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domingo, janeiro 29, 2006

Um ponto ganho (ou dois perdidos?)


Rio Ave  0   -   0  FCP


Não foi um bom jogo na noite gelada de Vila do Conde. Na primeira parte o Porto controlou o jogo enquanto o Rio Ave foi pouco mais que inofensivo. Adriaanse voltou a mexer na equipa titular apostando num 3-4-3 com Paulo Assunção (o capitão!), Raúl Meireles, Ibson e Diego no meio; Bosingwa, Pepe e Cech na defesa; e o trio atacante formado por Quaresma, Lisandro e Adriano. Este sistema pareceu-me pouco rotinado, sobretudo no meio-campo onde o jogo encravava com Ibson e Raúl Meireles a «perderem-se» completamente sem saber bem onde jogar. Apesar de todo o domínio portista, era tudo muito previsível e anulável pela defensiva vilacondense exceptuando dois remates de Quaresma.

Talvez apercebendo-se disso mesmo, Adriaanse tira Ibson e põe Ivanildo ao intervalo na tentativa de descongestionar o meio-campo e dar mais acutilância ao ataque, e conseguiu... por alguns momentos. O inicio do segundo tempo trouxe um Porto mais perigoso com Ivanildo a mostrar-se como elemento mais perigoso no ataque sendo bem assistido por Diego que também esteve em bom plano.

Para sacudir a pressão, a equipa do Rio Ave subiu mais no terreno conseguindo até fazer um remate à baliza de Hélton... Com o passar do tempo, o jogo parecia mais partido e a equipa do Porto demonstrava alguma ansiedade em chegar rápido ao golo, o que levava a alguma atrapalhação junto da área de Mora.

O Porto pressinou até final mas não foi capaz de marcar, provando que nem sempre com muitos atacantes se marcam golos. Adriaanse deve tirar deste jogo as devidas ilações para resolver o problema da concretização.

A ausência de Lucho não justifica tudo. Este ponto ganho (para mim foram dois perdidos) acaba por penalizar muito os portistas apesar de ainda assim ter ampliado a vantagem para o Benfica, mas, mais importante que isso, é ver a equipa jogar pior do que estava em Dezembro e sem sinais de melhoria... na próxima jornada é o Braga!


Mais e Menos

+ Diego Foi o melhor no meio-campo portista. Conseguiu desiquilibrar com alguns passes que não tiveram seguimento por parte dos avançados.

+ Ivanildo Entrou no segundo tempo e conseguiu mexer com o jogo. Pena que não tenha conseguido contagiar os seus colegas.

- Quaresma Parece algo nervoso e menos concentrado no jogo.

- Lisandro Depois do fim-de-ano deixou de se ver... que pasa?

- Adriaanse Já vamos na 2ª volta e as invenções não acabam. Pior do que isso, o futebol praticado fica muito áquem do «espetáculo» prometido no início da época.


Declarações

Paulo Assunção (FC Porto)

«Foi um pouco complicado. Não correu muito bem, mas continuamos na frente. O Rio Ave lutou bem.

[Jogador envergou a braçadeira de capitão] É sempre bom ser capitão. Este grupo tem bons jogadores e há respeito. Sou novo e isto é muito bom.»


Ficha do Jogo

Liga 2005/06 (20ª jornada)
Estádio do Rio Ave FC, em Vila do Conde

Árbitro: Duarte Gomes (Lisboa)
Assistentes: Arlindo Santos e Carlos Carmo

RIO AVE: Mora; José Gomes, Danielson, Bruno Mendes e Milhazes; Mozer «cap.»; Evandro, Delson, Marquinhos e Cleiton; Gaúcho
Substituições: Gaúcho por Chidi (61m), Delson por Ricardo Jorge (80m) e Cleiton por Idalécio (90m)
Não utilizados: Candeias, André Vilas Boas, Agostinho e Keita
Treinador: António Sousa

F.C. PORTO: Helton; Bosingwa, Pepe e Cech; Paulo Assunção «cap.», Ibson, Raul Meireles e Diego; Lisandro Lopez, Adriano e Quaresma
Substituições: Ibson por Ivanildo (46m), Lisandro Lopez por Hugo Almeida (62m) e Quaresma por Alan (73m)
Não utilizados: Vítor Baía, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Jorginho
Treinador: Jan Old Riekerink

Disciplina: Cartão amarelo a Marquinhos (39m), José Gomes (68m), Mozer (83m) e Danielson (90m)

* Fotos AP (Associated Press)

sábado, janeiro 28, 2006

Pinto Azul #10

Pinto Azul

Edições anteriores

Quaresma, o mágico

Quem joga assim...

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quinta-feira, janeiro 26, 2006

MST: 25 de Abril sempre!

«1. Anteontem, tal como milhões de outros portugueses, fui votar nas eleições presidenciais. Nos últimos 31 anos, desde que vivemos em democracia, nunca deixei de votar. Muitas vezes votei em branco (o mais político e significativo dos votos) mas nunca deixei que os outros decidissem por mim, sem que eu próprio fosse consultado. Esse é o meu direito e simultaneamente o meu dever. Na minha maneira de ver as coisas, quem foge aos impostos e abstém-se nas eleições não tem o direito de se queixar do que quer que seja. A cidadania democrática exige que se cumpram primeiro os deveres e só depois se reclamem os direitos.

Além do mais, gosto dos dias de eleições. Gosto da alegria tranquila dos portugueses nas ruas, daquela sensação de que é um dia especial — o nosso dia, o dia em que somos ouvidos e tudo se decide às claras, em que a opinião de cada um conta exactamente o mesmo que a opinião dos outros. Gosto dessa festa da democracia que se sente no ar, das famílias caminhando para as assembleias de voto, dos fatos domingueiros, dos vizinhos que se encontram para votar e falam-se, como às vezes não se falam durante um ano inteiro. Vivi toda a minha infância e juventude à espera disto e nunca ninguém mais me tirará isto.O meu 25 de Abril.

Meio a sério, meio a brincar, costumo dizer que o 25 de Abril só se cumpriu verdadeiramente quando a democracia chegou também ao futebol. Quando, em 1978, o FC Porto pôde, enfim, ser campeão e pôr fim ao oligopólio lisboeta do Benfica- Sporting, instalado nos hábitos e cultura do Estado Novo e do País. Nesse dia o país futebolístico democratizou-se também, abriu-se a uma nova fronteira — o Porto e o Norte — a que, mais tarde, se juntou também o Boavista. Não aceitarei em silêncio que ninguém mais me volte a tirar isto. E se hoje o escrevo, tendo como ponto de partida de reflexão as eleições de domingo passado, é porque sinto que anda no ar uma atmosfera do antigamente, um projecto subliminar de subversão das regras democráticas do jogo, para regressar aos pacíficos tempos em que o mais forte mandava e os outros obedeciam. Há um nevoeiro de arrogância reencontrada e subserviência correspondente,um todo-poderoso que atropela as regras, reclama privilégios de autoridade e exige dos outros silêncio, medo e obediência. Sabem a quem me refiro: os sinais estão todos aí.

2. Perguntava Maló que interesse poderá ter tido um clube como a Académica em emprestar um jogador ao Benfica. O contrário sempre se viu, agora um clube pequeno emprestar um jogador a um grande nunca se tinha visto. Tentemos perceber olhando mais de perto uma história contada com grandes cerimónias e dúvidas silenciadas.

Marcel era o melhor jogador da Académica. Em 15 jogos tinha marcado nove dos 14 golos da equipa. Depois dele julgo que a Académica não voltou a marcar. Custou caro aos estudantes, em Julho passado, e tinha uma cláusula de rescisão de 3,5 milhões de euros. Quinze dias antes do jogo com o Benfica deixou de comparecer no clube, com quem tinha contrato válido e, que conste, salários em dia e nenhum motivo de conflito. No dia seguinte ao jogo com o Benfica, a que não compareceu, apresentou-se na Luz, como novo reforço benfiquista e declarando que tinha sido contactado «oficialmente» pelo Benfica... 15 dias antes — ou seja, exactamente quando desapareceu de Coimbra. Já José Fonte, do Vitória de Setúbal, tinha feito semelhante: rescindiu unilateralmente com o Vitória na véspera do jogo com o Benfica e apareceu na Luz, como novo reforço, no dia seguinte ao jogo. E ambos confessando-se benfiquistas desde a infância. Transparente.

Mas o negócio de Marcel é, de facto, curioso. A Académica ficou sem ele, teve de ir ao mercado comprar um substituto e não viu um tostão do Benfica pelo negócio. Foi emprestado, com direito de opção em Julho próximo. Quer isto dizer que, mesmo que o Benfica pague a totalidade dos seus salários até Julho, a Académica só pode sair a perder do negócio: ou o Benfica o devolve em Julho, porque não gostou dele, ou exerce o direito de opção, mas de certeza que por menos que os 3,5 milhões, porque nessa altura tanto o Benfica como o jogador estarão numa posição de força privilegiada (e que agora já demonstraram) para forçar o desconto que quiserem.Que ganhou a Académica? E, se cair na II Divisão (como caiu o Estoril no ano passado, depois de ter sido forçado ao negócio da troca de campo no jogo com o Benfica), quanto lhe terá custado o voo de rapina da águia?

Veja-se o Vitória de Setúbal: já sofreu tantos golos em três jogos sem o Moretto como os que tinha sofrido em 15 com o Moretto. E foi forçado a vendê-lo tão barato que o próprio presidente do Benfica se comoveu e decidiu acrescentar uma gorjeta ao preço pago (?). E o patético Chumbita ainda se prestou a uma coisa inédita, que foi participar na cerimónia de apresentação do jogador aos sócios do Benfica. Agora a única esperança de viabilidade do Vitória é esperar que o Governo aprove um projecto de urbanização que é uma vergonha pública mas permitirá salvar um clube que está falido por actos de gestão como este.

Este fim-de-semana, pelo menos, houve uma alteração de métodos. Na véspera de jogar com o Gil Vicente o Benfica não tratou de seduzir ou desviar nenhum jogador do adversário (não havia nenhum que o justificasse): desta vez limitou-se a prometer que, depois do jogo, lhe emprestaria dois jogadores. Uns cavalheiros.

3. Em Braga, quando se viu derrotado, Nuno Gomes sugeriu por gesto explícito que os adversários estavam drogados. O País inteiro viu na televisão e percebeu a mensagem. Na Figueira da Foz, contra a Naval, Co Adriaanse terá exclamado para dentro do campo «é falta!», a propósito de uma jogada qualquer. Ninguém viu nem ouviu, excepto o árbitro. Nuno Gomes levou de castigo 450 euros de multa; Co Adriaanse levou dois jogos de suspensão. Que falta que têm feito este ano as cotoveladas do McCarthy! Desde que ele recolheu os cotovelos, já repararam que nunca mais houve uma cotovelada no futebol português? Anda tudo tão santinho que até um tipo dizer «é falta!» é considerado uma ofensa grave...

4. Mas, à falta de cotovelos portistas, temos mãos. Uma abundância de mãos, de adversários benfiquistas. Encomendei uma sondagem à Euroteste: nos últimos 30 jogos da Liga (o que abrange também a parte final do campeonato do ano passado), 90 por cento das mãos ou supostas mãos sancionadas dentro das áreas resultaram em penalties a favor do Benfica.

5. O campeonato está na sua fase decisiva, em que quem se destacar agora tem todas as possibilidades de já não ser alcançado. Sábado joga-se o Benfica- Sporting, domingo o Rio Ave-FC Porto. Pois foi justamente nesta altura que a FPF engendrou um acontecimento chamado Torneio Vale do Tejo, em que a Selecção B de Portugal (uma coisa que nem sabíamos que existia) vai ter de defrontar, entre quarta e sexta-feira próximas, umas obscuras selecções do Leste. Convocados para este importantíssimo torneio estão quatro jogadores do Sporting, todos eles titulares habituais, e cinco do FC Porto, entre os quais o decisivo Ricardo Quaresma.Do Benfica... nenhum. Segundo explicou o seleccionador, o Manuel Fernandes, por exemplo, «está debilitado fisicamente e nos próximos tempos nem sei se posso contar com ele». Será o mesmo Manuel Fernandes que, no sábado passado, jogou a partida inteira contra o Gil Vicente?

Que torneio irão inventar na semana do Benfica-FC Porto — o Torneio Segunda Circular ou o Torneio Benfica Campeão?»

Miguel Sousa Tavares, in A Bola (24/01/2006)

segunda-feira, janeiro 23, 2006

O colinho da FPF

Por causa do Benfica-Sporting, os convocados desses clubes à «selecção B» foram desconvocados para poderem preparar convenientemente o derby lisboeta.

O FC Porto «deu» Paulo Ribeiro, Hugo Almeida, Ricardo Quaresma, Raúl Meireles e Ivanildo à selecção B. Cinco jogadores que Agostinho Oliveira não abdica porque, segundo as suas palavras «não se justifica que sejam dispensados uma vez que jogam mais tarde.» O mais tarde são apenas 24 horas, já que o jogo na Luz é Sábado e o do FC Porto em Rio Ave é no Domingo.

Enquanto os outros clubes podem contar com os seus jogadores toda a semana para preparar o encontro da SuperLiga, os atletas do FC Porto, que disputam a mesma competição, terão apenas 24 horas para preparar a partida de Domingo. Obrigadinho Sr. Agostinho Oliveira.

sábado, janeiro 21, 2006

Hoje só de auto-golo


FC Porto  1   -   0  Naval


Pela primeira vez na bancada desde que é treinador, Adriaanse mudou radicalmente o onze inicial e o sistema de jogo que passou do 4-3-3 para o 3-3-4, modelo ensaiado no jogo com o Dinamo de Moscovo.

Helton na baliza substituiu Baía, que faria o seu 400º jogo caso jogasse; Ricardo Costa (DD), Pepe (DC) e Marek Cech (DE) formavam o trio defensivo; no meio-campo jogaram Bosingwa, Ibson e Lucho; nas alas jogaram Alan e Quaresma enquanto Lisandro jogava atrás do ponta de lança Adriano. De fora ficaram os habituais titulares Baía, Paulo Assunção e Diego.

Os primeiros 15' foram sufocantes. O Porto pressionava muito e conseguia recuperar depressa a bola causando muitos desiquilibrios na defesa da Naval. Houve oportunidades mas não foram concretizadas e a Naval conseguiu acertar as marcações com Gilmar a ter de recuar e funcionar praticamente como 3º central. A partir daí as oportunidades diminuiram apesar do domínio portista no jogo. Aos 31' o Porto chega à vantagem através de um lance infeliz do defesa da Naval que desviou a bola para a baliza após um cruzamento de Quaresma. Mesmo a perder, a Naval continuou muito fechada e o Porto continuou a não conseguir criar lances de perigo a partir do último terço de terreno, com a excepção de um livre marcado por Quaresma que Taborda defendeu com dificuldade.

No segundo tempo Adriaanse trocou Lisandro (muito apagado) por Diego, na esperança de conseguir uma melhor ligação com Adriano que esteve sempre mal auxiliado. A mudança não trouxe efeitos práticos apesar de Diego ter conseguido criar mais perigo que Lisandro.

Só a partir da hora de jogo é que a Naval começou a sair, timidamente, para o ataque chegando a obrigar Helton a uma defesa de recurso, a mais esforçada da noite. Até final bastou ao Porto segurar a bola e tentar chegar ao segundo, agora com mais cautelas, mantendo a Naval sempre longe da baliza de Helton. Nos minutos finais ainda entraram Raúl Meireles para o lugar de Ibson (boa exibição) e Jorginho para o lugar de Alan (esforçado mas inconsequente).

PS: Não entendo os assobios com que brindam a equipa quando esta troca a bola. Não é assim que se motiva uma equipa, nem sequer estávamos a jogar assim tão mal. Para assobiarem mais vale ficarem em casa.

PS2: Parece que os jornais de hoje se engaram, afinal o líder continua a ser o FC Porto.


Mais e Menos

Melhores em campo: Bosingwa esteve soberbo na 1ª parte; Ibson batalhador, recuperou muitas bolas e ajudou no ataque; e Quaresma para variar o mais perigoso no ataque e precioso a defender.

+ Bosingwa Grande primeira parte. cobriu muito bem o meio-campo defensivo e ainda tentou dar uma ajuda no ataque. Na 2ª parte desceu de rendimento, tal como toda a equipa.

+ Quaresma Foi, mais uma vez, o jogador mais perigoso. Fez o centro que deu o auto-golo da Naval.

+ Ibson Foi um regresso em cheio do médio brasileiro. Recuperou bolas sem conta e conseguiu ainda dar uma ajuda no ataque. Um dos mais inconformados.

- Adriano Ainda sem ritmo e pouco auxiliado. Foram poucas as bolas que chegaram em condições. Apesar disso podia ter feito mais.

- Lisandro Uma exibição sem chama. Saiu ao intervalo.


Declarações

Helton (FC Porto)

«Sinto-me bem, foi uma boa estreia, conseguimos a vitória e isso foi o mais importante. Não temos de por em causa o trabalho de Vítor Baía, pelo que ele já fez na sua carreira, nem o homem que ele é. Nervosismo? Para isso, é melhor ficar em casa. É normal ficar ansioso, antes do início da partida, mas isso passa. A equipa defendeu bem e facilitou o meu trabalho. Ser titular é o objectivo de qualquer jogador e compete ao treinador escolher aquele que, para ele, estará em melhor condições. Desde o momento que cheguei aqui, senti sempre o apoio do Vítor Baía, também para este jogo.»

Sobre a insatisfação dos adeptos: «Respeitamos a opinião dos adeptos e não queremos, de maneira alguma, que eles saiam das bancadas tristes, mas o objectivo principal era conseguir os três pontos e vamos trabalhar para melhorar cada vez mais».


Ficha do Jogo

Liga 2005/06 (19ª jornada)

Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 32.128 espectadores

Árbitro: João Vilas Boas (Braga)
Assistentes: Sérgio Serrão e Tomás Santos
4º árbitro: Paulo Rodrigues

F.C. PORTO: Helton; Ricardo Costa «cap.», Pepe e Cech; Bosingwa; Alan, Lucho González, Ibson e Quaresma; Lisandro Lopez e Adriano
Substituições: Lisandro Lopez por Diego (46m), Ibson por Raul Meireles (83m) e Alan por Jorginho (89m)
Não utilizados: Vítor Baía, Pedro Emanuel, Paulo Assunção e Hugo Almeida
Treinador: Jan Old Riekerink

NAVAL: Taborda; Carlitos, Franco, Fernando «cap.» e China; Gilmar, Solimar e Pedro Santos; Saulo, Bruno Fogaça e Lito
Substituições: Pedro Santos por Fajardo (59m), Bruno Fogaça por Rui Miguel (66m) e Solimar por Cazarine (88m)
Não utilizados: Sopalski, João Paulo, Nélson Veiga e Glauber
Treinador: Fernando Mira

Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Fernado (30m, p.b.)
Disciplina: Cartão amarelo a Bruno Fogaça (45m), Gilmar (54m), Carlitos (63m) e Franco (90m)

* Fotos AP (Associated Press)

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Coincidências

Num comunicado publicado no site oficial do FC Porto intitulado «Verdade desportiva ao jantar» onde se pode ler que José Veiga, director do Benfica, foi visto a jantar no restaurante «O Sapo», em Penafiel, na companhia de Devesa Neto, um ex-árbitro assistente com muita influência no meio.

O que este comunicado não disse é que este árbitro assistente foi o mesmo que auxiliou Hélio Santos no já mítico Estoril-Benfica disputado no Algarve. Na altura, Carlos Xavier (treinador adjunto do Estoril) disse ao Record: «Parecia que estávamos a jogar na apresentação duma equipa do Benfica. Até o árbitro jogou com umas botas do Benfica. Só faltou despir a camisola que tinha por baixo. Não teve essa coragem. E o fiscal-de-linha do nosso lado sempre a provocar, a olhar para o lado, para trás, à espera da nossa reacção. Eu passei-me e vim embora». Esse mesmo que ontem jantou com o Director do Benfica. Enfim, mais coincidências.

Convocadas para o FC Porto - Naval

As entradas de Raul Meireles e Adriano e as saídas de Bruno Alves e Ivanildo constituem as novidades da convocatória do F.C. Porto para o desafio de amanhã com a Naval, partida referente à 19ª jornada da Liga 2005/06.
A equipa de Co Adriaanse treinou esta tarde pela última vez antes de entrar em estágio e, após o apronto, o técnico holandês divulgou a lista de atletas convocados e que integra os seguintes nomes: Adriano, Alan, Bosingwa, Cech, Diego, Helton, Hugo Almeida, Ibson, Jorginho, Lisandro, Lucho, Paulo Assunção, Pedro Emanuel, Pepe, Quaresma, Raul Meireles, Ricardo Costa e Vítor Baía.

in www.fcporto.pt

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Adriano bisou na estreia


FC Porto  4   -   1  Dinamo Moscovo


Como não pude assistir ao vivo a este jogo amigável, fica aqui a crónica retirada do site maisfutebol.iol.pt:

Dia de festa no Estádio do Dragão com a apresentação dos reforços de Inverno Adriano e Anderson. O jogo-treino com o Dínamo Moscoco mobilizou 15116 pessoas até à zona das Antas, mas as bancadas não ficaram tão preenchidas como num encontro normal. No final, vantagem de 4-1 para os da casa, com dois golos de Raul Meireles e dois de Adriano, ambos de cabeça.

Ambiente agradável e muitas palmas para as novas caras. Anderson, o miúdo das tranças, que também é apelidado de prodígio, foi o primeiro a ser ovacionado, seguindo-se Costinha, que surgiu pela primeira vez no Dragão com a camisola do Dínamo. O médio foi muito bem recebido, dado que a sua imagem entre os adeptos do F.C. Porto continua em alta. Logo a seguir foi a vez de Adriano receber o carinho dos adeptos, que já tiveram a oportunidade de o ver tocar na bola.

Nota negativa para a ausência das claques. Os «Super Dragões» até fizeram questão em difundir um comunicado em que referiam o «pouco interesse competitivo do treino», para além de protestarem contra a SAD: «Pretendemos com a nossa ausência vincar o nosso desagrado com a gestão desportiva e comissionista adoptado para o clube do nosso coração».

Registaram-se, também, as ausências dos lesionados Bruno Moraes, Sokota e César Peixoto, para além de Benni McCarthy, que está na CAN. Anderson não jogou, porque a sua situação ainda não está devidamente regularizada, mas sentou-se no banco de suplentes. Do lado do Dínamo estiveram ausentes Derlei e Cícero, por lesão, para além de Nuno, mas este por motivos não revelados. Targino esteve a aquecer e não treinou.

Lesão de Lucho González

Co Adriaanse inovou, colocando um esquema de três defesas e quatro avançados. Hélton foi o titular e à sua frente estiveram Ricardo Costa, Pepe e Cech; no meio-campo Lucho, Bosingwa e Ibson e no ataque Alan, Lisandro, Hugo Almeida e Quaresma. Logo aos seis minutos, o português Danny esteve muito perto de marcar após uma perda de bola de Ibson, mas rematou ao lado. Aos 12, Polovinchuk teve uma entrada dura sobre Lucho González, o que forçou a sua saída devido a problemas no tornozelo direito.

Para o lugar do argentino entrou Raul Meireles, que passou a ser o mais esclarecido em campo, marcando mesmo o único golo da primeira parte, num remate potente de fora da área, que não deu hipóteses a Ovchinnikov. Até ao fim, bons pormenores de Quaresma e uma oportunidade desperdiçada por Hugo Almeida na pequena área. Destaque também para um enorme defesa de Hélton a remate de D. Kombarov.

Para a segunda parte o F.C. Porto manteve apenas Hélton e Raul Meireles e o médio tornou-se o homem da partida. Aos 50 minutos cruzou para a área e encontrou Adriano, que marcou um golo de lindo efeito, de cabeça. Quatro minutos depois Hélder Barbosa assistiu Raul Meireles para o 3-0 e aos 72 Sonkaya foi à linha, cruzou para a área, onde surgiu Adriano a bisar, para alegria dos adeptos, que começaram a aclamá-lo como novo goleador. Até ao fim, bons pormenores de Ivanildo, que obrigou Ovchinnikov a realizar uma boa defesa e o golo de honra de K. Kombarov, aos 85 minutos.


Ficha do Jogo

Árbitro: Paulo Paraty

F.C. Porto: Helton, Ricardo Costa, Pepe e Cech; Lucho, Bosingwa e Ibson; Alan, Hugo Almeida, Lisandro e Quaresma.
Substitução: Lucho González por Raul Meireles, aos 15; ao intervalo: Sonkaya, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Diego, Paulo Assunção, Ivanildo, Hélder Barbosa, Jorginho e Adriano.
Suplentes não utilizados: Vítor Baía, Paulo Ribeiro e Jorge Lopes.

Dínamo Moscovo: Ovchinnikov; Seitaridis, Kolodine, Tochidine e Polovinchuk; Semchov e Costinha; Khokhlov, Danny e D. Kombarov; Bulikine.
Jogaram ainda: K. Kombarov, Chelest e Yachine.

Ao intervalo: 1-0
Marcadores: 1-0, Raul Meireles (27); 2-0, Adriano (50); 3-0, Raul Meireles (54); 4-0, Adriano (72); 4-1, K. Kombarov (85)
Resultado final: 4-1

MST: Coisas que acontecem

«1. Sempre me bati contra uma escola estabelecida na crítica futebolística portuguesa e que consiste em embandeirar em arco de cada vez que um pequeno bate o pé a um grande, independentemente da forma como o consegue. Ora, eu também sempre gostei de ver o David vencer o Golias, mas é preciso que a luta seja leal e não com aspectos de emboscada. Além do mais, e no que ao futebol diz respeito, já não vivemos no tempo em que uns eram profissionais e os outros só tinham direito a uma sanduíche e uma laranjada. Hoje são todos profissionais, os métodos de treino são conhecidos e copiados e em aspectos determinantes, como a condição física (que, acima de tudo, depende do trabalho e do sofrimento), nada justifica que um pequeno seja mais fraco que um grande — até porque normalmente têm muito menos jogos disputados e muito menos cansaço e stress acumulados. Se hoje ainda fosse assim uma coisa tão extraordinária ver um pequeno a vencer um grande não faria sentido algum termos um campeonato com 18 equipas. Mas a generalidade da nossa crítica não pensa assim: olha apenas para o resultado e delira de cada vez que o David empata ou vence o Golias — sobretudo se, no papel de Golias, estiver o FC Porto. O jogo de anteontem na Reboleira foi um bom exemplo disto. A forma como o Estrela derrotou o FC Porto e a forma entusiástica como a crítica saudou esse triunfo são o espelho fiel de uma certa crítica que, a meu ver, transforma em motivo de celebração coisas que caracterizam um futebol subdesenvolvido. Em países de futebol adulto, como a Inglaterra, seria impossível lerem-se críticas como aqui se leram a propósito deste jogo. E, desde logo, porque lá o fundamental é a qualidade do espectáculo e a igualdade de armas. Um campo como o da Reboleira — com dimensões mínimas, relva tipo chapa ondulada, sem espaço nas laterais sequer para marcar um canto em condições — só pode assegurar um mau espectáculo de futebol, porque necessariamente a técnica individual e o aproveitamento dos espaços, que são o bonito do futebol, ficam desde logo anulados. E, assim sendo, é falacioso dizer-se que uma equipa como a do FC Porto é favorita à partida num campo como o da Reboleira. Não é: se as suas principais armas, que caracterizam a tal superioridade teórica, estão anuladas ab inicio pelas condições físicas do terreno de jogo, não pode ser favorita. Pelo contrário, entra em desvantagem, porque vai ter de aprender do zero os truques que aquele terreno impõe e o adversário conhece bem. Mas não foi apenas isso que aconteceu na Reboleira. Aconteceu também que houve uma equipa cheia de sorte e outra sem sorte alguma. Não quero com isto tirar o mérito aos jogadores do Estrela, que viram o seu esforço compensado no final. Mas acho que a vitória já foi prémio mais que suficiente para esse esforço; quererem ainda vê-la reconhecida como justa é demasiado e não o justificaram. Vejamos. Desde logo, o Estrela beneficiou de uma coisa de que não teve culpa nem mérito, que foi o regresso de Adriaanse à sua obsessão com o Jorginho, preferindo jogar sem ponta-de-lança só para, uma vez mais, dar uma oportunidade a esse seu protegido, esse fantasma do Jorginho de Setúbal, que vagueia em campo, perdido, descrente, negligente, abúlico, totalmente inútil. Depois, como sucede frequentemente com o FC Porto, no primeiro remate que fez à baliza o Estrela marcou — de livre, que não foi nada evidente, e aproveitando um ressalto na barreira, que mudou por completo a trajectória da bola e apanhou Baía ainda a colocar a barreira. Como se não fosse suficiente, no segundo remate, zás, o Estrela faz o segundo golo — um remate inofensivo que, graças a um ligeiro desvio no lamaçal à frente da baliza, traiu outra vez Baía. Um golo na própria baliza, o outro marcado pelo relvado. A seguir foi um porradão cirúrgico no Quaresma, obrigando-o, como já sucedera em Guimarães, a ficar na cabina ao intervalo (será que temos de lançar a campanha «deixem jogar o Quaresma!»?). Na segunda parte nem sequer se pode falar em domínio do FC Porto e contra ataques do Estrela. O que se viu foi um massacre consumado em 20 metros de campo. O Estrela foi uma única vez à área do FC Porto e jogou largos períodos, não com 11 atrás da linha do meio-campo ou sequer atrás da linha da bola: jogou com 11 dentro da grande área. Escreveu José Manuel Freitas que o Estrela «soube defender muito bem a vantagem conquistada». Discordo completamente: a defesa do Estrela passou toda a segunda parte aos papéis, chutando a bola para onde estavam virados e, às vezes até, uns contra os outros, e o seu guarda-redes deu suficientes baldas para justificar quatro ou cinco golos sofridos. Mas há jogos assim: sucedem-se os milagres e a bola não entra. Veja-se a estatística de A BOLA: oito cantos para o FC Porto, três para o Estrela; dezassete remates para o FC Porto, sete para o Estrela; 21 faltas cometidas pelo FC Porto, 33 pelo Estrela. Imaginem que a estatística era ao contrário, que tinha sido o FC Porto a passar metade do jogo metido dentro da sua área e o Estrela a falhar golos, e que o resultado tinha sido o oposto: alguém teria escrito que a vitória do FC Porto era justa?

2. Desigual, desigual, é a competição entre o Benfica e a Académica: aí é que se tornou bem visível o que pode um grande e o que tem de aceitar um pequeno. Com o seu melhor avançado previamente seduzido pelo Benfica, a Académica teve de aceitar passivamente a sua deserção dos treinos e do próprio jogo contra o futuro patrão. Sem Marcel, a Académica foi à Luz para, nas palavras do seu presidente, ser vítima de um árbitro que foi «um verdadeiro artista a construir o resultado». E, destroçado com o que todos tínhamos acabado de ver, desabafou ele que «não é fácil lutar contra tantas forças. Parece que, em vez de procurar avançados, vale mais procurar as pessoas certas para construir os resultados». Mas no fim do jogo, segundo antecipavam os jornais, o homem teve de se sentar à mesa a negociar o Marcel com aqueles mesmos de quem se queixava. Eis a lei do mais forte no seu esplendor.»

Miguel Sousa Tavares, in A Bola (17/01/2006)

Russos no Dragão

Hoje ao fim da tarde o FC Porto defronta, num jogo amigável, o Dínamo de Moscovo.
Há alguns aliciantes para este encontro: Costinha volta a pisar o relvado do Dragão desta vez como adversário, a mais que provável estreia de Adriano e talvez de Anderson e o facto da entrada ser gratuíta para sócios. Só é pena o jogo disputar-se ás 18:30, hora em que muitos ainda estarão a trabalhar.

É estranho...

Que o presidente da Académica num dia critique a postura do Benfica em relação a Marcel e no dia seguinte o empreste ao clube da Luz;

Que Marcel seja do Benfica desde pequenino;

Que João Pereira e Vilela, jogadores do Benfica, tenham sido «oferecidos» ao Gil Vicente, curiosamente o próximo adversário do Benfica;

Que a Comissão Disciplinar da Liga decida que o gesto de Nuno Gomes é maldoso, mas pouco, e que vale «apenas» 450 € de multa.

Viva a verdade desportiva!

O FC Porto publicou no seu site oficial um comunicado onde responde ao presidente benfiquista sobre algumas pseudo-acusações. Pelo menos sabemos que andam atentos... aqui fica na íntegra:

«As regras têm de ser iguais para todos». Dito assim, sem máculas, soa muito bem. É um mandamento futebolístico, um princípio fundamental para quem anda de rosto erguido. A frase, porém, não pode ser proferida de forma desabrida. O decoro é exigido a quem não tem legitimidade sequer para a sussurrar. Muito menos para a gritar com tiques de ofendida. Mas o curioso é que o faz, do alto de um pedestal tão frágil como os seus telhados de vidro.

A questão é simples: ou se é sério ou não se é. Não há meio termo, nem importa tentar emendar a mão ou recorrer a cosméticos de loja dos 300. É muito feio querer ficar bem na fotografia com gestos de falso samaritano, é escabroso apregoar o que não se tem. Neste caso, bons princípios.

O que se passou no Estoril-Benfica da temporada passada tresanda a intrujice. Com que fins é que uma equipa dá um tiro no próprio pé? Por que será que faz questão de alargar uma sepultura da qual até se podia salvar? As falsas ofendidas dirão que aqui não se detecta o aroma do esturro. Mas também só sabem mentir, enganar e enlear. Até são capazes de dizer que já não têm interesse directo no emblema rival quando, na realidade, como ainda recentemente se percebeu, continuam bem emaranhadas na sua sociedade moribunda. De pudicas, como se constata, nada têm.

Mas a bizarria projecta-se em episódios repetidos. Onde é que ficam os princípios, a transparência e a verdade desportiva quando se contrata atletas de um adversário imediato? É claro que podem jurar de forma pungente que Fonte rescindiu unilateralmente o seu vínculo com o V. Setúbal sem ser espicaçado por ninguém. Mas será que alguma alma acredita? Que atleta prefere o desemprego a um contrato de trabalho? E o guarda-redes de que tanto se falou? Apenas foi abordado no dia da famosa e, aparentemente, impune bofetada?

«O que conta é o futebol português e a sua própria credibilidade». Dito assim, sem máculas, soa muito bem. Mas será que os três pontos averbados na tal vergonha algarvia não podem ter decidido o campeonato transacto? E como teria finalizado o V. Setúbal-Benfica se Fonte estivesse no posto onde se tornou visível na Liga 2005/06? São questões em aberto, desafios aos quais ninguém de boa fé poderá responder com uma verdade firme e definitiva.

O despudor prossegue. E, assim sendo, ano novo, procedimentos... velhos! Marcel, o melhor atleta da Académica, recusa-se a treinar e arrisca penalizações. Alguém crê que, pura e simplesmente, acordou mal disposto ou fartou-se que lhe chamassem estudante? É lógico que não! Era demasiado óbvio. Só podia ir para o Benfica. Viva a verdade desportiva!
in www.fcporto.pt

domingo, janeiro 15, 2006

Depois daquela primeira parte...


Estrela da Amadora  2   -   1  FCP


Uma primeira parte inacreditavelmente má do FC Porto valeu-lhe a primeira derrota fora de portas esta temporada.

Tudo correu mal nos primeiros 45'. Falta de pontaria dos avançados, desconcentrações defensivas e apatia no meio-campo. Aconteceu de tudo o que não pode acontecer a quem luta pelo título nacional. Até Baía ficou mal na «fotografia». Em apenas pouco mais de meia-hora o Estrela marcou dois golos sem qualquer problema.

A segunda parte foi completamente diferente com o Porto a dominar e a empurrar o Estrela para a sua grande área apesar de nada lhe valer já que não conseguia bater o guarda-redes estrelista.

Espero que este tenha sido «apenas» um acidente de percurso e não voltem de novo os problemas do início da época...


Mais e Menos

+ Golo Grande golo apontado por Lucho após um soberbo passe de Paulo Assunção. Pena que não tenha chegado para pontuar.

- 1ª parte Alguém que me explique o que se passou. Uma equipa que lute pelo título não pode jogar tão mal.

- Concretização Na 2ª parte o Porto ainda teve oportunidade para obter um melhor resultado positivo mas os atacantes falharam de forma incrível.


Declarações

Co Adriaanse (FC Porto)

«Um mau resultado teria sido 5-0, mas é verdade que o Porto teria de ganhar. Estou feliz com os meus jogadores, sobretudo por aquilo que fizeram na segunda parte. Exerceram uma grande pressão sobre o adversário e tiveram várias ocasiões para marcar. O Porto está sempre atento ao mercado, não especialmente para avançados. Temos isso em atenção, mas tenho uma boa equipa. O McCarthy está de volta em Fevereiro».


Ficha do Jogo

Est. Amadora: Paulo Lopes; Tony, Maurício, Pedro Simões e Emerson (Rui Duarte, 75m); Coutinho, Jordão, Hugo Carreira e Rui Borges; Manú (Zamorano, 93m) e Semedo

Suplentes: Hugo Cardoso, Bruno Santos, Anselmo, Tiago Rosa e Paulo Machado

FC Porto: Vítor Baía; Ricardo Costa, Pepe, Pedro Emanuel (Ivanildo, 46m) e Cech; Lucho, Paulo Assunção e Diego; Jorginho (Alan, 46m), Lisandro e Quaresma (Hugo Almeida, 46m)

Suplentes: Helton, Ibson, Bosingwa e Bruno Alves

Disciplina: Cartão amarelo a Paulo Assunção (29m), Jordão (30m); Pedro Simões (38m), Pepe (39m), Coutinho (48m), Cech (78m), Tony (79m) e Manú (86m).

Marcadores: Maurício (17m), Coutinho (32m) e Lucho (60m).

* Fotos AP (Associated Press)

sábado, janeiro 14, 2006

Batota (mais uma)

Depois do ridículo Setúbal-Benfica, onde cinco dos habituais titulares da equipa do Sado não alinharam tendo inclusive um deles (José Fonte) assinado pelo Benfica, há agora o Benfica-Académica, com Marcel (o melhor marcador dos «estudantes») a ficar de fora devido a um braço-de-ferro com a direcção do seu clube por causa da sua transferência... para o Benfica.

O Benfica aliciou um jogador com contrato válido passando por cima do seu actual clube, a Académica. O jogador faltou aos treinos, chantageando assim a direcção dos «estudantes» para o deixarem sair. Como se não bastasse, o próximo jogo do Benfica é com a Académica, claramente debilitada já que não conta com o seu melhor marcador. Era esta a fraude a que Vieira se referia?

Estas tristes «coincidências» tornam este campeonato numa anedota mas com muito pouca piada. Os dirigentes da Liga teimam em fazer vista grossa e a não fazer nada.

Adriano no FC Porto

Adriano no FCPFoi com alguma surpresa que soube da (mais que provável) contratação de Adriano, ex-Nacional e actualmente no Cruzeiro.

No campeonato português, sempre o vi como um bom avançado para uma equipa mais pequena, assim como Fary (Beira-Mar) ou Gaúcho (Estrela e Rio Ave), mas nunca o imaginei com a camisola do Porto.

Mas, pensando um pouco, até concordo com esta opção dada a escassez de avançados no plantel já que McCarthy vai estar fora muito tempo, Hugo Almeida tarda em acertar com a baliza, Bruno Moraes e Sokota ainda não estão a 100% e Lisandro rende muito mais nas alas. Adriano conhece bem o futebol português e sabe o «peso» que representa a camisola azul-e-branca. Por outro lado, vem por empréstimo até ao final da época, o que significa que se não render (como aconteceu com tantos outros) simplesmente não exercemos o direito de opção de compra evitando assim o pagamento de salários absurdos como aconteceu com, por exemplo, Pitbull e Leo Lima.

Adriano jogou três épocas na SuperLiga tendo marcado 43 golos, chegando a ser o segundo melhor marcador da prova em 2003/2004, atrás de McCarthy.

José Veiga em apuros

José Veiga, director-geral do Benfica, pode estar sujeito a prisão até três meses e multa até 60 dias, caso se prove que prestou informações falsas em relação à sua situação de accionista no Estoril.

No ano passado, Veiga anunciou a venda de 37% das acções, pouco depois de assumir o cargo de director-geral da Benfica SAD, mas agora aparece como protagonista da venda dos mesmos 37% das acções à João Lagos Sport, na operação que pode salvar a Estoril SAD de falência.

O código das Sociedades Comerciais, que se aplica às Sociedades Desportivas (no seu artº 5 do decreto-lei 67/97 refere-se que a estas "são aplicáveis, subsidiariamente, as normas que regulam as sociedades anónimas") é claro, no seu artº 519 "Aquele que, estando obrigado a prestar a outrem informações sobre matéria da vida da sociedade, as der contrárias à verdade, será punido com prisão até três meses e multa de 60 dias".

O ponto 2 nota que terá a mesma pena aquele que "prestar, maliciosamente, informações incompletas e que possam induzir os destinatários a conclusões erróneas de efeito idêntico ou semelhante ao que teriam informações falsas".

Obviamente que esta punição só será aplicada se houver prova de que foram produzidas "informações falsas" por parte de José Veiga.

Sobre a compra e venda das acções do Estoril, João Lagos disse, ao JN, que não tem "negociado nada com José Veiga", até porque não sabe se ele tem, actualmente, alguma coisa a ver com o Estoril. "Tenho falado, apenas, com a administração do Estoril sobre o futuro do clube", sublinhou. Já António Figueiredo, líder da SAD, disse, irritado"Não falo sobre José Veiga. Confirmo que as três empresas, a quem o director vendeu acções, estão disponíveis para as liquidar".

Desportivamente, o cenário é completamente diferente e nem José Veiga, nem as SAD do Estoril ou do Benfica correm qualquer risco de sofrer sanções, como explica José Manuel Meirim, jurista e professor universitário "A lei não estabelece nenhuma incompatibilidade. O mesmo parece resultar dos regulamentos da Liga. Existe apenas a referência à impossibilidade no exercício de cargos nos órgãos sociais".

"O nosso quadro legal é bastante deficitário em defesa da lealdade e verdade da competição", destacou. "Se o Governo alterar a norma deve defender-se de situações que podem pôr em causa a verdade desportiva e a igualdade da competição", concluiu.

Os problemas com José Veiga são extensivos à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que poderá puni-lo com uma multa - susceptível de atingir um limite de 2, 5 milhões de euros - por alegada falta de transparência no processo de transacção de acções no Estoril.

Com mais de 10% do capital árbitros não podem exercer

No aspecto desportivo, apenas os árbitros têm limitações à sua actividade em função de serem accionistas de uma qualquer SAD. O regulamento indica incompatibilidade para o exercício das funções, caso ultrapassem os 10% do capital social. "Se for 11%, ficamos impedidos de fazer negócios e teremos de suspender a actividade e deixar de arbitrar, por causa do conflito de interesses", admitiu, ao JN, o juiz internacional Paulo Costa, também actual presidente interino da Associação Portuguesa de Árbitros (APAF). "Se for 9% ou 10%, já pode actuar sem problemas", lembrou. E deixou um lamento "Os restantes agentes desportivos não têm esse condicionalismo para desempenhar as suas funções; só os árbitros o têm".

A ligação entre José Veiga, director da SAD do Benfica, e José Veiga, accionista da SAD do Estoril, é hoje cada vez mais evidente e também mais incómoda. João Lagos admite as negociações com a administração da SAD estorilista, mas recusa-se a divulgar a quem vai eventualmente comprar as acções da Estoril SAD. António Figueiredo irrita-se e diz que não fala de Veiga, mas não esclarece quem é o proprietário de grande parte do capital social da empresa que administra.

O país futebolístico, esse, continua a fingir que nada se passa. Cunha Leal respira de alívio porque os regulamentos da Liga são omissos. Figueiredo, há uma semana, quando o final do Estoril parecia inevitável, responsabilizou publicamente Veiga, para agora inflectir o discurso...

Mais difícil, porém, é manter a fantasia no chamado mercado de capitais, tendo a CMVM garantido que investigará como é possível José Veiga vender agora 37% de acções do Estoril que o próprio Veiga anunciou ter vendido há mais de um ano. E isso será muito mais difícil de resolver com uma simples estalada.
in Jornal de Notícias, 13-01-2006

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Suado, mas justo


Naval  1   -   2  FCP


Depois de ter recebido o FC Marco na ronda anterior da Taça de Portugal, o FC Porto deslocou-se à Figueira da Foz para defrontar a Naval 1º de Maio. Era um encontro entre primodivisionários.

Adriaanse mexeu na equipa inicial apesar de o ter feito mais por condicionalismos do que por opção técnica, exceptuando a troca de Vitor Baía por Hélton. Raúl Meireles jogou na posição de Paulo Assunção (castigado), Marek Cech foi o defesa-esquerdo no lugar de César Peixoto (lesionado) e Bosingwa ocupou o lado direito da defesa onde tem actuado Ricardo Costa (castigado). A salientar ainda o facto de Jorginho ter sido titular no lado direito do ataque enquanto Lisandro foi o nº 9, deixando Hugo Almeida no banco.

O jogo começou algo lento, mas com a equipa do Porto sempre a mandar e a controlar o jogo enquanto a Naval jogava de forma mais cautelosa optando pelos contra-ataques como meio de chegar à baliza de Helton.

O golo surgiu aos 26 minutos numa jogada pelo lado esquerdo com Cech a desmarcar muito bem Ricardo Quaresma que tira mais um dos seus cruzamentos para os pés de Diego, que só teve de empurrar. A partir daí, a equipa da Naval começou a mudar a sua estratégia aparecendo mais vezes, e com mais perigo, da área do Porto. Apesar disso, o jogo estava perfeitamente controlado quando Bruno Paixão apitou para o intervalo.

A segunda parte começou praticamente com uma grande penalidade contra o FC Porto. Saúlo no lado direito do ataque da Naval centra para a grande área mas a bola bate no braço de Cech ficando dúvidas quanto à intencionalidade do eslovaco em cortar a bola com o braço já que lhe era impossível desviar-se daquela bola. Ainda assim, Bruno Paixão não teve dúvidas e assinalou a infracção, que o jogador da Naval não desperdiçou.

Com o empate, a Naval voltou a jogar mais em contenção, voltando a espreitar o contra-ataque enquanto o Porto voltou-se para a baliza de Taborda tentando chegar à vantagem o mais depressa possível embora raramente bem. Pouco depois, aos 76', mais um lance para grande penalidade assinalada por Bruno Paixão. Alan centra na grande área e o defesa da Naval corta a bola com o braço. Lucho González não perdoou e deu a vantagem ao FC Porto, que, até ao final, soube gerir o tempo e o resultado.

Jogaram ainda Alan, Hugo Almeida, Ibson substituindo Quarema, Jorginho e Raúl Meireles, respectivamente.

O Porto está assim com justiça nos oitavos de final da prova para desespero do benfiquista Álvaro Magalhães que, na sua habitual postura, culpou a arbitragem pela eliminação da Naval. As melhoras caro Álvaro :-)


Mais e Menos

+ Diego Fez um bom jogo, sobretudo na primeira parte, exibição premiada com o oportuno golo que deu a primeira vantagem ao Porto.

+ Quaresma Mais uma vez o desiquilibrador. Saiu ao intervalo e a diferença de qualidade atacante notou-se na segunda parte.

+ Marek Cech Este eslovaco convence-me. Combina bem com o ataque, tem técnica e defende razoavelmente. Bom exemplo disso é o lance do primeiro golo portista.


Ficha do Jogo

Taça de Portugal (5ª eliminatória)

Estádio José Bento Pessoa, na Figueira da Foz

Árbitro: Bruno Paixão (Setúbal)
Assistentes: António Godinho e Pedro Pinheiro
4º árbitro: Paulo Rodrigues

NAVAL: Taborda; João Paulo, Franco, Fernando e Nélson Veiga; Solimar, Glauber e Pedro Santos; Fajardo, Saulo e Lito.
Substituições: Glauber por Gilmar (54m), Fajardo por Rui Miguel (63m) e Pedro Santos por Fogaça (78m)
Não utilizados: Sopalski, Carlitos Cazarini e Éder Richardtz.
Treinador: Álvaro Magalhães

F.C. PORTO: Hélton; Bosingwa, Pepe, Pedro Emanuel e Marek Cech; Raul Meireles, Lucho González e Diego; Jorginho, Lisandro López e Quaresma
Substituições: Quaresma por Alan (46m), Jorginho por Hugo Almeida (81m) e Raul Meireles por Ibson (88m)
Não utilizados: Paulo Ribeiro, Bruno Alves, Sonkaya e Ivanildo
Treinador: Co Adriaanse

Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Diego (25m), Saulo (48 m, pen) e Lucho (78m, pen)
Disciplina: Cartão amarelo a Saulo (5m), Solimar (11m), Quaresma (28m), Pepe (34m), Franco (34m), Cech (47m), Lisandro (74m) e Nelson Veiga (77m)

* Fotos AP (Associated Press)

MST: Ilusões, aparências e farsas

«1. Tenho de voltar a este assunto sórdido. Doía-me a alma se o não fizesse. Seis profissionais de uma actividade a que chamam segurança, fardados como tal e presumivelmente a mando do Sr. José Veiga, director do futebol do SL Benfica, fizeram uma espera no aeroporto da Portela a um passageiro, acusado de ter incomodado («empurrado») o presidente do Benfica no aeroporto de S. Paulo e, perante os jornalistas, televisões e agentes da PSP, provocaram-no e enfiaram-lhe uma estalada como aviso. Ele encaixou a estalada e, por isso, a coisa ficou por aí. Foi um episódio verdadeiramente siciliano, revelador de várias coisas incontornáveis, tais como uma atitude de impunidade, de sobranceria, de quero, posso e mando que, por si só chegou e bastou para revelar a uma outra luz a face de alguns cavalheiros regeneradores da selva do futebol português. Com honrosas excepções, seguiu-se, na nossa imprensa desportiva, a tentativa de branqueamento do episódio. E nada melhor para tal do que a batota de meter no mesmo saco um facto e um não facto. O facto era a agressão encomendada por alguém que manda no Benfica; o não facto, a imaginativa encenação de atribuir o suposto empurrão ao presidente do Benfica no aeroporto de S. Paulo a um emissário do FC Porto. Mas se o primeiro episódio foi visto, fotografado e filmado por todos, se os seguranças contratados acompanhavam um director do Benfica, já o segundo episódio tem como testemunha, intérprete e acusador apenas e só o próprio presidente do Benfica. Quando eu estudei jornalismo, aprendi que tal era manifestamente insuficiente para se transformar em facto. Mas, à conta desta mais do que forçada semelhança de factos, atitudes e responsabilidades, escreveram-se pungentes textos moralistas, em que o visto e o não visto, o real e o imaginário, se equivaliam até ao desejado ponto de poder legitimar os acontecimentos do aeroporto de Lisboa com os supostos acontecimentos do aeroporto de S. Paulo, fácil e expeditamente atribuídos à terrível gente do FC Porto. E assim, não se dispensando de extrair uma condenação de princípio sobre o assunto, preservou-se cuidadosamente a figura de intocável do presidente do Benfica e do seu Richelieu de serviço. Quando Luís Filipe Vieira surgiu à frente dos destinos do maior clube português, não fiz cerimónia em elogiar aqui, e mais do que uma vez, o que me parecia ser uma postura de humildade, trabalho e empenho em defesa dos interesses do seu clube e até do futebol, em geral. Mas, com o correr do tempo, e em especial desde que se associou intimamente a José Veiga, venho notando que, se o trabalho e esforço pelo Benfica se mantêm e só lhe ficam bem, já a sua contribuição para a melhoria do futebol português cedeu lugar a uma atitude de hegemonia extradesportiva e prepotência entre pares, que sepultou de vez a elogiada humildade. Embriagado por uma imprensa que lhe dedica um verdadeiro e ridículo culto de personalidade, Luís Filipe Vieira parece-me estar a resvalar para próximo da fronteira onde acabará por achar que tudo lhe é lícito, impune e elogiado, apenas porque é presidente do maior clube português. Oxalá, digo-o sinceramente, seja só uma impressão minha.

2. Realmente, e para terminar o rescaldo do palpitante episódio Moretto, Pinto da Costa tem razão na pergunta que fez e que permanece sem resposta: se o Moretto só queria ir para o Benfica, se Chumbita Nunes só queria que ele fosse para o Benfica e se mantinha contrato válido com o Setúbal, que necessidade havia de ir ao Brasil raptá-lo das garras do FC Porto? Porque não esperar tranquilamente que ele regressasse a Setúbal e assinar então contrato com ele? É verdade que não produzia o mesmo efeito espectacular para enganar parolos, mas era mais simples, mais lógico e, sobretudo, mais revelador das verdadeiras intenções negociais de Moretto - (hoje, tal como Marco Ferreira, benfiquista desde pequenino).

3. Abandonados à sua sorte, os futebolistas profissionais do Estoril-Praia lamentaram que o «accionista principal» (com 60% das acções) não tenha aparecido na hora da verdade, a dar a cara e a responsabilizar-se pelos vários meses de salários em atraso. E porque não apareceu o accionista principal? Porque ele supostamente não o é nem pode sê-lo. Trata-se do Sr. José Veiga, dirigente do Benfica e que, pelos estatutos da Liga, não pode acumular as duas funções e, por isso mesmo, foi dito e anunciado, há mais de um ano, que tinha deixado de as acumular. Afinal, parece que não. Mas, entretanto, já lá vai o célebre jogo deslocado da Amoreira para o Estádio do Algarve e que tanto jeito deu para o título do ano passado. O tal jogo que, a troco da batota desportiva, iria servir justamente para pagar os ordenados aos jogadores do Estoril. Francamente, também, já começam a ser coincidências a mais: onde há ordenados em atraso, aparece sempre o Benfica a tirar partido da situação.

4. 53.000 espectadores na Luz, 42.000 no Dragão, é notável — em contraste com os 14.000 de Braga (a ganância dos bilhetes a 50 euros paga-se e é bem feito). Mesmo assim, juntando estes três números aos resíduos das restantes assistências da 17.ª jornada da Superliga, pode-se dizer que a média andou pelos 15.000 por jogo. Seria reconfortante se a estatística não fosse uma ciência morta. Neste caso, o que a estatística não explica mas confirma é que só temos três ou quatro clubes com sustentação popular para disputar uma primeira divisão. É triste, mas é um facto, que deveria servir de ponto de partida a qualquer reflexão séria sobre a inadiável reforma dos quadros competitivos do futebol profissional.

5. Notável também que, em todos os jogos envolvendo os primeiros da classificação, não tenha havido um só caso de arbitragem. É verdade que Carlos Brito, lá de baixo do banco, viu um penalty que, posso-lhe garantir que, lá de cima da bancada ninguém viu — pelo menos na área do FC Porto. E a dualidade de critério disciplinar de que ele fala, existiu sim, mas a favor do Boavista e, particularmente de Tiago, um jogador que parece ter como principal prazer no futebol distribuir cacetada pelos adversários.»

Miguel Sousa Tavares, in A Bola (10/01/2006)

domingo, janeiro 08, 2006

Parecia fácil mas tornou-se difícil


FC Porto  1   -   0  Boavista


Vitória justa mas complicada frente a um Boavista com duas faces completamente distintas.

Na primeira parte o jogo foi dominado pela equipa do Porto, não dando hipóteses de reacção aos boavisteiros que estiveram mais de 30 minutos sem rematar à baliza de Vitor Baía. O único golo da partida foi marcado por Quaresma aos 22' num livre directo à entrada da área ganho por Diego. O Porto podia ainda ter dilatado a vantagem mas Carlos impôs-se bem e os atacantes portistas não mostraram grande acerto, sobretudo Hugo Almeida que não me pareceu bem neste jogo.

No segundo tempo a história foi outra. O Boavista que entrou em campo nada tinha a ver com o da primeira parte. Jogou bem mais adiantado no terreno e sobretudo com outra atitude. Durante a primeira meia-hora o Porto encontrou algumas dificuldades em suster os ataques do Boavista e ainda mais dificuldades em criar jogadas de ataque. Só já no final e com Jorginho e Alan em campo conseguiu acercar-se da baliza de Carlos com perigo, sobretudo em jogadas de contra-ataque. A destacar ainda, pela negativa, a lesão de César Peixoto.

No final o Porto soma mais três pontos e chega aos 40 no final da primeira volta, aumentado assim para 6 pontos de vantagem para o 2º classifcado.


Mais e Menos

+ Diego Muito bem na condução do jogo ofensivo. Se soltar a bola mais depressa e aguentar melhor as cargas será sem dúvida um dos melhores nº10.

+ Quaresma Foi «O» perigo na 1ª parte. Marcou o golo e deu mais 3 pontos ao Porto.

- Hugo Almeida Pareceu distante e sem garra. Desistiu facilmente de alguns lances. Noite infeliz.

- Eclipse Durante grande parte do 2º tempo o Porto eclipsou-se por completo e não conseguiu criar lances de perigo.

+- Pepe Esteve seguro nos cortes e a defender. Só não pode é inventar dribles ainda no meio-campo defensivo... medo!!


Declarações

Co Adriaanse (FC Porto)

«Acabámos a primeira volta com uma boa vantagem. Temos 40 pontos, mais seis que Benfica e Nacional, o que é bom. Mas acho que, para além do Benfica e do Nacional, é preciso ter cuidado com o Braga e com o Sporting. São adversários de respeito na luta pelo título. [...] O FC Porto está sempre no mercado, mas penso que não precisamos de mais jogadores.»

Ricardo Quaresma (FC Porto)

«Penso que é a minha melhor fase desde que estou no futebol profissional. Espero continuar assim ou ainda melhorar, mas todos nós estamos muito bem e espero que as coisas continuem a correr bem ao Porto. O mister tem-me ajudado bastante, tem-me dado confiança, assim como a equipa.»

«É sempre bom ter essa vantagem e vamos continuar a trabalhar para que possamos ter esses seis pontos ou até mais para podermos ser campeões.»


Ficha do Jogo

Liga 2005/06 (17ª jornada)

Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 41.207 espectadores

Árbitro: Paulo Costa (Porto)
Assistentes: Bertino Miranda e Serafim Nogueira
4º árbitro: Artur Soares Dias

F.C. PORTO: Vítor Baía; Ricardo Costa, Pepe, Pedro Emanuel «cap.» e César Peixoto; Paulo Assunção, Lucho Gonzalez e Diego; Lisandro Lopez, Hugo Almeida e Quaresma
Substituições: César Peixoto por Cech (57m), Hugo Almeida por Jorginho (69m) e Quaresma por Alan (78m)
Não utilizados: Helton, Ibson, Bruno Alves e Ivanildo
Treinador: Co Adriaanse

BOAVISTA: Carlos; Hélder Rosário, Ricardo Silva, Cadú e Areias; Tiago e Lucas; Manuel José, João Pinto «cap.» e Zé Manuel; Fary
Substituições: Lucas por Paulo Sousa (46m), Zé Manuel por Paulo Jorge (46m) e Fary por Cafú (84m)
Não utilizados: Khadim, Rui Duarte, Cissé e Figueredo
Treinador: Carlos Brito

Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Quaresma (23m)
Disciplina: Cartão amarelo a Tiago (6m), Pedro Emanuel (18m), Lucas (21m), César Peixoto (29m), Cadú (63m), João Pinto (63 e 90m), Hélder Rosário (67m), Paulo Assunção (90m) e Ricardo Costa (90m)

* Fotos AP (Associated Press)

Agora já ninguém fala...

Quando o Penafiel se deslocou ao Estádio do Dragão, foram muitos os que criticaram a ausência de N'Doye, expulso no jogo anterior ficando assim impedido de defrontar os portistas.

Curiosamente, nesta jornada o Paços de Ferreira desloca-se ao estádio da Luz privado de 3 jogadores habituais titulares (Ronny, Primo e Pedrinha), todos por acumulação de amarelos. O estranho é que ninguém fala nisso.

Anderson

Anderson já está no Porto e assiste esta noite ao derby FC Porto x Boavista. Ao que tudo indica a sua estreia está marcada para o jogo amigável frente ao Dínamo de Moscovo.

O Azul e Branco tem grande esperança neste jogador e faz votos para que tenha muito sucesso juntamente com Lucho, Quaresma, Diego & Cia.

Para abrir o «apetite» fica aqui um video do CanalFCP.com com algumas jogadas de Anderson ao serviço da sua antiga equipa, o Grémio.

Ver video do Anderson

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Pôr os pontos nos «ís»

A FC Porto SAD veio a público contar a sua versão dos factos relacionados com a palhaçada montada pelo presidente da instituição. O comunicado pode ser encontrado no site oficial do FC Porto.

Frasco apresentado

António Frasco foi apresentado como «novo reforço» do Departamente de Futebol de Formação. Aos 50 anos, o ex-jogador do FC Porto integra a estrutura para ajudar os jovens e transmitir a mística portista. Ler a notícia completa.

Diga lá outra vez?

«Estabelecemos contacto entre uma pessoa interessada em tomar conta da SAD e José Veiga, pessoa que detém 80 por cento das acções da SAD, mas não chegaram a acordo. Esperava uma abertura diferente por parte de Veiga, porque em causa estava a sobrevivência da SAD e do futebol profissional». António Figueiredo, Director do Estoril em declarações à TSF

E agora? Será que o Ministério Público e a Liga já podem agir?

terça-feira, janeiro 03, 2006

Reforços?

Não sei se fique animado ou desanimado com a postura da SAD do FC Porto no que toca a reforços. Se por um lado há posições que necessitam de ser reforçadas como o lugar de defesa-direito ou um bom avançado, por outro não há contratações «surpresa» de Pitbull's ou Leo Lima's. Mas ainda é cedo para falar porque ainda falta muito para encerrar o «mercado de Inverno».

Arriscamo-nos a fazer um campeonato inteiro sem um único lateral de raíz na equipa habitualmente titular. Na direita já passaram Sonkaya, Bosingwa e Ricardo Costa. Nenhum deles convenceu plenamente. Na esquerda temos César Peixoto, perito em causar ataques de pânico aos mais sensíveis, e Marek Cech que até entusiasmou os adeptos mas desapareceu misteriosamente.

No ataque e dada a fartura de opções no início da época, é caricato que agora estejamos com as «calças na mão» por causa de uma amigdalite do Hugo Almeida. McCarthy vai para a CAN e falha pelo menos 4 jogos, Bruno Moraes continua lesionado sem um prazo certo para regressar, Sokota não defraudou as expectativas dos portistas mais pessimistas e Hélder Postiga foi emprestado ao St. Etienne. Com este cenário, é pôr uma velinha para que não seja emprestado mais nenhum avançado ou que não haja nenhuma lesão que debilite ainda mais a frente de ataque da equipa.

Entretanto, venha de lá o Boavista que eu já tenho saudades de ver jogar o Mágico Porto!

O erro que compensa

Na última jornada o Braga perdeu com o Gil Vicente por 2-1 tendo sido validado um golo aos Gilistas que claramente não entrou. Elmano Santos foi o árbitro desse jogo e preparava-se para estrear a jarra... mas não. Uma das equipas que mais beneficiou com esse resultado foi o Benfica que ultrapassou o Braga e ascendeu ao 3º lugar. Talvez seja essa a razão pela qual acabou por ser nomeado para o próximo Benfica - Paços de Ferreira. É mesmo caso para dizer que o crime, digo, erro compensa.

PS: Em que estado está o processo ao Nuno Gomes? O jogo foi disputado a 19 de Novembro... alguém sabe quando há jogos para a Taça?

MST: Há Moretto na costa

«1. Saí de Lisboa ontem, manhã muito cedo, e confesso que não sei como terminou o affaire, mas, segundo a imprensa de ontem, o presidente do Benfica, depois de uma viagem relâmpago ao Brasil, preparava-se para desembarcar à mesma hora na Portela, trazendo nos braços o ansiado Moretto. Dado há várias semanas como certo no Benfica, o guarda-redes sensação do Vitória de Setúbal não estava afinal tão bem controlado que tenha dispensado o incómodo de obrigar o infatigável Luís Filipe Vieira a passar o réveillon a bordo de um avião para S. Paulo com regresso no mesmo dia. Conforme relatavam os três diários desportivos de ontem (que abordavam o assunto como se da conquista de um título se tratasse), ao fim da manhã, Vieira iria apresentar a sua conquista aos sócios. E isto, depois de uma história que me pareceu muito mal contada e que terá metido uns emissários brasileiros do FC Porto (?) que, em pleno aeroporto de Cangonhas terão empurrado o presidente do Benfica e tentado evitar o embarque do messias Moretto (quem quiser que acredite...)

O Benfica entra assim em 2006 com esta grande conquista que é o Moretto, sem dúvida um bom guarda-redes, embora haja, como ele irá descobrir, uma imensa diferença entre ser bom guarda-redes num clube pequeno, onde nunca faltam as oportunidades para brilhar em defesas aparatosas, ou sê-lo num clube grande, onde se pode chegar a passar um jogo inteiro no frio e na solidão e de repente é preciso evitar o golo numa saída aos pés de um adversário que se isolou num contra-ataque.

Mas, deixemo-nos de desconversas: a grande conquista de Filipe Vieira nem é ter arranjado um guarda-redes para ocupar o lugar do desamparado Rui Nereu: a grande conquista é tê-lo arrebatado após uma luta titânica, aos que nos dizem, contra Pinto da Costa. É verdade que não houve nunca, dos lados do Porto, o menor sinal de tal refrega, à parte o facto de o empresário de Moretto ser irmão de um dirigente da SAD portista, o que é apenas uma suspeita de intenções. De resto, nem uma palavra de Pinto da Costa, de dirigentes, treinador, empresário ou do próprio Moretto (pode ser que agora a memória lhe possa ser reavivada...). Nada, apenas as suspeitas jornalísticas, sem dúvida sopradas por um vento de sudoeste...

No FC Porto, como se sabe, fazem falta, de facto, alguns jogadores, tal como um defesa-direito e dois centrais. Outros sectores poderiam eventualmente ser também reforçados, mas se há um que não precisa é a baliza. Na baliza, está lá Vítor Baía, que é somente o melhor guarda-redes português; está lá o Helton, que foi o melhor guarda-redes do campeonato anterior e que, face às notícias que já o davam à procura de clube, entalado entre a concorrência de Baía e a de Moretto, fez saber que não, que estava muito bem ali; e está lá, também, estagiando no Estrela da Amadora, o Bruno Vale, guarda-redes da Selecção de sub-21. Pelo que o Moretto, francamente, só mesmo para irritar o Benfica e deitar dinheiro à rua. É verdade que a gastar dinheiro com jogadores em rompantes de última hora, Pinto da Costa ganhou fama de ser um mãos largas. Mas é justamente por coisas dessas que hoje as finanças do clube voltaram ao vermelho e à campainha de alarme. Os tempos, espero eu, já não vão para exibicionismos desses.

2. 0 Manduca, sim, esse foi uma aquisição pacífica do Benfica, neste defeso natalício. É um grande jogador à vista, mas, tal como sucede com Moretto, também ele irá aprender que uma coisa é atacar contra equipas grandes, que jogam aberto, e outra é atacar contra equipas que jogam com dois defesas para cada avançado e tudo concentrado em trinta metros.

José Fonte é uma aquisição curiosa: aparentemente, segundo rezam os jornais, foi adquirido para ser emprestado - uma prática que eu tanto critiquei no FC Porto dos últimos anos e de que o Benfica parecia arredado. Mas mais curioso ainda são as circunstâncias da aquisição: no último jogo do campeonato, o Benfica ganhou em Setúbal, graças a um golo de Nuno Gomes no último suspiro . Mas Nuno Gomes apareceu liberto em zona proibida, justamente a zona de... José Fonte. Que, por coincidência, não estava lá: tinha rescindido o contrato com o Vitória na véspera, para dias depois, assinar... pelo Benfica. Deve ser a tal transparência de que falam...

3. Há anos, largos anos já, o horrível Pinto da Costa definiu uma regra de comportamento: jamais iria comprar um jogador que estivesse em litígio com o seu clube ou que dele tivesse saído em litígio. A regra tem-se mantido firme até hoje e em benefício, sobretudo, dos clubes pequenos, mas também dos grandes, como o próprio Benfica. Mas tal regra nunca criou escola entre os dirigentes benfiquistas que se têm sucedido. Como alguém aqui escreveu há dias e como se tem visto ao longo dos anos, a grande ave de rapina destas situações é a águia - quem ainda não provou a bicada que se cuide. Deve ser a tal maneira diferente de estar no futebol...

Fosse o horrível Pinto da Costa a fazer uma destas e estaríamos já enjoados de textos moralistas e indignados. Mas, tratando-se do Benfica, até o patético Chumbita Nunes agradece a esmola que Filipe Vieira prometeu dar-lhe pelo José Fonte (só não disseram quanto, quando e como...). Deve ser a tal "generosidade" que dizem que o Benfica tem manifestado para com o Vitória de Setúbal ao ponto de, vejam lá, se ter disposto a pagar-lhes meio milhão de euros contra o direito de escolha sobre cinco jogadores!

PS: Afinal, ainda regressei a Lisboa a tempo de introduzir este post-scriptum sobre as inesquecíveis imagens do desembarque de Moretto na Portela e depois já na tão desejada Luz... Tal como acima previ, eis que o Moretto se revelou uma garganta funda a denunciar o que sofreu com o assédio infernal do FC Porto. Curioso é que só depois de ter chegado a acordo com o Benfica é que se deu mal com o assédio: até lá, e segundo o seu relato, reuniu, conversou, negociou e assinou com dirigentes portistas. Mas, afinal, desde pequenino que era benfiquista. Desejo-lhe as maiores felicidades.

Também deu para perceber que a tal história dos emissários portistas molestando o presidente do Benfica no aeroporto de S. Paulo, estava realmente mal contada. Ali há gato e o gato é com o Moretto e aquele sujeito que até ontem era seu amigo e que teve direito a um comité benfíquista de boas-vindas digno de remeter as proezas do célebre guarda Abel para a categoria dos contos de fadas. Como disse Luís Filipe Vieira, as cenas que o país teve ocasião de ver ontem pela televisão ficarão para a história do futebol português. Creio que todos ficámos elucidados: só não deu para perceber a que lei e a quem obedecem os agentes da PSP que testemunharam uma agressão encomendada, de braços cruzados e a assobiar para o ar.»

Miguel Sousa Tavares, in A Bola (03/01/2006)

segunda-feira, janeiro 02, 2006

Mentiras Chapadas

«Assim que chegar a Portugal vou decidir se vou para o Benfica ou para o F.C. Porto» Moretto, 01/01/2006

«Em nenhum momento coloquei a possibilidade de ir para o F.C. Porto» Moretto, 02/01/2006

«Os seguranças chegaram com os elementos do Benfica que desde manhã cedo esperaram a chegada do guarda-redes e do presidente dos «encarnados». Assim que Vítor Dinis, que viajou com Moretto, apareceu na zona da saída de passageiros, rodearam-no. Por entre uma troca de ameaças e insultos, um dos seguranças agrediu Vítor Dinis com uma chapada» in MaisFutebol, 02/01/2006

domingo, janeiro 01, 2006

Festa em fotos



A festa centro do relvado



Tifo nas bancadas



Maria Amélia Canossa voltou a cantar o Hino



A chegada dos campeões (I)



A chegada dos campeões (II)



Licha e Lucho



Festa...



O treinador campeão



Foto de família



Baía, o jogador com mais títulos



Primeiro título, de muitos, para Adriaanse



Pepe, Ibson e Adriano



Diego, Pedro Emanuel, Alan, Lucho e Ibson



César Peixoto e Bruno Alves



Helton e Ricardo Costa



McCarthy



A festa continua...


* Fotos AP (Associated Press)