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Para além das mudanças efectuadas na equipa por Adriaanse, hoje o Porto teve a estrelinha da sorte que não teve em outros jogos sobretudo contra Rangers e Artmedia.
Co Adriaanse também parece saber jogar pelo seguro, fez uma autêntica revolução (e bem!) não só nos jogadores (seis novidades!) mas também no esquema de jogo passando do 4-3-3 habitual para o 4-4-2 que se transformava em 4-2-4 em situações de ataque.
Com o centro da defesa remodelado, Pedro Emanuel esteve em bom plano. O capitão foi a voz de comando e conseguiu dar alguma estabilidade à frágil defesa portista. Pepe causou alguns calafrios sobretudo quando tenta segurar a bola à entrada da área arriscando situações de muito perigo para Vitor Baía, que esteve soberbo durante todo o desafio sobretudo quando negou o golo a Cruz aos 20' quando apareceu isolado à sua frente e na saída aos perigos centro para a área.
Nas laterais, Bosingwa continua fraco a defender e parece estar a oferecer o lugar de bandeja a Sonkaya. Marek Cech esteve algo nervoso nos minutos iniciais mas não era caso para menos já que se estreava pela sua nova equipa logo na Liga dos Campeões e logo frente ao Inter. Com o passar do tempo foi ganhando confiança e conseguiu uma exibição positiva com bons pormenores tanto a defender como a atacar.
Paulo Assunção hoje era uma espécie de D. Sebastião em que os portistas depositavam a esperança de uma equipa mais equilibrada e não defraudou as expectativas. Esteve muito bem a defender recuperando muitas bolas e a apoiar a defesa, dando mais espaço a Lucho González que vagueou por todo o meio-campo recuperando também muitas bolas e impondo o ritmo entre a defesa e o ataque. Jorginho, que, diga-se em abono da verdade, já merecia umas férias nas Caraíbas, corre e esforça-se muito mas não chega. É necessário algo mais para que não aconteçam os erros de outros tempos como as perdas de bola em zonas proibidas que põem em risco toda a estratégia da equipa. Quaresma foi o diabo à solta para a defensiva interista, sobretudo para Córdoba que deve ter rogado pragas ao «cigano». Foi o desiquilibrador-mor da equipa não só a atacar mas também a defender. Correu quilómetros.
No ataque houve mais uma surpresa de Adriaanse: McCarthy e Hugo Almeida juntos. O sul-africano teve uma perdida quase escandalosa aos 8' mas compensou com um bom golo numa recarga a um livre. Correu muito como é habitual e deu uma ajuda a pressionar a defensiva italiana. Já o português esteve bem a tentar desiquilibrar no centro da defesa mas não tão bem na hora do último toque que podia isolar um colega preferindo por acções individuais que nunca foram bem sucedidas.
Dos substitutos, Alan entrou muito bem no jogo e criou alguns lances de perigo junto à lateral direita, Ivanildo esteve trapalhão e não consegiui impôr-se nos últimos minutos. Ibson esteve apenas 2' em campo.
A destacar pela negativa o trabalho do árbitro russo que perdoou descaradamente a expulsão de Cruz e Córdoba.
Vamos ver se Adriaanse daqui para a frente encara os jogos de uma forma diferente e mais realista. A diferença entre o primeiro e último classificado do grupo é de apenas 3 pontos... ainda vamos a tempo!
Mais e Menos+
Paulo Assunção Foi um dos responsáveis no equilíbrio no meio campo portista.
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Quaresma Foi o mais perigoso no ataque portista
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Vitor Baía Esteve imperial, negou por duas ocasiões o golo ao Inter e teve boas saídas a cruzamentos perigosos.
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Marek Cech Estreou-se bem. Temos reforço?
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Árbitro Péssima exibição a nível disciplinar, amigo dos italianos.
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Jorginho A precisar urgentemente de férias.
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Bosingwa Ainda não convenceu a defesa direito.
DeclaraçõesCo Adriaanse (FC Porto)
«O Inter criou três ou quatro oportunidades para marcar golo, nós marcámos dois, mas tivemos várias oportunidades para marcar, especialmente no segundo tempo. Mas nenhuma equipa jogou de forma perfeita. Não há jogos perfeitos. Tínhamos de ganhar, é difícil vencer as equipas italianas, porque defendem bem e também atacam bem. Nós defendemos bem e jogámos com dois avançados, o McCarthy e o Hugo Almeida e ainda dois extremos, o Quaresma e o Jorginho.
Tínhamos de conquistar os três pontos, o Glasgow agora tem quatro pontos. Portanto, as hipóteses ainda estão nas nossas mãos. Vamos jogar com o Inter e depois com o Glasgow. Tudo depende de nós».
Benni McCarthy (FC Porto)
«Esta vitória foi importante por causa do próximo jogo, com o Nacional. Perdemos o ânimo frente ao Benfica, mas hoje provámos que temos valor, porque ganhámos a uma equipa que é melhor do que o Benfica. Hoje marquei um golo fantástico, fui feliz. É um golo importante para regressar aos golos. Estes três pontos são maravilhosos».
Roberto Mancini (Inter)
«Sabíamos que era boa equipa, mas foi um jogo estranho, que perdemos com dois auto-golos. Quando uma equipa não está destinada a ganhar, nada há a fazer.
Confesso que esperava vencer para garantir já a qualificação, por isso estou desiludido. Mas estamos tranquilos, na primeira posição do grupo e quero somar quatro pontos nos dois próximos jogos»
Ficha do JogoUEFA Champions League (Grupo H – 3ª jornada)
Estádio do Dragão, no Porto
Assistência: 38.418 espectadores
Árbitro: Valentin Ivanov (Rússia)
Assistentes: Nikolai Gulobev e Tihon Kalugin
4º árbitro: Igor Egorov
F.C. PORTO: Vítor Baía; Bosingwa, Pedro Emanuel, Pepe e Cech; Lucho e Paulo Assunção; Quaresma, Jorginho e Hugo Almeida; McCarthy.
Substituições: McCarthy por Alan (59m), Quaresma por Ivanildo (82m), Jorginho por Ibson (90m)
Não utilizados: Paulo Ribeiro, Ricardo Costa, Diego e César Peixoto.
Treinador: Co Adriaanse
INTER: Júlio César; Córdoba, Samuel, Materazzi e Favalli; Cambiasso, Pizarro, Véron, Figo e Solari; Júlio Cruz.
Substituições: Pizarro por Recoba (53m), Solari por Adriano (67m), Figo por Zé Maria (81).
Não utilizados: Toldo, Burdisso, Womé e Cristiano Zanetti.
Treinador: Roberto Mancini
Ao intervalo: 2-0
Marcadores: Materazzi (21m p.b.) e McCarthy (35m)
Disciplina: Cartão amarelo a Júlio Cruz (40m) e Córdoba (45m), Pepe (52m) e Favalli (79m)
* Fotos Associated Press (AP)