a razão: mesmo a jogar com 10 o FC Porto teve duas oportunidades de chegar ao 3-2 em Glasgow e, se o tem conseguido, pelo menos não acabaria a perder o jogo; teve uma oportunidade inacreditavelmente desaproveitada de chegar ao 3-0 contra o Artmedia e, se o tem conseguido, pelo menos não perdia o jogo; e, da única vez que recuou e defendeu o resultado — no Funchal a jogar contra 10, a um quarto de hora do fim —, acabou por consentir o empate. Moral da história, do meu ponto de vista: com uma defesa que, seja contra quem for, sofre habitualmente dois ou três golos, a única salvação possível é que o ataque e o meio-campo ofensivo consigam pelo menos marcar três e, de preferência, quatro. Deixemos de parte o recente e estranho jogo contra o Marítimo, em que, a par da pior exibição da época, o FC Porto foi surpreendido (como todos fomos) por um Marítimo que, em quatro dias de treinador novo, ressuscitou da nulidade e apareceu pujante de futebol e de energia, correndo sem parar, ao ponto de, a jogar com 10, ter conseguido encostar o FC Porto lá atrás a 15 minutos do fim. Vamos ver se esta extraordinária e instantânea ressurreição se confirma e em que termos nos jogos seguintes. (Só dois apartes, para contrariar as verdades feitas: o golo anulado ao Marítimo foi, tal como o golo anulado ao FC Porto, bem anulado, porque entre o jogador do Marítimo e a linha de golo só havia um portista no momento do passe—o Bruno Alves; o invocado penalty que terá sido sofrido por um sujeito do Marítimo que se viria a distinguir por cuspir na cara dos adversários e entrar a matar sobre eles depende da vontade de cada um — para mim trata-se de uma penalty à João Pinto, um estafado número que consiste em adiantar a bola para onde já não se pode ir buscá-la e depois arrastar a perna deliberadamente para encontrar a perna do defesa que tenta cortar a bola.) Mas, à parte esse atípico jogo com o Marítimo, o que o marcante jogo contra o Artmedia mostrou foi apenas aquilo que já se sabia. O que falta a este FC Porto, em minha opinião, é aquilo que aqui escrevi a seguir ao jogo contra o Glasgow Rangers: o fim do azar e uma defesa minimamente capaz. Compare-se com o Sporting, contra o Halmstads. Perdeu também por 2-3 mas o adversário ainda poderia ter marcado outros três. Já o Artmedia e o Rangers chutaram, cada um deles, quatro vezes à baliza do FC Porto, acertaram três vezes e das três foi golo. Em contraste, o FC Porto chutou 28 vezes à baliza do Artmedia, 25 à do Rangers, perdeu quatro ou cinco oportunidades flagrantes emcada um dos jogos, teve 62% de posse de bola no primeiro jogo e 68% no segundo, teve seis vezes mais ataques e seis vezes mais cantos que ambos os adversários... e perdeu os dois jogos. Independentemente dos erros defensivos, é forçoso reconhecer que apenas um pouco menos de azar e as histórias teriam sido outras. Agora sobeja a outra verdade incontornável. O FC Porto temo terceiro ataque entre as 32 equipas da Liga dos Campeões, é a equipa que mais ataques fez, mais remates fez, mais posse de bola teve. E a piordefesa. Nenhuma equipa com aspirações europeias se pode dar ao luxo de marcar quatro golos em dois jogos e perder ambos. Ou de sofrer oito remates à baliza e encaixar seis golos. É simplesmente impensável.

Ao longo das últimas décadas o FC Porto habituou os seus adeptos a ter sempre um ou dois grandes defesas-centrais em acção. De trás para a frente, foram os ciclos de Ricardo Carvalho, Jorge Andrade, Aloísio (10 anos!), Geraldão, Celso, etc. Nunca, que me lembre, o FC Porto iniciou uma época sem ter um grande central, pelo menos. Aconteceu este ano, em que o melhor deles, Jorge Costa, está, ainda por cima, encostado ou lesionado. A dupla dos últimos jogos — Ricardo Costa e Bruno Alves — é a pior de todas, com a agravante de ter nos flancos dois laterais adaptados. E, quando assim é, não há milagres. Ricardo Costa bem se pode justificar dizendo que a responsabilidade de defender é de todos e não apenas dos defesas: é tão verdade como dizer que a responsabilidade demarcar golos é de todos. O que sabemos é que a frieza dos números demonstra que o ataque tem cumprido a sua obrigação, a defesa é que não. O problema só tem solução de fundo e esta só pode chegar em Dezembro e cara. Daqui até lá, porém, decide-se o destino do FC Porto na Liga dos Campeões. Para que ele seja feliz é preciso que a sorte mude e a defesa portista seja capaz, ao menos, de não encaixar dois ou três golos todos os jogos. Entretanto, não vejo que vantagem possa haver em pedir a Co Adriaanse que ponha a equipa a jogar com base num sistema que depende do sector em que ela é mais fraca. Se não sabe defender, a única coisa que o FC Porto pode fazer é atacar. E quanto mais melhor.

Miguel Sousa Tavares, in A Bola (04/10/2005)

segunda-feira, outubro 03, 2005

Anderson, o melhor do mundial

Anderson na Selecção do BrasilApesar de ter jogado apenas os primeiros 15 minutos da final, devido a uma lesão, Anderson foi considerado pela FIFA o MVP do torneio.

O Brasil perdeu na final contra o México por 3-0 e o técnico da «canarinha» tinha uma explicação: «Creio que fizemos um excelente campeonato até à final, mas depois chegou a lesão de Anderson... A saída dele mudou a qualidade técnica da equipa e depois não tivemos capacidade para ultrapassar o jogo muito forte fisicamente do México».

O próximo reforço do FC Porto não passou despercebido e muitos dos «olheiros» que se deslocaram ao Perú para encontrar novos talentos ficaram maravilhados com a técnica e força do novo médio portista. A julgar pelos relatos, temos reforço!

Frustrante


Maritimo  2   -   2  FC Porto


Depois de estar a perder por 1-0 durante mais de uma hora, o FC Porto conseguiu virar o resultado em apenas 3 minutos, mas, como tem acontecido ultimamente, não conseguiu segurar a vantagem e deixou fugir os três pontos.

O Marítimo entrou muito bem e logo aos 7' Manduca marcou. A defesa do Porto esteve muito mal durante todo o jogo, especialmente na 1ª parte onde fora expostas todas as fragilidades. O primeiro tempo deve ser gravado e catalogado como "Uma equipa que ataca mal e defende muito pior".

Na 2ª parte houve uma melhoria no futebol azul e branco, mas mesmo assim longe do exigível. A entrada de Paulo Assunção veio dar mais (mas pouca) segurança defensiva se bem que sacrificando Diego, o que tornou o ataque menos trabalhado e mais directo.

Depois de conseguir dar a volta ao marcador, já com Hugo Almeida e Lisandro López em campo, a equipa voltou a falhar na defesa. Com mais dois jogadores em campo, não foram capazes de evitar o empate num remate de Marcinho de fora da área.

Apesar de ter estado em vantagem, o empate acaba por ser um bom resultado dada a exibição da equipa. Este foi seguramente o pior jogo que o FC Porto fez esta época, Champions incluída.


Mais e Menos

+ Quaresma Esteve em bom plano recuperando algumas bolas e ajudando a defender. Tirou alguns bons cruzamentos. Não compreendo como fui substituido.

+ Lucho O menos mau do meio campo.

+ Marítimo Mérito da equipa madeirense que conseguiu monopolizar o jogo sobretudo nos primeiros 45'.

- Defesa A primeira parte mostra a defesa desta equipa. Ou melhor, mostra como esta equipa defende. Muito mal.

- Co Adriaanse Não percebo as substituições do Diego e do Quaresma. Porque é que o treinador insiste em tirar jogadores que estão a «render» e deixar em campo os que não estão a «dar uma para a caixa» como o Jorginho por ex.?


Declarações

Co Adriaanse

«Tivemos sorte em só estar a perder por 1-0 no final da primeira parte, porque eles tiveram três boas oportunidades para fazer o 2-0 e o Marítimo jogou melhor do que o F.C. Porto. Na segunda parte estivemos melhor e tivemos mais oportunidades para marcar, principalmente após a entrada do Paulo Assunção e do Hugo Almeida. Poderíamos e deveríamos ter controlado o 2-1, mas o resultado acaba por ser justo.»

«O Marítimo esteve bem na primeira parte e isso fez com que não estivéssemos tão bem, porque eles tinhas dois avançados e ainda o Marcinho. Nós só tivemos uma oportunidade pelo Benni e ele estava fora-de-jogo. Com os reajustes houve mais apoio ao McCarthy. Nos últimos minutos tivemos ocasiões para fazer o 3-2. O primeiro golo que sofremos foi outra vez de livre. O segundo tenho de ver na televisão, mas penso que o Vítor Baía poderia ter chegado à bola, já que o remate não foi com muita força, mas talvez ele não tenha visto partir a bola porque tinha jogadores à sua frente»

«É difícil jogar aqui, já ouvi muitas histórias sobre os jogos com o Marítimo. Aqui o relvado não se pode comparar com o do Dragão, que é mais rápido mas temos que jogar com este relvado, porque o Marítimo também jogou»


Ficha do Jogo

Liga 2005/06 (6ª jornada)
Estádio dos Barreiros, no Funchal

Árbitro: Duarte Gomes
Assistentes: Arlindo Santos e José Lima
4º árbitro: Nuno Afonso

MARÍTIMO: Marcos, Briguel, Mitchel Van der Gaag, Valnei, Evaldo, Fahel, Mancuso, Wénio, Marcinho, Sergipano e Manduca
Substituições: Manduca por Filipe Oliveira (46m), Mancuso por Komac (67m) e Fahel por Júnior Bahia (80m).
Não utilizados: Nélson, Gáal, Nuno Morais, Komac e Youssouf.
Treinador: Paulo Bonamigo

F.C. PORTO: Vítor Baía; Bosingwa, Ricardo Costa, Bruno Alves e César Peixoto; Ibson, Lucho e Diego; Quaresma, McCarthy e Jorginho.
Substituições: Diego Por Paulo Assunção (46m), Quaresma por Lisandro (62m), Bruno Alves por Hugo Almeida (73m).
Não utilizados: Paulo Ribeiro, Pepe, Marek Cech e Alan.
Treinador: Co Adriaanse

Ao intervalo: 1-0

Golos: Mancuso (7m), Lisandro (74m), César Peixto (76m), Marcinho (87m)

Disciplina: Cartão amarelo a Sergipano (15m e 81m), César Peixoto (17m), Ricardo Costa (41m), Valnei (42m e 89m), Lucho (52m) e Filipe Oliveira (90m). Cartão vermelho a Sergipano (81m) e Valnei (89m)

* Fotos Associated Press (AP)

domingo, outubro 02, 2005

Vitória, precisa-se!

Para ultrapassar o trauma da última quarta-feira, nada melhor que uma vitória na Madeira, frente ao Martítimo.

Co Adriaanse não conseguiu treinar à porta fechada, no estádio do Machico, devido à grande afluência de público que se deslocou ao local onde treinavam os dragões, sinal de que o FC Porto está cada vez mais a conquistar os madeirenses.

Para o jogo de logo à noite, não se sabe ainda o que vai Adriaanse vai fazer no que toca a alterações ao onze inicial. Fala-se que Lisandro López pode entrar para o lugar de Jorginho, em baixo nos últimos jogos, e de Pepe para o lugar de Ricardo Rocha, que também não esteve bem nos últimos dois encontros.

Qualquer que seja a táctica, a equipa tem de trazer os 3 pontos para o continente se quiser manter a liderança isolada na Liga.

FORÇA PORTO!