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terça-feira, maio 30, 2006

MST: Comecem depressa o mundial!

«1. Como já devem ter notado, gosto muito de futebol. Gosto do jogo, da sua lógica e estratégia, que combina o sentido de equipa com o talento individual, da escola de qualidades humanas que o futebol pode constituir pela vida fora. Gosto da paixão, do clubismo, das cores, dos jogadores excepcionais. E gosto de tudo no espectáculo de futebol: os estádios, as luzes, a relva, a estética, a coreografia, os sons e o ambiente. Só tenho pena, uma infinita pena, que os modernos estádios portugueses tenham posto fim àquelas fantásticas roulottes de sandes de entremeada e courato, vinho morangueiro e imperial, em benefício dos assépticos e estúpidos bares inspirados nessa sinistra invenção dos nosso tempos que são os McDonalds e afins.

Mas, para mim, o futebol é apenas isto: um grande jogo, um magnífico desporto e, por vezes, um deslumbrante espectáculo. E nada mais. Não é, nem será nunca, compensação para frustrações alheias à coisa em si, fonte de inspiração patriótica ou motivo de redenção nacional. Eu já adorava futebol quando o Estado Novo usava o futebol para nos distrair da miséria política e cultural em que vivíamos, tentando fazer-nos crer que, por termos aquela fabulosa equipa do Eusébio e seus pares de 66, só podíamos ser um grande país. Eu não irei, pois, pendurar a bandeira nacional na janela de minha casa ou do meu carro nem irei associar-me a imbecis manifestações de patrioteirismo ad hoc, a mando de um seleccionador brasileiro que se convenceu de que nos havia de transformar a todos em súbitos patriotas, à boleia da Selecção. E enjoo só de pensar que a cidadania patriótica vai dar pretexto e fornecer representação àquelas patéticas criaturas do jet-seis nacional para se vestirem com as cores da bandeira e jurarem o seu desvelo pela Selecção-pátria.

Tal como aprendi as ver as coisas, o patriotismo não é arvorar bandeirinhas nacionais às janelas quando do Europeu ou do Mundial. O patriotismo, para mim, é pagar impostos, ser útil à comunidade de alguma forma, servir o seu país, quando se tem ocasião para tal e sem esperar nada em troca. E os heróis nacionais não são os jogadores da Selecção, que nasceram com o talento para jogar futebol e, por isso, têm a honra e o privilégio (aliás, excelentemente pago, directa e indirectamente, através da publicidade e direitos de imagem), de representar Portugal num Mundial. Mais depressa vejo como heróis os amadores que se preparam anos a fio e às vezes a expensas suas, longe das multidões e do vedetismo, para representar Portugal nos Jogos Olímpicos. E perdoem-me a blasfémia mas, enquanto português, tenho infinitamente mais orgulho na Maria João Pires que no Cristiano Ronaldo e no António Damásio que no Luís Figo. Cada um é livre de definir a sua noção de pátria e de heróis nacionais. E esta é a minha.

2. O Verão das Selecções começou, entretanto, com a desfeita dos sub-21. Aqui para nós, tudo visto friamente, e apesar da brilhante campanha de qualificação, não creio que se possa falar de desilusão. Pelo que vi dos sub-21, pareceu-me que a equipa é apenas razoável e notoriamente mais fraca que a francesa e a sérvia, que nos derrotaram sem espinhas. Para além do mais, pareceu-me que só havia uma e uma única estratégia para tentar marcar golos e ganhar jogos: cruzamento de trivela do Quaresma e cabeceamento do Hugo Almeida. Isso tornou-se-me particularmente evidente quando o seleccionador Agostinho Oliveira quis explicar o fiasco com o sub-rendimento de Quaresma. Além de injusta, a observação não é verdadeira: se, contra a França, Quaresma acusou cansaço e esteve abaixo do normal, já contra a Sérvia-Montenegro fez três cruzamentos para golo, todos desperdiçados, e os dois remates mais perigosos da Selecção portuguesa, e contra a Alemanha foi dos mais esforçados em campo. Agora, um treinador que faz depender os bons resultados de golpes de génio de um ou dois jogadores é porque não sabe, por si, acrescentar valor à equipa.

3. Enquanto os sub-21 se despediam do Europeu em Guimarães, a Selecção principal começava a mostrar o resultado da sua preparação em Évora. Não deixa de causar alguma perplexidade constatar que, enquanto os nossos adversários de grupo na Alemanha escolheram jogos de preparação de grau elevado de dificuldade (Irão contra a Croácia, Angola contra a Argentina e México contra a França), Portugal optou por dois jogos de preparação contra duas selecções inexistentes no ranking das 100 mais: Cabo Verde e Luxemburgo. Mas, depois de ter visto o tiro de partida contra a selecção, a bem dizer inventada, de Cabo Verde, a escolha de Scolari revela-se bem prudente. Pergunto-me se, com o estado de preparação revelado (excepção feita a Pauleta), os nossos mundialistas teriam feito melhor que os sub-21 contra os sub-21 da França e da Sérvia... Assim, jogando contra selecções que garantem pouco dispêndio de energias e vitória garantida, pelo menos o moral das tropas mantém-se em alta e sempre se acrescentam mais duas vitórias ao currículo de Luiz Felipe Scolari. Depois, na Alemanha, se verá se a estratégia também foi tão boa como a escolha.

4. Vendo o jogo de Évora, outra coisa que me fez alguma espécie foi a própria decisão de realizar o jogo e o estágio da Selecção em Évora. Não tenho objecção alguma, antes pelo contrário, acho louvável que, sempre que possível, se leve a Selecção a estagiar e a jogar no interior, em especial no Alentejo, onde é tão raro ver futebol de primeira. Mas estamos nos finais de Maio, princípios de Junho, onde em Évora são frequentes temperaturas como a de sábado, de 35 graus à sombra. Isso não terá consequências negativas de ordem física na preparação da equipa? Os franceses, por exemplo, começaram por estagiar no frio dos Alpes, em altitude, enquanto nós escolhemos o inferno da planície alentejana — teremos sido nós que acertámos, apesar de se saber que na Alemanha não iremos encontrar temperaturas daquelas? Não sei, só sei que, no final do jogo contra Cabo Verde, os jogadores se confessaram muito cansados e o próprio treinador adjunto dormia, no banco ao lado de Scolari, vencido pelo calor (ou seria pela falta de calor do jogo?).

Mas a escolha de Évora para local de estágio também me levanta outra questão, esta do ponto de vista do contribuinte: com tantos locais disponíveis — Óbidos, Vale do Lobo (onde esteve a selecção inglesa), qualquer local do Algarve próximo do inútil Estádio do Algarve, Coimbra e numerosos outros locais prontos e disponíveis pelo País fora, incluindo os centros de treino de Sporting, FC Porto e Benfica — havia necessidade de ir para um sítio onde foi preciso construir um miniestádio de raiz? Sim, eu sei que aparentemente o novo Estádio de Évora foi financiado por particulares. Mas o que veio a público é que não se tratou de um gesto de beneméritos, antes de uma troca de oportunidades negociais: eles construíram o estádio e em troca vão poder urbanizar dentro da zona histórica de Évora, à revelia do respectivo PDM. Espero bem que isso não se confirme, porque seria um péssimo princípio que a presença da Selecção de Portugal fosse causa e pretexto de decisões desse tipo contra o interesse público.

5. Volto a reparar que Cristiano Ronaldo tem às vezes ataques de vedetismo que já ia sendo altura de ultrapassar. Aquele pontapé no adversário ter-lhe-ia valido um castigo sério em Inglaterra e poderia ter-lhe valido, sem a condescendência do árbitro, a ausência no primeiro jogo do Mundial. Scolari fez bem em tirá-lo de imediato mas agora terá de lhe explicar que o talento para jogar futebol e o estatuto de vedeta não dispensam algumas obrigações de outro género. Em especial quando se representa o País.»

Miguel Sousa Tavares, in A Bola (30/05/2006)

domingo, maio 28, 2006

Penta

Pelo quinto ano consecutivo, o FC Porto festejou a conquista do campeonato nacional de Hóquei em Patins ao vencer por 2-1 o Juventude. Para ajudar à festa, o Benfica foi derrotado em casa pelo Óquei Barcelos. Parabéns Campeões!

PS: Felicitações também à equipa de Andebol que venceu a Taça de Portugal, a 6ª do historial, frente ao Sporting num jogo decidido durante o prolongamento.

quarta-feira, maio 24, 2006

MST: Co Adriaanse: balanço de uma época

«Tinha prometido que faria o meu balanço pessoal sobre o desempenho do treinador do FC Porto assim que a época terminasse e não antes. A espera valeu-me as piadinhas do costume, de gente que queria por força que eu dissesse que me tinha enganado nas críticas que lhe havia feito, à vista dos resultados. Entretanto, fui também assistindo a extraordinárias conversões de outros que o tinham criticado desde o início e subitamente lhe passaram a render desveladas homenagens, logo após a vitória em Alvalade. Ora, a vitória em Alvalade teve, de facto, o condão de decidir o campeonato e a época a favor do FC Porto. A vitória foi merecida e segura mas, até 15 minutos do final, tudo continuava em aberto e, se o Sporting tem feito um golo, Co Adriaanse tinha o campeonato e a época perdidos. Assim como, se Ricardo tem defendido um só dos penalties do desempate da Taça, ou se Baía não tem feito aquela fabulosa defesa no primeiro penalty do Sporting, não teria havido Taça de Portugal. E aí, sem campeonato nem Taça, a juntar à mais desastrada campanha europeia dos últimos 20 anos, não haveria quem mexesse um dedo para defender o treinador do FC Porto. Por isso mesmo é que um balanço deve ser uma observação que resulta de tudo ponderado e não apenas de um ou dois momentos decisivos. Pessoalmente a minha opinião sobre o desempenho de Co Adriaanse passou por três fases distintas, afinal tantas quantas as fases pelas quais passou a própria equipa. Logo de início (e estão aí os registos de A BOLA para o provar) eu fiquei entusiasmado com as suas características e o seu futebol, loucamente atacante, espectacular, de constante carrossel, que foi o do princípio da época. Perguntei-me apenas, aqui, se os jogadores conseguiriam aguentar toda a época aquele jogo de vaivém constante, sem quebras nem aquilo a que José Mourinho chama o «descanso activo» com bola. Para além desse futebol-espectáculo dos primeiros jogos, houve, desde logo, outras coisas em Adriaanse que admirei e cuja admiração se mantém intocável: a disciplina fora e dentro do campo, o fair play como regra de jogo, a total ausência de lamúrias em relação à arbitragem (a principal característica dos nossos treinadores) e a consciência de que o futebol é, acima de tudo, um espectáculo que tem de trazer pessoas aos estádios. Em tudo isso, realmente, o discurso de Adriaanse foi radicalmente diferente daquilo a que estamos habituados. Mas depois começaram os jogos a sério e vieram as traumáticas derrotas em Glasgow e no Porto, contra o Artmedia. Podia-se falar de falta de sorte e houve, de facto, muito azar nesses dois jogos. Mas havia outras coisas mais, que se iam tornando evidentes: que Adriaanse estudava mal ou nada os adversários, que insistia em fazer sempre o mesmo tipo de jogo, fosse contra quem fosse; que não havia jogadas de bola parada ensaiadas (o FC Porto foi a equipa que menos golos marcou assim em todo o campeonato); que o tal futebol de ataque não era planeado mas apenas voluntarista; que as substituições a partir do banco raramente produziam efeitos; e que, sobretudo, ele revelava uma preocupante incapacidade para jogar também para o resultado, como se viu exuberantemente contra o Artmedia. Mas o mais preocupante de tudo foi o tempo que ele demorou até perceber quem eram os jogadores de primeira linha, os imprescindíveis, e os restantes. Ontem, na extensa e muito bem conduzida entrevista que deu a O Jogo, Co Adriaanse explica várias das suas opções — e com a maior parte delas eu concordo — mas não explica o tempo que demorou até chegar às escolhas certas e os danos que essa demora causou à equipa. E, para além da demora, houve também a brutalidade, insensibilidade, com que ele afastava jogadores sem uma palavra, às vezes até aqueles em quem tinha apostado cegamente. Estou inteiramente de acordo em que o Diego não tem lugar no FC Porto e duvido que tenha em qualquer equipa europeia de top, com aquele seu futebol de voltinhas e mais voltinhas e a sua total inépcia a rematar à baliza. Estou inteiramente de acordo que o Postiga não serve para número 10 e que, como número 9, não conseguiu sequer marcar 10 golos em três épocas consecutivas nos campeonatos português, inglês e francês: só não entendo é como é que o treinador demorou tanto tempo a perceber as características de um e de outro. Estou de acordo que o Jorge Costa já não tem velocidade para um tipo de jogo ofensivo que proporciona contra-ataques velozes ao adversário mas penso que continuaria utilíssimo para outros jogos, como na Liga dos Campeões, e que, sobretudo, não merecia nunca ser excluído de todos os jogos e todas as convocatórias. Até concordo que o Helton já é, talvez, melhor guarda-redes que o Baía (embora ainda não lhe chegue aos calcanhares no jogo aéreo, onde não há ninguém em Portugal que se lhe compare) mas não posso aceitar que ele descarte o Baía, como ferro-velho, ao primeiro deslize: não é assim que se conduzem homens. Demorou uma eternidade a perceber que o melhor central do FC Porto era, de longe, o Pepe, e que, para jogar ao lado dele, a escolha natural era o Pedro Emanuel (a derrota contra o Benfica, no Dragão, por exemplo, deveu-se à escolha errada dos centrais). E temos enfim o caso do Quaresma, de que reza a lenda que foi recuperado e reconvertido graças aos conselhos e ensinamentos de Adriaanse. Não é, simplesmente, verdade. Ele foi arrumado por Adriaanse porque usava brinco, mudava de penteado todas as semanas e, com o seu génio e capacidade de improvisação, lhe estragava o esquema de jogo. Não foi Quaresma quem acabou por perceber Adriaanse, foi Adriaanse que se viu forçado a perceber Quaresma e a falta que ele lhe fazia na equipa: percebeu-o quando, tendo-o feito entrar em dois jogos sucessivos a 10 minutos do fim, o Quaresma lhe resolveu das duas vezes os jogos, que estavam empatados. Em contrapartida, a aposta até ao desespero no Jorginho, a falta de confiança no Ibson, a falta de coragem em arriscar mais vezes o Anderson, tiveram mais que ver com teimosia que com lógica. E veio assim a segunda fase, em que os lenços brancos, desafiados pelo próprio, começaram a esvoaçar no Dragão. Escrevi aqui na altura que o meu continuava no bolso mas ia sendo tempo de Co Adriaanse se deixar de teorias e obstinações e começar a jogar natural e provar que era capaz de vencer jogos decisivos. E veio, enfim, a derrota na Amadora, que foi o turning point de Adriaanse. Aí ele percebeu que tinha de mudar qualquer coisa e optou — com coragem, reconheço — pela fuga em frente, passando a jogar em 3x3x4. Paradoxalmente, porém, produziu-se o efeito inverso do que ele esperava e que seria normal: a equipa começou a marcar menos golos mas a sofrer também muitos menos. E, se esse acabou por ser o sistema que lhe deu o campeonato e a Taça, é mais que justo reconhecer que isso se deve, em primeira linha a um só jogador: o Pepe, que varreu a defesa, por dois ou três. E, em segunda linha, a outros dois: o Paulo Assunção, o mais inteligente jogador da equipa, e o Ricardo Quaresma, cujas jogadas abriram caminho aos raros golos que a equipa foi obtendo. A conclusão final que tiro de tantas andanças e tantas mudanças pode ser sintetizada na frase feliz de Santos Neves, aqui, nestas páginas: «Co Adriaanse errou, errou, errou... até acertar em cheio!» A curiosidade agora está em saber se, jogando só com três defesas e com um ataque que não parece ser capaz de encontrar processos simples de chegar ao golo, ele terá alguma esperança numa campanha europeia ao menos razoável — isto é, até aos oitavos-finais da Champions. Porque, na época que acaba de terminar — e em que, na opinião geral, ele dispunha do melhor plantel a jogar em Portugal —, ganhou o campeonato e a Taça por uma unha negra e foi um desastre na Europa. Estará o copo meio-cheio ou meio-vazio? Por mim não posso fazer outro balanço que não este: aprecio as qualidades e a atitude que Adriaanse trouxe ao FC Porto e ao nosso futebolzinho mas não estou convencido ainda de que ele seja um ganhador. «Quod est demonstrandum.»»

Miguel Sousa Tavares, in A Bola (23/05/2006)

segunda-feira, maio 22, 2006

Adriaanse em discurso directo

O jornal «O Jogo» publica hoje uma entrevista interessantíssima com Adriaanse, que conversa abertamente sobre vários temas da época que passou revelando alguns pormenores curiosos.
Aqui ficam alguns excertos.

«(...)se o Paulo (Assunção) fosse dez centímetros mais alto e se fosse mais rápido, estaria a jogar no Arsenal ou no Chelsea ou no Milan ou na Juventus. Tenho muita sorte que ele seja um pouco mais baixo e que esteja por cá. É um grande profissional e um trabalhador incansável nos treinos, tal como é nos jogos.»

Sobre Adriano: «Não precisei de mais do que cinco minutos de treino para perceber que se tratava de um bom jogador. Falei com ele antes e percebi na sua atitude, na sua entrega, que era um jogador que podia usar de imediato. De resto, ele não é importante apenas dentro do campo, mas também para criar um bom ambiente e espírito de equipa.»

Sobre as agressões
: «Decidimos ficar e mostrar carácter perante os jogadores, deixando claro que não nos afugentavam com aquilo que não passa de um comportamento criminoso.»

Sobre Anderson: «Chegou sozinho do Brasil, a um ambiente novo e pensava que era o melhor do Mundo, porque todos os dias lia isso n'O JOGO. Houve muita publicidade durante meio ano. Eu próprio pensei que não voltaríamos a perder, porque vinha aí o Anderson, que é tão bom jogador.»

Sobre Postiga: «Postiga pensa sempre que dá cem por cento nos treinos. Eu não concordo. Acho que uns dias dá cem, outros oitenta, setenta, sessenta. Tive muitos problemas para o convencer a trabalhar mais, para melhorar o seu nível. É difícil. Talvez seja o único treinador que teve problemas com ele, mas, se um jogador só trabalha uma hora e meia por dia, não pode dar menos de cem por cento.»

Auf Wiedersen, Diego

Continuo a achar que Diego é um excelente jogador mas, infelizmente, pensa que é melhor do que aquilo que realmente é.

Talvez estejamos aqui a cometer um grave erro ao abrir mão de um jogador tão novo e que pode ainda evoluir e valorizar-se muito no futuro, mas...

Se Diego fosse mais humilde, trabalhador e pusesse em primeiro lugar os interesses do clube e não os seus, provavelmtente não iria falar alemão durante as próximas quatro épocas. Nem ele nem o pai.

Com a conferência de imprensa de ontem, Diego acaba por sair «a mal» do clube já que é de uma grande falta de gosto estar agora com críticas a tudo e tudos, desde Adriaanse a Pinto da Costa, quando o seu comportamento durante a época não foi o melhor, nomeadamente quando subscreveu publicamente as declarações inconvenientes do seu pai quando Adriaanse entendeu mudar o esquema de jogo e remeteu-o à bancada.

Ainda assim, desejo-lhe boa sorte e tenho a certeza que irá ser um jogador de top (se se esforçar para isso).

terça-feira, maio 16, 2006

MST: O clube de amigos de Scolari

«1. um aviso prévio: o que vou escrever não envolve qualquer falta de consideração pessoal ou profissional para com Luiz Felipe Scolari. Pessoalmente, não tenho razão alguma para o desconsiderar, nem é meu hábito confundir as coisas, e, profissionalmente, não ponho em dúvida, nem a brincar, que os seus conhecimentos futebolísticos ultrapassam largamente os meus, como é óbvio. As minhas críticas ao seleccionador nacional têm que ver, exclusivamente, com o seu comportamento enquanto líder de um grupo e de uma equipa que tem por missão primeira representar um país inteiro — e não parte dele.
Sejamos francos: de há muito que todos sabíamos ou suspeitávamos que Scolari iria deixar Ricardo Quaresma fora do Mundial. Eu, pessoalmente, escrevi-o logo em Novembro ou Dezembro, quando ouvi o seleccionador dizer que, dos 23 para a Alemanha, 20 já estavam definidos na sua cabeça. E, não tive dúvidas de que Quaresma não era um deles, fizesse a época que fizesse. Porque a sua exclusão está inteiramente conforme com aquilo a que alguns chamam a coerência do seleccionador, e a que outros poderiam chamar a teimosia: a diferença entre uma e outra coisa não é questão de facto, mas de opinião. Desde aí, calei-me, porque também sabia que a necessidade doentia de afirmação de autoridade por parte de Scolari faz com que, quanto mais um jogador é desejado por todos, mais hipóteses há de ele o afastar. E, se eu desejava ver Quaresma no Mundial não é por ele ser jogador do FC Porto (também lá desejava ver o Tonel e o Manuel Fernandes...), nem sequer, principalmente, por achar que, com ele, a Selecção ficaria mais forte. A razão principal que me levou a calar-me desde então, como contributo para não prejudicar as hipóteses de convocatória de Ricardo Quaresma, é esta: porque ele é um fora-de-série, fez uma época em que foi unanimemente reconhecido como o melhor jogador do campeonato e merecia, sem sombra de dúvida, estar na Alemanha. Infelizmente, teve o grande azar de apanhar contra si um seleccionador como Scolari, para quem a justiça e o mérito são o menor dos critérios de escolha, e por isso vai ter de esperar pelo menos quatro anos para poder cumprir esse sonho. Sorte a de jogadores como Pelé, Maradona, Owen, Ronaldo, em não terem tido um Scolari como seleccionador: isso permitiu-lhes a todos estar o Mundial com idades na casa dos 20 anos ou menos e permitiu-nos a nós, que gostamos dos grandes jogadores, termos podido vê-los mais cedo.

Se Scolari não leva Ricardo Quaresma à Alemanha — assim como Manuel Fernandes ou João Moutinho — é por uma razão simples: porque é intelectualmente preguiçoso. Detesta novidades, detesta ser confrontado com desafios novos, detesta ter de alterar os seus esquemas já pensados e definidos. Definiu a sua Selecção quando cá chegou, há quatro anos, e, desde então, apenas a alterou pontualmente quando foram os próprios jogadores a abandonar. A sua convocatória de ontem é de uma previsibilidade e monotonia confrangedoras. Não apenas não existe uma só novidade, como ainda ele repete todos os que têm lugar cativo — incluindo suplentes nos respectivos clubes, jogadores cuja forma desconhece e que não vê jogar há meses e até quem esteja parado há longo tempo. Quando se tem a sorte de ser escolhido por Scolari, só há uma forma de deixar a Selecção: é pendurar as botas.

Eu compreendo, decerto, que um treinador prefira lançar mão de quem conhece bem e com quem forma um grupo homogéneo. Mas nenhuma equipa ganhadora se pode limitar a essa escolha, sob pena de não admitir renovação com novos talentos, em benefício de uma coisa que mais se assemelha a um grupo de amigos ou de família do treinador. Quando anunciou, com seis meses de antecedência, que já sabia quem eram 20 dos 23 que iriam à Alemanha, Scolari passou uma dupla mensagem, claríssima: tanto fazia que aparecessem novos valores no mercado, porque ele não os iria buscar; e tanto fazia igualmente que os escolhidos estivessem em baixo de forma ou mesmo sem jogar, porque eles teriam sempre lugar cativo na sua equipe. Uma equipa assim não é uma equipa dos melhores, mas dos fiéis, e uma Selecção assim não é a Selecção de todos nós, mas a dos amigos do seleccionador.

Claro, que os defensores de Scolari (alguns dos quais, não disfarçando, por exemplo, a sua ânsia em despedir Ronald Koeman do Benfica, já consideram um crime de lesa-majestade criticar o seleccionador), podem sempre argumentar que ele tem resultados que falam por si. É a velha história do copo meio cheio ou meio vazio. Pode-se dizer que Scolari é o homem que nos levou ao título de vice-campeões europeus e que nos colocou tranquilamente numa fase final do Mundial – é uma conclusão possível. A outra é achar que ele é um dos dois personagens do futebol português com mais sorte (o outro é o seu protegido Ricardo, que é capaz de ser o guarda-redes que mais cruzamentos falha e menos golos sofre). Nesta outra maneira possível de fazer o balanço, Scolari teve a sorte de não ter de disputar a qualificação para o Europeu e, em vez disso, poder passar dois anos a jogar a feijões, perdendo todos os jogos com Selecções qualificadas e acumulando exibições e resultados catastróficos; perdeu o primeiro jogo do Europeu contra a Grécia e só então, à beira do abismo, deu a mão à palmatória e pôs a jogar a defesa e o meio-campo do FC Porto, que tinham acabado de ser campeões da Europa e que só ele não achava que devessem ser titulares (lembrem-se que, em 2004, Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Maniche e Deco eram suplentes na equipe de Scolari!); a seguir teve a sorte (?) de, no jogo que tínhamos absolutamente de ganhar, contra a Rússia, o Ovchinikov ter sido mal expulso, deixando-nos a jogar contra dez mais de meia parte; teve a sorte dos penalties contra a Inglaterra e a sorte de apanhar uma Selecção tão fraca como a grega na final, mas, mesmo assim, não mostrou ter aprendido alguma coisa com a derrota no primeiro jogo e repetiu o resultado; e, logo depois de ter perdido um Europeu jogado em casa e com tudo a favor, teve a sorte de apanhar um grupo de qualificação para o Mundial em que era virtualmente impossível falhar o apuramento; e, para fechar em beleza, vamos ter agora um grupo na Alemanha com uma Selecção acessível, como o México, e duas incipientes, como o Irão e Angola, formada à base de jogadores das 2.ª e 3.ª divisões portuguesas.

Mais uma vez, também aqui, no apuramento do curriculum de Luiz Felipe Scolari à frente da Selecção portuguesa, trata-se de uma questão mais de opinião do que de facto. O mesmo não se passa com o futebol de Ricardo Quaresma, onde os factos e as opiniões coincidem. Há uma só pessoa em Portugal inteiro que acha que Quaresma não deve ter lugar no Mundial. Infelizmente, para ele e para nós, essa pessoa é o seleccionador nacional. Vai ter provar que tem razão e não valem desculpas, como a de nos querer desde já convencer de que estamos em «sérias dificuldades» para conseguir o apuramento no nosso grupo do Mundial.

2. Hélio, o treinador do Vitória de Setúbal, estava com um ar desconsolado no final da Taça, enquanto que Co Adriaanse estava com um ar exuberante. Nem um nem outro tinham razão para esse estado de espírito. Quanto ao treinador setubalense, não basta um remate feliz à trave para justificar moralmente outro resultado que não a derrota, quando não se mostrou pinga de coragem e de vontade de lutar por outra coisa. E, quanto ao treinador portista, não basta mais uma magra vitória por 1-0 e uma renovada demonstração de alergia ao golo para falar em futebol de ataque e celebrar uma vitória banal e quase obrigatória como se fosse uma grande conquista.»

Miguel Sousa Tavares, in A Bola (16/05/2006)

segunda-feira, maio 15, 2006

Sem surpresas

Scolari revelou a lista dos convocados para o mundial numa conferência de imprensa que mais parecia um velório tais eram os semblantes carregados do seleccionador e do presidente da Federação.

Da lista apresentada, há alguns nomes que não me convencem:

Quim - É o guarda-redes suplente do Benfica, não joga há quanto tempo?

Ricardo Costa - Não tem ritmo nem tão pouco classe para jogar num mundial, pelo menos neste.

Maniche - Quantos jogos fez esta época sem ser expulso?

Costinha - Actualmente sem clube, Costinha é um grande jogador mas já não é novo e ainda por cima não compete há vários meses.

Hugo Viana - Além de nunca o ter considerado um grande jogador, está contra si o facto de raramente jogar no Valência e de ser muito irregular.

Esta selecção parece-me «velha» e «cansada». Aconteceu muita cosia desde o Euro2004: surgiram jogadores em melhor forma e outros que não têm correspondido, mas Scolari parece não ser muito adepto das reonvações, apesar do seu discurso quando chegou a Portugal, chegando mesmo a afirmar que escolheu alguns dos nomes pelo historial que têm na selecção... qual a diferença, então, de Scolari para os seleccionadores anteriores?

domingo, maio 14, 2006

É nossa!


FC Porto  1   -   0  Setúbal


Mais um dia de festa para o FC Porto que conquistou merecidamente a taça de Portugal frente ao Vitória de Setúbal no Estádio Nacional, em Oeiras.

Começando pelo princípio, muitas queixas de quem esperou algumas horas na fila para entrar no recinto para assistir a todas as actividades programadas. Quando o jogo começou, ainda muitos estavam a entrar e a procurar o seu lugar. Está visto que para ser o palco da final, um estádio não tem que ser só bonito mas sim também funcional e que cumpra os requesitos mínimos de segurança.

Quanto ao jogo em si, Adriaanse surpreendeu ao incluir Anderson e Alan no onze inicial deixando assim Jorginho e Meireles/Ibson no banco. A táctica vinha bem estudade e deu para perceber pelos minutos iniciais que os azuis e brancos estavam decididos a levar a taça tal era a supremacia sobre os sadinos.

Adriano marcou aos 39', após um bom cruzamento de Quaresma, seguramente um dos melhores em campo. Mas antes disso, já tinha desperdiçado muitas e boas oportunidades: ora pelo próprio Adriano, ora por McCarthy e Alan. O resultado ao intervalo era lisonjeiro, mas completamente justo.

Na segunda parte, o Setúbal procurou outro desfecho para esta final tentando equilibrar o jogo e por vezes conseguiu mesmo chegar com perigo à baliza de Helton, sobretudo por Carlitos, mas não conseguiu ultrapassar o brasileiro, que fez boas defesas sempre que solicitado.

Até final, já com Jorginho e Ibson em campo, o jogo esteve partido, com o Setúbal esgotar as últimas forças no ataque deixando a zona defensiva descoberta, situação que o Porto podia ter aproveitado mas na hora do golo já havia discernimento para ultrapassar Rubinho, que fez algumas boas defesas.

De salientar a má exibição do trio de arbitragem liderado por Duarte Gomes que prejudicou sobretudo o FC Porto mas não conseguiu impedir de erguer a 13ª Taça do seu historial.

A TAÇA É NOSSA!


Ficha do Jogo

Taça de Portugal (final)
Estádio do Jamor

Árbitro: Duarte Gomes (Lisboa)
Assistentes: Arlindo Santos e José Lima
4º árbitro: Augusto Duarte

F.C. PORTO: Helton; Bosingwa, Pepe e Pedro Emanuel «cap.»; Paulo Assunção, Lucho González, Anderson e McCarthy; Quaresma, Adriano e Alan
Substituições: Quaresma por Jorginho (68m), Anderson por Cech (75m) e McCarthy por Ibson (86m)
Não utilizados: Vítor Baía, Ricardo Costa, Raul Meireles e Hugo Almeida
Treinador: Co Adriaanse

V. SETÚBAL: Rubinho; Janício, Veríssimo, Auri e Adalto; Binho, Sandro «cap.», Ricardo Chaves e Bruno Ribeiro; Varela e Carlitos
Substituições: Adalto por Sougou (57m), Ricardo Chaves por Pedro Oliveira (69m) e Binho por Fonseca (82m)
Não utilizados: Marco Tábuas, Nandinho, Flávio e Russiano
Treinador: Hélio Sousa

Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Adriano (39m)
Disciplina: Cartão amarelo a Pepe (14m), Adalto (21m), Auri (51m), Bruno Ribeiro (68m), Adriano (82m) e Helton (90m)

* Fotos AP (Associated Press)

sábado, maio 13, 2006

Quaresma no europeu...

Estou triste por ver Quaresma preterido por Scolari para representar Portugal no mundial da Alemanha. O «mustang» fez uma excelente época, foi um dos jogadores decisivos no FC Porto e seguramente um dos mais preponderantes do futebol português que pode, de um momento para o outro, resolver um jogo.

Espero sinceramente que Portugal faça uma boa campanha no mundial mas custa-me estar de «alma e coração» com uma equipa que cada vez mais é a do Sr. Scolari e não a de todos nós já que não são escolhidos os melhores jogadores mas aqueles que se dão melhor com o seleccionador.

Espero que Quaresma faça um grande jogo amanhã, na final da Taça, e um grande europeu. Será a prova que o seleccionador brasileiro está enganado.

quinta-feira, maio 11, 2006

MST: Lágrimas e suspeitas

«O Campeonato terminou com vários vencedores: o Sporting foi «campeão da injustiça», como o é sempre que não consegue ser campeão em campo; o Benfica foi «campeão da credibilidade», nas palavras do seu presidente; mas o FC Porto, se não se importam, foi o campeão de facto e de direito.

Por ter escrito aqui há semanas que o FC Porto tinha sido um campeão natural e de mérito incontestável para quem esteja de boa-fé, que, até sagrar-se campeão, nada, nenhum ponto, ficou a dever a favores de arbitragem, tive de arrostar com uma catilinária de ofensas pessoais — umas públicas, outras privadas —, todas carregadas de ressentimento, de inveja, de imbecilidade. Houve até um anormal que me citou com uma frase que nunca disse, onde me teria considerado «filho dilecto da nação». Sei que haverá sempre gente desta, mas, apesar de tudo, não deixa de fazer impressão esta facilidade que o futebol tem de despertar o que há de pior em cada um.

Anteontem, fazendo o rescaldo do Campeonato, Paulo Bento — tal como já o havia feito após o decisivo Sporting-FC Porto — voltou a demonstrar que é possível, porém, ter uma atitude diferente. Disse ele que «no final dos Campeonatos, as equipas ficam sempre no lugar que merecem» e que, quanto ao Sporting, «faltou um pouco mais de capacidade para chegar ao título». É o que todos viram, o que todos, friamente, pensam. Todos, não: quase todos. Sá Pinto, por exemplo, enquanto está a ponderar se afinal abandona ou não o futebol, certamente frustrado por esta sua saída pela porta baixa, com duas expulsões consecutivas, declarou à saída do Estádio de Alvalade que, em sua opinião, o «Sporting merecia ter ido mais além, mas não nos deixaram». Já por diversas vezes aqui elogiei o Sá Pinto — no ano passado, por exemplo, cheguei a escrever que, só por ele e pelo Liedson, o Sporting merecia ser campeão. Estou por isso à vontade para agora dizer que acho estas suas declarações inadmissíveis, sobretudo em alguém como ele, que, por nascimento, por educação e por experiência acumulada, tem obrigação de não ser como aqueles jogadores que dizem a primeira patacoada que lhes vem à cabeça. Ricardo Sá Pinto tem, evidentemente, todo o direito de achar que o Sporting merecia ter sido campeão este ano — é uma opinião largamente minoritária, mas legítima. Agora, o que não tem o direito é de vir com as estafadas insinuações sobre a legitimidade dos títulos conquistados pelos outros. No caso concreto, essas insinuações, saídas pela boca fora sem critério, não apenas ofendem a verdade e a honestidade intelectual, como também o ofendem os seus colegas de profissão do FC Porto que, em Alvalade e ao longo de toda a época, demonstraram porque mereciam ser campeões e estar ao abrigo de insinuações como esta.

O mesmo se pode dizer do segundo lugar obtido pelo Sporting a expensas do Benfica: ninguém de boa-fé pode contestar a sua justiça. E, desgraçadamente para Ronald Koeman, a sua insinuação de que jogadores do Rio Ave teriam facilitado a vitória do Sporting na penúltima jornada caíram pela base com o impensável «frango» do Ricardo nesse jogo, a que se veio somar o também impensável «frango» do Moreto em Paços de Ferreira e a exibição lamentável da equipa. Na última jornada, o Benfica não só fez questão de mostrar a justiça de não ter chegado ao segundo lugar, como ainda acabou por ser indirectamente decisivo para a despromoção do vizinho lisboeta Belenenses. Ironias do futebol!

Lá em baixo, como era de prever, foi um drama até ao fim. Também José Couceiro entrou pelo campo das suspeitas como explicação para o desastre. E, se é verdade que anteontem o Belenenses se pode queixar de um penalty inexistente em Coimbra, que salvou a Académica e o condenou a ele, é verdade também que em Barcelos não conseguiu sequer o empate que o teria salvo. No último terço do Campeonato, enquanto equipas que pareciam condenadas, como o Gil Vicente, o Paços de Ferreira e a Naval, fizeram tudo para sobreviver, outras, como o Vitória de Guimarães e o Belenenses, nunca mostraram capacidade para evitar a queda no abismo. E se no caso do Guimarães se tratava de uma morte há muito anunciada pela falta de categoria consistentemente demonstrada, no caso do Belenenses, foi uma morte imprevista, deslizante, cuja iminência a equipa só pareceu ver quando já era tarde para reagir.

Pelo que, tudo visto e contas feitas — afinal, como o devem ser —, penso que a eterna questão da justiça saiu resolvida, quer em cima quer embaixo, com toda a naturalidade e toda a lógica. Agora, o que há é corredores de fundo e estafetas, profissionais um ano inteiro e outros de breves aparições. Há jogadores que fazem um bom jogo e logo desatam a falar de alto, imaginando-se já a caminho do Real Madrid ou da Juventus. Há equipas que arrancam bem o Campeonato, sacam duas ou três vitórias de entrada, e logo anunciam que «este ano, só factores estranhos é que nos poderão impedir de atingir os nossos objectivos». E há, inevitavelmente, treinadores e dirigentes que ao primeiro erro de arbitragem de que se acham vítimas, logo saem em campanha contra o «sistema» e, no domingo seguinte, quando lhes calha serem beneficiados, calam-se muito caladinhos, a ver se ninguém dá pela coisa. Mas, enfim, lá nos vamos habituando, ano após ano. São características nossas, já não há nada a fazer.

Mais útil seria, em minha opinião, reflectir no facto de este Campeonato ter sido muito mal jogado, com escassos jogos de verdadeiro nível europeu — e depois do ano passado, que foi dos Campeonatos com pior nível futebolístico de que me lembro. No essencial, o que vimos foi equipas à defesa permanentemente, muito poucos golos marcados e grande parte deles só de bola parada, jogo faltoso e rasteiro, protestos constantes com as arbitragens, públicos sem sombra de isenção ou de exigência para com a própria equipa e depois a habitual feira de vaidades dos dirigentes, prolongando os jogos ao longo de toda a semana com as suas declarações, sempre importantíssimas e profundas. Agora, entramos nos outros dois Campeonatos, que tantas paixões e prosas convocam: o das transferências e o da luta pelo poder na Liga de clubes. Este último, aliás, já está lançado, com a primeira candidatura na mesa: a de Rui Alves, o presidente do Nacional. Para acabar de vez com qualquer tentativa de levar o nosso futebol a sério.»

Miguel Sousa Tavares, in A Bola (09/05/2006)

segunda-feira, maio 08, 2006

Dragões de Ouro

A entrega dos troféus que distinguem os «Dragões» do ano é esta noite e a lista dos contemplados este ano conta com nomes como Quaresma, Reinaldo Garcia e João Pedro. A todos eles, parabéns e que continuem a contribuir para o sucesso do FC Porto.

Lista completa

Atleta de Alta Competição
Reinaldo Garcia (Hóquei em Patins)

Atleta do Ano
Manuel Arezes (Andebol)

Futebolista do Ano
Ricardo Quaresma (Futebol Sénior)

Atleta Jovem do Ano
Cesário Vieira (Desporto Adaptado)

Atleta Amador do Ano
Rui Manuel (Bilhar)

Atleta Revelação do Ano
João Pedro (Futebol Júnior)

Treinador do Ano
Álvaro Silva (Futebol Formação)

Funcionário do Ano
António Vasconcelos (PortoSeguro)

Seccionista do Ano
Arlindo Araújo (Hóquei em Patins)

Sócio do Ano
Fernando Pinho Teixeira (Sócio nº49272)

Filial/Delegação do Ano
Casa do FC Porto - Dragões do Faial

Dedicação do Ano
António Alves

Recordação do Ano
Rui Baptista (a título póstumo)

Dirigente do Ano
Joaquim Dias (Desporto Adaptado/Karaté)

Dragão de Honra
José Luís Arnaut

Vice-Campeão europeu

O FC Porto sagrou-se vice-campeão europeu ao bater o Reus por 4-3, confirmando assim o segundo lugar da «final four». É certo que este ano o objectivo era o título de Campeão mas um jogo desastrado na abertura do torneio, frente ao Follonica (que acabaria por vencer a competição) deitou tudo a perder. Ainda assim, parabéns aos atletas «azuis e brancos», resta agora apostar tudo no penta-campeonato.

sábado, maio 06, 2006

Um empate para a despedida


Boavista  1   -   1  FC Porto


Como não tive possibilidade de assistir ao jogo, fica a crónica publicada no site www.fcporto.pt. (Parece que o Sr. Rui Alves não tem razões de queixa...).

F.C. Porto e Boavista empataram esta tarde a um golo, depois de um jogo fluído e disputado até ao final. A atitude profissional de ambos os conjuntos foi a principal referência da partida, em que o golo de Lisandro Lopez se destacou como o melhor momento do encontro.

O F.C. Porto apresentou-se no Estádio do Bessa com uma face um pouco diferente da habitual. Co Adriaanse fez alinhar algumas unidades menos utilizadas, mas nem por isso a equipa azul e branca deixou de impor o seu jogo sobre um adversário que procurava um resultado que lhe desse a possibilidade de alcançar a meta europeia.

O jogo começou solto e, aos 5 minutos, Vítor Baía teve uma grande intervenção, evitando um golo madrugador de João Pinto. Com o decorrer dos minutos, o meio-campo dos Dragões ia tomando conta do jogo, assumindo um total controlo sobre a formação visitada. O melhor momento da primeira parte foi mesmo o golo de Lisandro. Um grande trabalho do atacante argentino que, aos 20 minutos, depois de receber um corte de Bruno Alves, avançou no terreno, flectiu da esquerda para o meio, suplantou a pressão de Ricardo Silva, e rematou cruzado, ao ângulo superior da baliza de William. Um lance bem desenhado que vale a pena rever.

Após o golo, o conjunto de Co Adriaanse manteve o domínio e poderia ter alargado a diferença no marcador, através de um bom remate de Anderson, que obrigou o guarda-redes do Boavista a defender para canto. Até ao intervalo, o F.C. Porto manteve a serenidade e o domínio do jogo.

Na segunda parte, que foi mais repartida, o técnico holandês fez entrar Hélder Barbosa para o lugar de Lisandro, permitindo ao jovem português também se sagrar Campeão Nacional. O primeiro sinal de perigo foi dado por Anderson que, aos 52 minutos, numa sucessão de dribles, em que ultrapassou vários adversários, só foi parado pela defesa de recurso de William.

O avançar da hora levou a um aumento dos espaços, em que o futebol mais ofensivo surgia como uma prioridade das duas equipas. Apesar de os Dragões terem mantido uma posição dominante e de terem tido a oportunidade de resolver em definitivo a partida, foi o Boavista que acabou por igualar. O F.C. Porto não acusou o toque e manteve uma forte determinação, procurando, numa tarde que para si era de festejo, oferecer aos seus adeptos mais uma vitória. Co Adriaanse lançou Jorginho e Sokota e, por mais de uma vez, viu o guardião boavisteiro negar o golo.

O empate manteve-se até ao final, no entanto, num espectáculo corrido e bem jogado, a arbitragem de Pedro Henriques revelou momentos de clara incongruência, nomeadamente no aspecto disciplinar, no qual foi notória a ausência de critério na amostragem de cartões.


Ficha do Jogo

Liga 2005/06 (34ª jornada)

Estádio do Bessa, no Porto

Árbitro: Pedro Henriques (Lisboa)
Assistentes: Alfredo Braga e José Lima
4º árbitro: Cosme Machado

BOAVISTA: William; Manuel José, Cissé, Ricardo Silva e Areias; Tiago, Lucas e João Pinto; Paulo Jorge, Fary e Zé Manel
Substituições: Zé Manel por Hugo Monteiro (56m), Fary por Oravec (59m), Lucas por Diogo Valente (87m)
Não utilizados: Khadim, Paulo Sousa, Cadú e Hélder Rosário
Treinador: Carlos Brito

F.C. PORTO: Vítor Baía; Sonkaya, Bruno Alves e Ricardo Costa; Ibson, Marek Cech e Anderson; Alan, Lisandro, Hugo Almeida e Ivanildo
Substituições: Lisandro por Hélder Barbosa (45m), Anderson por Jorginho (72m), Ivanildo por Sokota (77m)
Não utilizados: Paulo Ribeiro, Bruno Gama, Nuno Coelho e João Pedro
Treinador: Co Adriaanse

Ao intervalo: 0-1
Marcadores: Lisandro Lopez (20m), Paulo Jorge (71m)
Disciplina: Cartão amarelo a Hélder Barbosa (66m e 89m), Ricardo Silva (67m).

* Fotos AP (Associated Press)

Chegar à frente

O PSV gostava de o ter, mas não se chega à frente. O Benfica quer ver-se livre dele mas também não se quer chegar à frente. Ele quer sair, mas alguém tem que se chegar à frente.

A mania de ir buscar um treinador da mesma nacionalidade do rival nem sempre dá certo, não é?

terça-feira, maio 02, 2006

MST: Para além da espuma das coisas

«1. Imagine, leitor, o seguinte cenário: uma empresa constitui-se tendo como grande objectivo concorrer a um concurso internacional de prestígio mundial — chamemos-lhe a Empresa. O capital necessário é reunido por subscrição pública, entre pessoas com muito, com algum ou com pouco dinheiro, que acreditam no projecto — chamemos-lhes os Accionistas. Para o liderar, a Empresa contrata um dos profissionais com mais nome no mercado internacional, a quem se dispõe a pagar um ordenado milionário — chamemos-lhe o Profissional. O Profissional reune então uma equipa de quadros altamente qualificados — chamemos-lhe a Equipa — e, durante dois anos, eles preparam-se, com todas as condições, todas as mordomias e todo o crédito, para a tarefa que a Empresa e os Accionistas lhes confiaram — chamemos-lhe o Evento. E, então, dois meses antes do evento, o Profissional aceita reunir-se em segredo com uma empresa concorrente daquela que lhe paga, com o propósito de contratar os seus serviços após o Evento. Ou seja, quando toda a gente, a começar pela Empresa que passou dois anos a pagar-lhe um ordenado de luxo, o imagina apenas concentrado no objectivo definido e a mobilizar a sua Equipa para tal, ele está a negociar um novo contrato, acautelando o futuro. Agora, leitor, ponha os nomes às coisas: onde está Empresa, leia Federação Portuguesa de Futebol; onde está Accionistas, leia pagadores de impostos; onde está Evento, leia Mundial de Futebol; onde está Equipa, leia Selecção Nacional; e onde está Profissional, leia Luiz Filipe Scolari. Foi isso que aconteceu: o nosso Seleccionador Nacional, o mesmo que em devida altura vai fazer um apelo ao patriotismo dos portugueses e às bandeiras desfraldadas nas varandas e nos carros, aceitou reunir-se, dois meses antes do Mundial, com representantes da Federação de Futebol Inglesa para discutir as possibilidades de trocar de bandeira, logo após o Mundial. Sim, eu sei: vão-me dizer que ele é um profissional e que o futebol é assim, nos tempos que correm. Mas, então, por favor, não me venham com patriotismos, e «a Selecção de todos nós», e o «treinador de todos nós» e outras bugigangas que tal. Eu pago, eles que joguem, e ponto final. Parece, também, que o «nosso» seleccionador não ficou muito entusiasmado com o convite da Federação Inglesa: o ordenado não era assim tão superior ao que lhe pagamos, o clima é pior, a segurança não é comparável, a família gosta mais de Lisboa e a imprensa aqui é bem mais simpática e compreensiva. Acho uma escolha muito legítima e sábia. Mas, por favor, não a venham depois apresentar como amor a Portugal ou «compromisso de cavalheiros». As coisas são o que são.

2. Na semana em que rebentou o «Apito Dourado» (já lá vão mais de dois anos), por entre o entusiasmo geral de quem achava que o futebol português e os seus subterrâneos iriam levar um abanão de alto a baixo, eu atrevi-me a escrever no «Público» um artigo intitulado «Apito Encravado». Nele previ que, apesar de todo aquele espalhafato e show off justiceiro, a montanha acabaria por parir um rato — já que o único resultado que interessaria a dois terços do país opinante era a captura de Pinto da Costa, e essa, logo ali dava para perceber que não tinha o menor sustentáculo para ir avante. É verdade que, com o «Apito Dourado», a juíza de instrução de Gondomar inaugurou uma figura nova no direito processual português: em vez da prisão após interrogatório do suspeito, passou a ver-se a prisão prévia para interrogatório. Mas, ao contrário de todos os outros envolvidos, Valentim Loureiro incluído, Pinto da Costa, que se encontrava ausente no estrangeiro, muito legítima e inteligentemente, frustrou os desejos da populaça e apresentou-se apenas quando tinha a certeza de que iria ser ouvido, assim evitando passar dois dias de cárcere público à espera que a Meritíssima o pudesse interrogar. Esse foi o primeiro tiro de pólvora seca do «Apito Dourado». O segundo, foi a dificuldade dos acusadores conseguirem demonstrar que o «JP» das escutas telefónicas (que reclamava umas «meninas» para o distraírem») era mesmo o Jacinto Paixão, árbitro nomeado para o FC Porto-Estrela da Amadora de 2004. O terceiro, foi a dificuldade de os acusadores tornarem verosímil aquilo que em direito penal se chama o «nexo de causalidade»: mesmo que «JP» fosse Jacinto Paixão, e que o presidente do FC Porto tivesse acedido ao seu pedido de umas «meninas», como se conseguiria convencer alguém de que a contrapartida disso teria sido uma arbitragem favorável do «JP», num jogo em que a então equipa de José Mourinho — praticamente já com o título na mão e a dois meses de se sagrar campeã da Europa — tinha necessidade de corromper o árbitro para vencer um jogo em casa contra o último da classificação? Eu escrevi isto há dois anos: o único objectivo mediático do «Apito Dourado» era conseguir encravar Pinto da Costa. Mas, os «factos» que existiam para tal eram simplesmente patéticos e ridículos. Porém, a pressão da «inteligência» lisboeta era muita e o processo prosseguiu. Durante dois anos, esbanjou-se alegremente o dinheiro dos contribuintes a tentar transformar num caso judicial aquilo que não passava de um processo de intenções. Mobilizaram-se funcionários, investigadores, oficiais de diligências, chamaram-se «peritos» ex-árbitros para eles declararem (num caso até ao contrário do que ele havia escrito na altura) que um dos golos do FC Porto nesse jogo tinha sido em «offside», e, no final, já com todos os prazos de instrução ultrapassados, juntou-se uma task-force do Ministério Público, para conseguir deduzir alguma acusação. E, finalmente, quando alguma coisa precisava de ser apresentada, mandaram-se extrair certidões para outras comarcas, para que outros continuassem a perseguir a lebre que eles julgavam ter levantado mas que não tinham conseguido caçar. E, quando chegou ao tribunal do Porto a certidão para continuar a investigar Pinto da Costa, o delegado do Ministério Público de lá arrumou com a investigação em duas penadas, fazendo a pergunta fatal: alguém me consegue explicar a necessidade do FC Porto subornar o árbitro daquele jogo contra o Estrela da Amadora? Assim morreu, para todos os efeitos úteis, o «Apito Dourado». À boleia do cadáver, ressuscitou também o major Valentim Loureiro, aliado conjuntural do presidente do Benfica na gestão do «sistema». Todavia, há aqui uma diferença: para quem leu os extractos das conversas telefónicas entre o major e o presidente do Gondomar, o mínimo de bom senso exigiria que ele ficasse calado e muito bem caladinho e que apresentasse, já ontem, a sua demissão da presidência da Liga de Clubes. Feito o balanço, o mais grave do «Apito Dourado» não é a montanha que pariu o rato, nem o dinheiro inutilmente gasto a investigar pechisbeque, nem sequer — por mais grave que tenha sido — mais uma cena eloquente de falta de respeito pelos direitos dos arguidos em processo penal. O mais grave de tudo é a demonstração do total falhanço de uma justiça inepta e irresponsável, que actua para os jornais e não para os tribunais. Se houvesse vergonha, que não há, o «Apito Dourado», deveria, de facto, fazer rolar cabeças. Outras. Quanto àqueles que, durante estes dois anos, tantas esperanças puseram no «golpe de secretaria», deixo-lhes um conselho para o futuro: aprendam a destrinçar o espalhafato do facto, aprendam a ler os sinais para além da espuma das coisas.

3. Esta semana o Sporting está de parabéns: venceu em Vila do Conde, ficando a um empate da entrada directa na Liga dos Campeões — o que, prestígio e estatística passageiros à parte, vale hoje o mesmo do que ser campeão. E, de caminho, derrotou e por números eloquentes, a demagogia interna.»

Miguel Sousa Tavares, in A Bola (02/05/2006)

segunda-feira, maio 01, 2006

Consagração


FC Porto  3   -   1  Guimarães


Veja a Festa em fotos

Dia de festa, ontem, no Estádio do Dragão. As celebrações começaram logo bem cedo pela manhã e continuaram ao longo de todo o dia com várias actividades promovidas pelo clube e duraram até muito depois do jogo frente ao Vitória de Guimarães, pela noite dentro um pouco por toda a cidade.

O jogo para o FC Porto era de festa, para os de Guimarães tratava-se de uma, talvez a última, hipótese de garantir a manutenção mas nem perante um FC Porto extasiado pelas celebrações, sobretudo no primeiro tempo, o Guimarães conseguiu impôr o seu jogo e fazer pela manutenção.

A primeira parte foi pobre em oportunidades e em futebol jogado, com pouca história. Adriaanse deixou Alan no banco e deu a titularidade a Jorginho. De resto, tudo na mesma, com os regressos esperados de Lucho e Quaresma.

No segundo tempo, os jogadores azuis e brancos entraram determinados a dar oportunidade aos adeptos de gritar «GOLO». Logo nos primeiros minutos foram criadas duas oportunidades junto da baliza de Nilson, que, aos 58', iria cometer um penaltie sobre Jorginho, bem assinalado por Hélio Santos que esteve muito mal durante o resto da partida.

Lucho González não desperdiçou e abriu o marcador marcando o 1-0. O Porto dominava por completo as operações e o Guimarães continuava letárgico, não esquecendo que tinha apenas 10 homens em campo por expulsão de Paíto ainda durante a primeira parte. Surgiram mais algumas oportunidades para os portistas mas foi o Guimarães que marcou, aos 84' por Antchouet, após uma falha defensiva.

Embora fosse dia de festa, o empate era algo que não agradava aos adeptos mas sobretudo aos jogadores que tudo fizeram para voltar a estar à frente do marcador. E bastaram apenas quatro minutos após o golo do Guimarães para que Lucho voltasse a marcar, desta vez aproveitando um alívio de Nilson após um forte remate de McCarthy. Estava feito o 2-1 e o Estádio do Dragão estava ao rubro.

O Guimarães parecia já não ter forças para tentar ganhar pelo menos um ponto, e isso foi notório no terceiro golo portista. Ibson desmarca muito bem Adriano que foge ao defesa vimaranense que literalmente desiste de o perseguir e o brasileiro isolado frente a Nilson, facutra o terceiro, pondo um ponto final nas contas do jogo e acendendo o rastilho para a festa que estava prestes a começar. Três minutos depois Hélio Santos deu por terminada a partida e foi o delírio total do público com os cachecóis levantados entoando vários cânticos, ora por incentivo do «speaker» ora por iniciativa própria.

Rapidamente foi montado um palco no centro do terreno enquanto os jogadores se preparavam para subir ao relvado para a ovação da noite. O «speaker» foi chamando um a um os jogadores que entravam devidamente enquipados e pintados de azul e branco. Os mais ovacionados foram Vitor Baía, Lucho González, Quaresma, Diego (que soou a despedida) e Adriaanse.

Até final ainda se cantou «We are the Champions» e houve direito à volta de honra pelo relvado onde os jogadores puderam agradecer o apoio dos adeptos e estes puderam saudar os heróis deste campeonato. A festa, essa, continuou pela noite dentro um pouco por toda a cidade, pintada de Azul e Branco.

Veja a Festa em fotos

Ficha do Jogo

Liga 2005/06 (33ª jornada)

Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 49.809 espectadores

Árbitro: Hélio Santos (Lisboa)
Assistentes: José Ramalho e Carlos Santos
4º árbitro: António Resende

F.C. PORTO: Helton; Bosingwa, Pepe e Pedro Emanuel «cap.»; Lucho, Paulo Assunção e Raul Meireles; Jorginho, McCarthy, Adriano e Quaresma
Substituições: Raul Meireles por Ibson (45m), Helton por Vítor Baía (69m) e Jorginho por Alan (76m)
Não utilizados: Ricardo Costa, Lisandro, Cech e Hugo Almeida
Treinador: Co Adriaanse

V. GUIMARÃES: Nilson; Vítor Moreno, Geromel, Moreno e Paíto; Flávio Meireles «cap.», Otacílio, Svard; Manoel, Saganowski e Targino;
Substituições: Antchouet por Saganowski (64m), Targino por Dário (71m) e Flávio Meireles por Wesley (75m)
Não utilizados: Paiva, Mário Sérgio, Rivas e Benachour;
Treinador: Vítor Pontes

Ao intervalo: 0-0
Marcadores: Lucho (58m g.p. e 88m), Antchouet (84m) e Adriano (90m)
Disciplina: Cartão amarelo a Paíto (10m e 31m), Otacílio (32m), Nilson (57m), Wesley (90m)

* Fotos AP (Associated Press)