Jorge Maia: Disciplina
As únicas conclusões que se podem tirar à segunda jornada de um campeonato com mais trinta e duas são conclusões precipitadas. Ora, o comportamento do FC Porto nos dois primeiros jogos permite concluir muito pouco de definitivo. Percebe-se potencial de crescimento, adivinham-se mecanismos e intenções mas ainda nada de conclusivo até porque é cedo e os adversários, até agora, foram acessíveis. Ainda assim, há diferenças assinaláveis em relação à ultima temporada, factos que, mesmo sem justificarem grandes conclusões, permitem perceber uma evolução. Desde logo, o facto do FC Porto registar seis pontos em seis pontos possíveis, mais quatro do que acontecia há um ano, resultado de um balanço francamente positivo entre os quatro golos marcados e os dois sofridos. Mas há mais diferenças a separarem este FC Porto do anterior. Diferenças que permitem perceber a assinatura de Co Adriaanse na equipa. Depois de uma temporada em que os problemas disciplinares, dentro e fora do relvado, prejudicaram o rendimento, o holandês chegou ao Dragão com instruções para pôr ordem na casa. E foi o que fez, aproveitando os episódios com Léo Lima no estágio e com McCarthy no jogo de apresentação contra o Espanhol, para demonstrar a sua intransigência de forma pública e notória. Ora, depois dessas intervenções, com claras preocupações mediáticas, impunha-se saber o que teria ganho o holandês com isso. Pois bem, em dois jogos o FC Porto viu dois cartões amarelos. Há um ano, por esta altura já tinha visto sete e Maniche e Quaresma partiam para a terceira jornada com dois cada um. Mas há mais. Nos dois primeiros jogos da última temporada os jogadores portistas cometeram 39 faltas contra apenas 27 esta temporada. É uma dúzia de faltas a menos, doze vezes em que os adversários não tiveram a iniciativa do jogo e que o FC Porto não esteve a defender. Pode ser pouco, mas como todos aprendemos com José Mourinho, são os pequenos detalhes que fazem as grandes diferenças.
McCarthy vai...
...e será que volta?
McCarthy recuperou completamente da lesão que o afastou dos dois primeiros jogos da temporada mesmo a tempo de participar em mais uma ronda de apuramento para o Mundial do próximo ano pela África do Sul. Se tudo correr bem, o sul-africano voltará a tempo de se estrear no campeonato frente ao Rio Ave, mas o ponta-de-lança não está livre de se lesionar outra vez, passando mais uma semanas a recuperar no departamento médico. E todos sabemos que os jogadores contrariados são muito mais sujeitos a lesões.
Fidelidade
"Se não jogasse no FC Porto só admitia jogar no estrangeiro"
Jorge Maia in O Jogo (29/08/2005)