Azul e Branco :: Home

quinta-feira, julho 21, 2005

O diário de Adriaanse (#6)

Co AdriaanseEstamos no último dia do estágio em Doorwerth. Já decidiu a constituição do plantel?
Co Adriaanse: No plano de hoje tínhamos dois treinos, mas cancelámos o da tarde. De manhã foi a última sessão e jogámos 11 contra 11. Já sabemos quem fica e quem não fica no plantel.

Pode dizer quem vai sair do plantel?
Não. Primeiro tenho de informar a administração e depois os jogadores. Vou comunicar ainda hoje aos jogadores quem não fica connosco. Esse grupo já não vai à Bélgica e segue directamente para o Porto. Amanhã terei uma equipa mais pequena à minha disposição.

Quantos atletas tem esse lote?
Não posso dizer o número. O Leo Lima foi o primeiro a sair.

Foi difícil definir o grupo?
O primeiro dia foi complicado, porque não conhecia o trabalho dos jogadores. Foi uma escolha complicada. Antes de fazer a minha lista a administração disse-me que eu decidia.

É complicado trabalhar com tantos jogadores?
Não. Tenho muita experiência como treinador e também sou professor. Deu para organizar tudo juntamente com os meus adjuntos. Mas para definir o grupo e aperfeiçoar as ideias é necessário um grupo menor. Para a semana já vamos trabalhar como uma equipa.

O grupo estará aberto a novos jogadores?
Não. Temos jogadores a mais. Estou satisfeito com todos os que temos.

Até onde pode chegar com esta equipa?
Em Portugal já disse que vamos lutar pelo campeonato. É o nosso principal objectivo, juntamente com a Taça de Portugal. Na UEFA Champions League tentaremos, pelo menos, chegar à fase seguinte. Mas isso dependerá das lesões, dos clubes do grupo, etc.

Costumar utilizar muitas vezes a palavra «ensinar» no seu discurso. É essa a sua principal tarefa?
A principal tarefa de um treinador é tornar o jogador melhor. É como no ténis. Tenho de ensinar questões tácticas, físicas e mentais. É esse o trabalho do treinador. Fazer os jogadores melhores e fazer uma equipa. Quero que olhem para a minha equipa e vejam que é uma equipa do Co Adriaanse. Como quando olham para um quadro e identificam com o seu autor. É esse o meu trabalho. Mostrar o meu estilo.

Gosta de futebol espectacular, mas não gosta de shows técnicos. É isso?
Se o jogador criativo for eficiente também fico satisfeito, mas se estiver sempre a perder a bola e não trabalhar, então temos um problema. O futebol é 11 contra 11. Quanto melhor jogarmos como equipa melhor é a própria equipa. Eu gosto de estilo como têm o Ivanildo, o Postiga e o Quaresma, por exemplo. Têm de tentar o seu jogo e se perderem a bola não há problema. Depois têm é de tentar recuperá-la.

Quais foram os critérios que basearam as suas escolhas?
Em cada posição da equipa temos items essenciais. Por exemplo, o nº 10 tem de jogar atrás do avançado. Tem de atacar, mover-se em espaços livres, mas também tem de defender. O Lisandro tem jogado nesse posto, mas teve dificuldades, porque é uma posição muito difícil. Tenho de descobrir quem são os melhores. Já vi o Jorginho e o Lisandro e ainda não vi o Diego. O Postiga também talvez possa fazer a posição. Com o Benni na frente, o Sokota ou o Hugo Almeida. É uma posição fundamental.

Mas foi o Lisandro que jogou mais vezes nesse lugar...
Não o conhecia, mas sabia que jogava nas alas e como segundo avançado. Aqui tem de jogar de forma diferente e isso não é fácil.

Se pudesse, pediria mais jogadores?
Não. Acho que o grupo é equilibrado. Tenho pelo menos dois atletas para cada posição. Não quero mais jogadores.

Quem o surpreendeu mais pela positiva durante este estágio?
Só podemos ficar surpreendidos quando conhecemos os jogadores.

E a principal decepção?
A decepção talvez tenha sido a lesão do Bosingwa. Mas esperemos que esteja bom dentro de duas ou três semanas. Também é uma boa solução para defesa-direito. Neste momento tenho apenas o Sonkaya e posso adaptar o Ricardo Costa.

É possível que saia algum dos novos atletas?
É possível. Um treinador honesto não olha para essas coisas e sim para aquilo que os atletas produzem.

Como é que se enquadra a situação do Bruno Moraes?
Fica no grupo até estar em condições, pois não o vi e não posso julgar o seu valor.

Quem será o capitão?
Na minha opinião temos um capitão natural, que é o Vítor Baía. É um líder, mas nas minhas equipas o guarda-redes nunca é capitão. Ele é um capitão natural. No balneário, no campo. O Jorge Costa, claro, também tem grande personalidade. O Ricardo Costa também tem capacidade para desempenhar a função, tal como o Pedro Emanuel. A maioria dos capitães são defesas porque têm o campo todo a sua frente e são mais fortes mentalmente. O líder tem de ser forte.

Foi fácil manter a disciplina durante este estágio?
Muito, muito fácil! A atitude dos jogadores foi muito profissional. Estou muito satisfeito. Trabalharam muito forte.

BackHome