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quinta-feira, setembro 28, 2006

Shame on you!


Arsenal  2   -   0  FC Porto


Escrevo estas palavras dois dias depois do jogo. Confesso que tentei editar um post antes, mas não consegui na altura exprimir exactamente dada a frustração que sentia.

Desde a última deslocação a Milão, frente ao Inter e com Couceiro a treinador, que não via uma exibição europeia tão pobre e medíocre do FC Porto. O treinador inventou e os jogadores não corresponderam.

Perder com o Arsenal não é assim tão grave, dir-me-ão alguns. Afinal de contas é uma grande equipa com grandes jogadores como Rosicky, Van Persie ou Henry. O grave aqui foi a maneira como se perdeu. A forma como se jogou: sem garra e com medo.

Estamos a perder algum do prestígio que ganhámos com a conquista da Champions. Estes últimos anos têm sido um verdadeiro desastre, senão vejamos: em 2000/01 não participámos sequer na prova, no ano seguinte ficámos em último lugar do grupo. Em 2002/03 também não participámos mas ganhamos a taça UEFA e no ano seguinte a Champions, com José Mourinho. Depois, ficámos pelos oitavos de final passando a fase de grupos «à rasquinha». Na época passada, mais uma vez ficámos no último lugar do grupo. Este ano, o que virá? O que tem a SAD a dizer sobre isto? Será que, afinal, foi José Mourinho que teve o maior mérito nas vitórias do clube?

Sobre o jogo propriamente dito, não vale a pena fazer grandes comentário já que só fizemos um remate com perigo à baliza e a táctica inicial foi, no mínimo, desastrosa. Tão desastrada quanto a táctica foram as declarações do treinador no final, afirmando que foi uma exibição positiva e que deixámos uma boa imagem... quando pensava que já nada podia ser pior, é a cereja no topo do bolo.

Deixo aqui uma crónica do José Manuel Ribeiro hoje n'O Jogo. Para reflectir.

Liga dos Campeões é para homens
Os jornais de ontem têm todos razão. Com que fundamento havemos de ser compreensivos, se o que distancia FC Porto/Benfica de Arsenal/Manchester é apenas o orçamento, a qualidade de um bom número de jogadores, a experiência individual acumulada em muitas e muitas épocas de Liga dos Campeões, a estabilidade dos planteis e as dezenas de títulos que Wenger e Ferguson somam em conjunto? Hein? As derrotas de terça-feira foram normais. Nisso, Jesualdo Ferreira está certo. Não é anormal que Lucho, Paulo Assunção, Cech ou Pepe encontrem nestas equipas artistas melhores do que eles. Anormal é que Lucho, Assunção, Cech ou Pepe lhes estendam a passadeira, descendo eles próprios uns poucos degraus, a titubear e a largar pinguinhas na roupa interior. Só por isso, o jogo de anteontem – que não a derrota – não foi normal. E nunca poderia ter sido normal, ainda assim, a partir do instante em que Jesualdo anormalizou o onze, aos três sectores de uma vez. Nenhum escapou. Não estou a dizer que fez mal ou bem; constato a anormalidade que veio antes do resultado normal. Jesualdo está sempre defendido. É o quarto treinador seguido a levar com a delicadeza excessiva dos jogadores nas duas primeiras jornadas da Liga dos Campeões. O outro ponto comum a essas quatro equipas era a ignorância maioritária de quase todos os elementos a respeito das particularidades reais da principal prova de clubes do Mundo. No caso de Adriaanse e de Jesualdo, treinadores incluídos. Pode nem ter a ver com táctica. Talvez seja só uma questão de aprender nestas poucas semanas o que se diz ao Pepe antes de o pôr diante de um Henry qualquer. “Tem muito cuidado com ele” ou “quem é esse gajo à tua beira?”


Ficha do Jogo

UEFA Champions League 2006/07 (Grupo G – 2ª jornada)
Emirates Stadium, em Londres

Árbitro: Stefano Farina (Itália)
Assistentes: Alessandro Stagnoli e Giorgio Niccolai
4º árbitro: Paolo Tagliavento

ARSENAL: Lehmann; Eboué, Touré, Gallas e Hoyte; Gilberto, Fabregas e Rosicky; Hleb, Henry «cap.» e Van Persie
Substituições: Van Persie por Ljungberg (74m), Hleb por Walcott (86m) e Gallas por Song (90m)
Não utilizados: Almunia, Júlio Baptista e Adebayor
Treinador: Arséne Wenger

F.C. PORTO: Helton; Bosingwa, Pepe, Bruno Alves e Ricardo Costa «cap.»; Paulo Assunção, Lucho González e Cech; Quaresma, Hélder Postiga e Anderson
Substituições: Ricardo Costa por Raul Meireles (46m), Hélder Postiga por Lisandro Lopez (46m) e Anderson por Adriano (65m)
Não utilizados: Vítor Baía, Tarik, Fucile e Jorginho
Treinador: Jesualdo Ferreira

Ao intervalo: 1-0
Marcadores: Henry (37m) e Hleb (47m)
Disciplina: Cartão amarelo a Ricardo Costa (37m), Rosicky (64m) e Gilberto (87m)

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